quarta-feira, 4 de setembro de 2019


The Washington Post cria vice-presidência de produtos em movimento voltado ao engajamento do assinante digital

 03 Setembro 2019

O The Washington Post anunciou nesta terça-feira (03) a criação do cargo de vice-presidente de produtos pela primeira vez nos 141 anos de história do jornal. A função será ocupada pela jornalista Kat Downs Mulder, cuja missão é dar ainda mais impulso aos produtos do diário, como aplicativos personalizados, paywalls responsivos, newsletters e podcasts, além de promoções para manter e atrair assinantes digitais.
O jornal lançará novos boletins personalizados direcionados aos assinantes ao longo do mês de setembro, segundo o site Axios. Os primeiros produtos contarão com recomendações personalizadas e uma lista de leitura de reportagens que os assinantes guardaram para mais tarde. Nos meses seguintes, o diário testará diferentes frequências de entrega para que os informativos por e-mail cheguem nos horários mais convenientes para leitura.
O The Washington Post também experimenta paywalls dinâmicos. No futuro, o jornal pretende otimizar seu sistema com base em vários fatores, como a identificação do último conteúdo que usuários tentaram acessar ao atingirem o paywall e a análise do histórico geral dos leitores (assinantes ou não) no site da publicação, de onde eles vêm e o dispositivo que utilizam, relatou o Axios.
Há, de fato, medições importantes a serem analisadas antes das tomadas de decisão do jornal. Os usuários que leem as notícias do The Washington Post a partir de aplicativos do jornal, por exemplo, agora consomem três vezes mais conteúdo que os registrados no site, diz Kat Downs Mulder. Além disso, segundo o Axios, novos recursos, carrosséis dinâmicos de reportagens e notificações avançadas ajudaram a impulsionar um crescimento de 10% nas visualizações de páginas de aplicativos ano após ano.
“Nosso objetivo é construir um relacionamento duradouro e de longo prazo com nossos leitores e assinantes. Quando as pessoas nos escolhem como provedor de notícias, queremos que elas tenham uma experiência excepcional, independentemente de como acessam nosso conteúdo”, disse a vice-presidente do The Washington Post. "Vemos o The Washington Post como um produto de assinatura e qualquer acesso de não assinante é visto como amostra na esperança de que o leitor se torne um assinante", sintetiza Fred Ryan, CEO e publisher do jornal.
Um exemplo da maneira como a equipe de produtos do diário procurou elevar essa visão é a criação de uma nova métrica que identifica o grau de envolvimento do assinante, denominada "visualizações de página ponderadas pelo assinante".
Com Kat Downs Mulder, o alto comando do The Washington Post tem dez mulheres dividindo a liderança do jornal com 14 homens.
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https://www.washingtonpost.com/pr/2019/09/03/kat-downs-mulder-named-vice-president-product-design-washington-post/
https://www.axios.com/the-washington-post-adds-product-to-its-masthead-eb8f0e93-cbb5-45dd-ab56-5d4405fbc020.html



Jornais brasileiros estão entre as maiores audiências de diários da América Latina nas redes sociais

