domingo, 27 de janeiro de 2019


Editoras pedem que Cade reconsidere decisão sobre venda da Abril
Globo, Ediouro, Panini, Três e EBR entraram com pedido ao Conselho alegando questões concorrenciais
As editoras Globo, Ediouro, Panini, Três e EBR entraram com pedido no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para que possam ser consideradas como parte interessadas no processo de análise da compra do Grupo Abril pelo empresário Fábio Carvalho, anunciada em dezembro de 2018. A informação foi publicada na edição desta quarta-feira, 23, da Folha de S.Paulo.

A transação entre Abril e o empresário teve o aval do Cade na segunda semana de 2019. Ainda assim as editoras alegam que a aprovação dada pelo órgão foi precipitada e deixou de considerar os efeitos concorrenciais do negócio.
As empresas protocolaram no dia 18 de janeiro um documento pedindo que o Cade as considere como parte interessadas na questão para que, dessa forma, possam dar seu parecer a respeito da questão concorrencial. De acordo com a reportagem da Folha, as editoras alegam, no pedido, que a Abril monopoliza a distribuição de revistas e que suas concorrentes têm sido prejudicadas por atrasos de pagamentos.


Forbes e NYT testam inteligência artificial e voz
Revista passa a utilizar IA em seus processos de apuração e jornal começa a distribuir conteúdo via Alexa; no Brasil, G1 já faz testes com o Assistant, do Google
Luiz Gustavo Pacete

A Alexa, da Amazon, será a entrada do NYT na distribuição de conteúdo via voz
O uso de sistemas de inteligência artificial e assistentes de voz chegou, de forma mais intensa, ao jornalismo. O New York Times anunciou que passou a testar o resumo de notícias diários via Alexa, assistente pessoal da Amazon. A habilitação do serviço deve ser feita pelos próprios usuários e, uma vez liberados, devem apenas pedir “Alexa, quais são as notícias? ”. Durante as sextas, o NYT oferecerá um quizz aos usuários sobre as notícias da semana e, aos domingos, um resumo do noticiário.
A oferta não será apenas de notícias, haverá também espaço para listas como, por exemplo, lugares para conhecer ou recomendações de música. “É o início de uma nova maneira de utilizar a tecnologia de voz não só na oferta de conteúdo, mas também em outras formas de produtos e serviços”, disse, em comunicado, Monica Drake, editora-assistente do NYT. Na semana passada, durante a CES, Mark Thompson, CEO do NYT, ao anunciar uma parceria com a Verizon para o uso de 5G, ressaltou a importância de testar novos formatos na entrega de conteúdo.
Alguns dias antes, o site Venture Beat mostrou que os jornalistas da Forbes passarão a testar o sistema de inteligência artificial ao escreverem textos e desenvolverem processos de apuração. Por exemplo, ao contextualizar uma história, o sistema complementa com links e o que já foi escrito sobre o tema. Além de poder ajudar na escolha de imagens que melhorem a audiência da matéria. Outros veículos já testaram o uso de inteligência artificial em seus processos, entre eles, o The Washington Post, The Associated Press e Los Angeles Times.


Americanos mostram incômodo com coleta de dados para anúncios
Pesquisa divulgada nesta semana foi realizada pela Pew Research Center com usuários do Facebook

Crédito: Will Francis/ Unsplash
Como todo mundo que está relativamente familiarizado com o universo das redes sociais sabe, a tecnologia permite que o Facebook capture, armazene e explore os dados de cada usuário com extrema facilidade. O que muita gente não sabe é que é possível gerenciar parte desses dados capturados pela plataforma para a segmentação de campanhas. Basta ir em configurações e clicar em “anúncios”, ao lado esquerdo da tela.
Ao fazer esse processo, o usuário encontra diversas listas de interesses – ou em outras palavras, os dados que os anunciantes usam para encontrá-lo na rede social. O fato novo, e surpreendente, é que 74% das pessoas sequer tem conhecimento de que essa listagem existe. Foi o que mostrou uma pesquisa do Pew Research Center, que foi divulgada nesta semana nos Estados Unidos.

Com bases na organização desses dados, é simples perceber que o Facebook vai deduzir que uma pessoa, por exemplo, trocou de carro recentemente, fez uma viagem ao litoral ou degustou seu prato predileto. Para alguns usuários, a plataforma consegue, inclusive, detectar crenças políticas e afinidade com causas diversas.
Ao se depararem com a listagem de interesses gerada pela rede social, 59% dos pesquisados disseram que esses dados eram precisos e que refletiam seus hábitos na vida real. Para o mundo do marketing, talvez o insight mais relevante é o incômodo das pessoas com a coleta de suas informações. Mais da metade dos usuários (51%) disse não se sentir à vontade com o fato de o Facebook armazenar essas informações e oferecer anúncios com base nelas.
Vale lembrar que a pesquisa foi realizada em 2018, alguns meses após o Facebook ter suspendido a Cambridge Analytica por coletar indevidamente dados de usuários da plataforma, uma revelação que causou uma certa crise de confiança do público com relação as redes sociais.
Em um comunicado encaminhado ao jornal Washington Post, o escritório americano do Facebook disse acreditar que “as descobertas do Pew ressaltam a importância da transparência e do controle em toda a indústria de anúncios, além da necessidade de mais educação do consumidor em torno dos controles que colocamos na ponta dos dedos”. Nele, a empresa também prometeu trabalhar para tornar as configurações de anúncios ainda mais fáceis de serem utilizadas pelos usuários.
Para concluir o estudo, o Pew Research Center ouviu 963 adultos norte-americanos entre 4 de setembro e 1 de outubro.