Neuromarketing, neurobusiness e
neuromania
Como as
empresas podem utilizar conceitos científicos em prol de uma melhor relação com
seus consumidores foi tema de painel de Fabio Gandour
Bárbara Sacchitiello
1 de outubro de 2019 - 14h52
1 de outubro de 2019 - 14h52
O termo neuro está na
moda. Eventos da indústria de comunicação, em todo o mundo, analisam e debatem
como os conceitos de neuromarketing e neurociência podem ser utilizados pela
indústria para tornar mais efetiva a conexão entre marcas e pessoas. Na edição
2019 do Maximídia, o assunto
também veio à tona sob o olhar de Fabio Gandour, médico e PhD e Ciências da
Computação e que, por anos, foi o cientista-chefe da área de dados da IBM
Brasil.
Com base em
seus estudos – e na vivência adquirida em trabalhos, palestras e eventos da
indústria – Gandour afirmou que já não é mais possível tomar como garantia a
fórmula do impacto da distribuição de uma mensagem, elaborada por Marshall
McLuhan no século XX. “A fórmula nos diz que o impacto de uma mensagem é
inversamente proporcional à ocorrência do fato comunicado nessa mensagem. Ou
seja, quanto mais corriqueiro for um acontecimento, menos impacto ele tende a
causar nas pessoas. Mas infelizmente essa fórmula tem funcionado pouco,
sobretudo no âmbito das redes sociais. E o que tem anulado bastante essa fração
são as fake news. Não conseguimos mais monitorar a probabilidade real de
ocorrência dos fatos”, analisou Gandour.
E qual é a
consequência dessa mudança para a indústria de publicidade e comunicação?
Segundo o neurocientista, isso torna ainda mais complexa a previsibilidade do
sucesso (ou do fracasso) de uma mensagem ao público-alvo e exigirá cada vez
mais a presença de um olhar científico nas relações de consumo da sociedade.
“Existem
oito neurotransmissores que definem o astral dos clientes em diferentes
momentos, como adrenalina, dopamina, serotonina e outros. É a combinação e o
equilíbrio entre esses neurotransmissores que irá definir o comportamento dos
consumidores. Por isso, a utilização de conceitos científicos para lidar com a
complexidade do mundo dos negócios já tem funcionado bem e será cada vez mais
importante”, reforça.
Gandour deu
alguns exemplos de como esses neurotransmissores podem ser estimulados pelas
estratégias das empresas em relação aos seus clientes. Uma operadora de
telefonia que renegocia uma dívida com um cliente, por exemplo, permitindo a
ele que pague o mínimo do valor devido consegue criar uma reação de
gratificação, que se transforma em uma relação de satisfação em relação àquela
dívida – e, consequentemente, à empresa. Comportamento, tecnologia e negócios
serão a combinação que determinará a relação das pessoas com as marcas”,
definiu.
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