 04 Setembro 2019

Três jornais brasileiros estão no topo da lista dos grandes diários da América Latina com maior número de seguidores nas três redes sociais de maior número de usuários na região – Facebook, Instagram e Twitter –, segundo levantamento do Centro Knight. Por trás dos bons resultados, estão estratégias específicas para cada uma das mídias interativas.
O jornal Folha de S. Paulo tem mais seguidores no Twitter do que qualquer outro jornal na lista das dez maiores audiências, com 6,8 milhões de seguidores na plataforma, segundo o levantamento, que o Centro Knight ressalta ser informal. No Facebook e no Instagram, o jornal paulista ocupa, respectivamente, a terceira (5,6 milhões de seguidores) e a segunda (1,5 milhão de adeptos) posições.
O Estado de S.Paulo é o terceiro no ranking das dez principais audiências do Twitter (6,4 milhões de seguidores), décimo no do Facebook (3,7 milhões de fãs) e quarto no do Instagram (1,1 milhão de adeptos).
O jornal O Globo, do Rio de Janeiro, ocupa os segundo lugares nas listas dos dez jornais com mais seguidores da América Latina no Facebook (5,7 milhões de fãs) e no Instagram (1,5 milhão de fãs) – neste caso, ao lado da Folha de S.Paulo. Além disso, está em quarto lugar no Twitter, com 5,9 milhões de seguidores.
"Sempre ficamos de olho no que está movendo as redes sociais e procuramos participar das conversas como uma forma de atrair novos seguidores", disse Sergio Maggi, editor de redes sociais do jornal O Globo, ao Centro Knight. “Apostamos fortemente em vídeos, que além de trazer novos seguidores, agora monetizamos no Twitter e no Facebook. Também estamos usando os grupos do Facebook como forma de conquistar mais fãs.”
Para o Instagram, a equipe de O Globo se concentra no aprimoramento da marca. Eles estão testando essa estratégia, por exemplo, publicando com frases de políticos ou personalidades, ou realizando campanhas e pedindo aos leitores que compartilhem fotos, explicou Maggi. "Também apostamos fortemente nos Stories, buscando criar novas maneiras de contar as notícias", disse ele. "Os Stories permitem que você publique URLs, mas o retorno ainda é muito pequeno."
Destaque da Colômbia, o El Tiempo aparece em segundo lugar na lista do Centro Knight de jornais com o maior número de seguidores no Twitter, com 6,68 milhões de pessoas. “Em relação ao que nos motiva a interagir ou criar uma conexão com o público, sempre adotamos a filosofia de que não basta ter uma comunidade muito grande se ela estiver morta, se não estiver ativa e não falar com a sua marca”, disse Laura Urrego, editora de redes sociais do El Tiempo, ao Centro Knight.
O Clarín, da Argentina, está em primeiro lugar no Facebook, com mais de 6,4 milhões de seguidores. Ali, o jornal procura utilizar uma linguagem mais simples e pensada para leitura a partir do mobile (smartphones), "em qualquer lugar do mundo, em qualquer lugar da cidade", segundo Fernanda Brovia, gerente de redes sociais do Clarín.
O perfil do leitor do jornal argentino no Facebook, segundo informou Fernanda ao Centro Knight, “é uma pessoa que quer se informar, que quer seguir a agenda do dia, mas quer saber sobre isso em uma linguagem não tão estruturada. E eles querem se entreter, ver vídeos e se divertir e se informar”, disse.
Para o El Nacional da Venezuela, que tem o maior número de seguidores no Instagram de qualquer jornal latino-americano, as redes sociais e seu site são especialmente importantes, pois o jornal foi forçado a interromper sua publicação impressa em dezembro de 2018 devido à falta de papel de jornal. Além disso, o site do jornal também é bloqueado às vezes.
“Tentamos manter as informações através de nossas redes sociais, apesar dos bloqueios às vezes enfrentados nas redes (Instagram, Facebook, Twitter)”, disse Sofía Vélez, gerente de redes sociais do El Nacional, ao Centro Knight. A publicação tem de longe o maior número de tuítes de qualquer jornal da lista, com 6,81 milhões de posts.
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Assinaturas digitais sustentam crescimento de quase 70% nos lucros do Financial Times

 02 Setembro 2019

Os lucros antes de impostos do jornal britânico de negócios e finanças Financial Times cresceram 68% em 2018 (8,15 milhões de libras) na relação com 2017 (4,65 milhões de libras) impulsionados pelas receitas com assinaturas digitais.
A carteira de assinantes digitais cresceu no período 11%, para 796 mil. As assinaturas on-line representam agora mais de três quartos da circulação total do Financial Times – entre 2017 e 2018, o número total de assinantes (impresso mais digital) subiu 8%, de 910 mil para 985 mil, e recentemente superou a marca de 1 milhão. A receita total de conteúdo digital aumentou 11% em 2018 na comparação com o ano anterior. O envolvimento dos leitores, uma métrica que inclui a frequência e a duração das visitas ao site da FT, subiu 15%.
A publicidade, segundo o Financial Times, desafiou as tendências do setor depois de se mostrar "resiliente com apenas quedas menores". As receitas com anúncios caíram 3% no digital e 5% na meio impresso ano a ano. O jornal anunciou nesta segunda-feira (2) o primeiro aumentou nos seu preço de capa vez desde 2015, de 2,70 libras para 2,90 libras.
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https://www.pressgazette.co.uk/ft-financial-times-two-thirds-profit-growth-digital-subscription-success/?utm_medium=email&utm_campaign=2019-09-02&utm_source=Press+Gazette+Daily+new+layout

terça-feira, 3 de setembro de 2019

Estudo detalha principais chaves na transição dos jornais para modelos com menos edições impressas

Cresceu nos últimos meses o número de jornais de diferentes países que decidiram limitar suas edições impressas para um ou alguns dias da semana, em uma tendência de migração para o meio digital que, segundo analistas, pode registrar um boom já em 2020. A escolha da melhor estratégia para fazer essa transição é, porém, complexa. Novo estudo do American Press Institute oferece algumas pistas que devem ser consideradas antes de os jornais darem um passo maior em direção ao meio on-line.
A pesquisa, com base em entrevistas com publishers, editores e executivos, além de especialistas do setor, explora como os jornais podem traçar um caminho sustentável, reduzindo as despesas relacionadas à publicação e entrega impressa e criando uma presença digital mais adequada aos hábitos dos leitores modernos. "Esse caminho está cheio de desafios e dificuldades, desde a escolha de quais dias serão escolhidos – e, com isso, atender os objetivos dos anunciantes –, para fazer a matemática da logística de entrega e gerenciar o revés interno", diz o relatório.
Estes são os principais destaques do estudo:
Planejamento estratégico: Reduzir os dias de publicação impressa deve ser um passo em uma transição gradual e cuidadosamente planejada para o digital. “Eliminar os dias de publicação de um jornal pode economizar dinheiro, reduzindo os custos comerciais (caminhões, papel e impressoras). Mas apenas eliminar dias de publicação não é suficiente para garantir que um jornal continue existindo e servindo sua comunidade. Os publishers precisam de uma estratégia bem planejada e bem executada que reconheça que os hábitos do leitor foram além do jornal diário de sete dias. A abordagem também deve incluir como fornecer conteúdo de qualidade, com as tecnologias e nas plataformas que o público está reivindicando atualmente”, diz o relatório.
Cálculo de custos e receitas: Decidir quais dias de impressão serão suprimidos requer um planejamento logístico e financeiro significativo. Isso envolve o cálculo da economia de custos, trabalhando com os anunciantes para alterar os anúncios para outros dias da semana; olhando para os hábitos do leitor; e decisão sobre o preço da assinatura.
Transparência e comunicação permanente: A comunicação com leitores e anunciantes é essencial. Os publishers podem usar várias táticas, desde a publicação de artigos, colunas e anúncios, até reuniões com líderes da comunidade e de negócios e bate-papos individuais com assinantes.
Negócio digital de reputação sólida: Os jornais que reduzem os dias de impressão já devem ter construído um negócio digital que depende de uma profunda compreensão de seu público. O tempo e os recursos economizados durante a impressão devem ser dedicados a descobrir como aumentar a proposta de valor para assinantes digitais. Anunciantes e assinantes precisam ver e compreender o valor das edições digitais.

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Anunciantes têm de assumir responsabilidades por quem recompensam no digital, diz editor de inovação do Financial Times

O combate à desinformação e ao ódio espalhados nas mídias interativas sem sacrificar a liberdade de expressão é hoje um dos maiores desafios da humanidade, e há em curso uma série de esforços nesse sentido. Mas é impossível ir adiante, diz John Thornhill, editor de inovação do jornal britânico Financial Times, sem promover uma profunda mudança na lógica do mercado digital. Os anunciantes, segundo o jornalista, devem assumir muito mais responsabilidades por quem recompensam no meio on-line. “Nunca poderemos impedir quem deseja postar conteúdo falso ou odioso. Mas certamente podemos redesenhar o mercado para recompensar aqueles que publicam informações socialmente valiosas e apertar aqueles que promovem desinformação viral”, diz Thornhill.
Promover o redesenho do mercado de publicidade on-line (US$ 333 bilhões) é, de acordo com o jornalista do Financial Times, parte do trabalho da empresa Factmata, que começou como um projeto da University College London e University of Sheffield. Liderada por Dhruv Ghulati, um banqueiro de investimentos que se tornou empresário, a companhia usa inteligência artificial para avaliar a credibilidade de conteúdo na internet. “A Factmata pode atribuir, de forma rápida e por meio de algoritmos, uma pontuação de confiança a milhões de peças de conteúdo on-line, dependendo da toxicidade, objetividade, tendência política e assim por diante”, afirma Thornhill.
O objetivo da Factmata, assinala o jornalista, é criar uma nova métrica para o setor de publicidade que inclua conteúdo de qualidade e não apenas a “viralidade”. Atualmente, lembra Thornhill, os anunciantes compram principalmente anúncios on-line com base em CPMs – custo por mil cliques ou visualizações –, “uma publicidade programática que leva pouca ou nenhuma consideração” à natureza do conteúdo. "Fundamentalmente, há um problema de preços", diz Ghulati. “O valor que a sociedade deriva de uma informação é diferente do valor que o mercado atribui àquela mesma informação. O valor de mercado é determinado exclusivamente por sua propensão a veicular anúncios”, continua.
Os obstáculos para criar qualquer métrica desse tipo, afirma Thornhill, são óbvios e assustadores. “O algoritmo a determinação da ‘qualidade’ também provocaria intermináveis controvérsias”, ressalta. “Mas está claro que os anunciantes devem assumir muito mais responsabilidades pela exibição dos anúncios e por quem recompensam on-line”.
O jornalista diz acreditar que isso criaria um poderoso mecanismo de mudança. “Redes sociais e empresas de alimentos, por exemplo, devem se preocupar em exibir anúncios de cookies em sites supremacistas brancos, mesmo se os racistas também comerem biscoitos”, diz Thornhill. Nesse cenário, caso os anunciantes se mostrem resistentes a mudanças, os consumidores deverão forçá-los a agir, afirma o editor de inovação do Financial Times.
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