domingo, 30 de maio de 2021

 

Trading desk: mídia programática no plano das martechs

Essas empresas aliam capital humano à tecnologia, via plataforma de softwares, que auxiliam e otimizam a compra de mídia digital

Victória Navarro
28 de maio de 2021 - 6h00

As trading desk são peça importante do ecossistema de mídia programática. Responsáveis por prestar serviços de planejamento e operação de campanhas em nome de agências e anunciantes, essas empresas aliam capital humano à tecnologia, via demand side platforms (DSPs), plataformas de softwares que auxiliam e otimizam a compra de mídia digital.

Segundo Domingos Secco Junior, CEO da adtech Alright, a grande maioria dos anunciantes brasileiros ainda engatinha quando o assunto é mídia programática. “A acessibilidade e o alcance das ferramentas Google Ads e Facebook Ads consolidam um duopólio difícil de quebrar. A mídia programática, no Brasil, tem menos de dez anos e sempre se apresentou como alternativa complexa, cara e de difícil implantação, especialmente para pequenos anunciantes”, afirma.

No entanto, Inês Pimpão, gerente de operações da Puzzle Ad, ressalta que as trading desks brasileiras evoluíram muito, uma vez que o mercado tem grande capacidade de se adaptar ao uso de novas tecnologias: “Somos os grandes responsáveis por disseminar o conhecimento e uso de estratégias de mídia programática, no Brasil, ao longo dos últimos anos. As trading desks precisam ser muito transparentes”. Em relação ao resto do mundo, afirma, o País está atrás, em termos de conhecimento de mercado. “Não temos um gap de tecnologia, mas, muitas vezes, as tecnologias a que já temos acesso não são utilizadas em seu potencial”, explica.

Em 2020, 68% das compras globais de anúncios no digital foram realizadas de forma programática, 3% a mais do que em 2019. Fatores como eficiência no investimento e efetividade das campanhas são os principais motivos desse crescimento. Os dados são do relatório “2020 International Report on Programmatic In-Housing”, produzido pelo IAB dos Estados Unidos, em parceria com a Accenture Interactive.

  As trading desk são responsáveis por prestar serviços de planejamento e operação de campanhas em nome de agências e anunciantes

 

Democratização da mídia programática


As trading desks auxiliam na democratização do acesso à compra de mídia programática. Segundo Inês, da Puzzle Ads, um dos motivos é o baixo valor de investimento: “A operação de campanhas programáticas envolve a necessidade de acesso a plataformas que são caras e que exigem investimentos mínimos anuais altos. As trading desks conseguem disponibilizar esse acesso com valores mínimos bem menores, o que torna a operação programática mais acessível, principalmente para anunciantes regionais”. Além disso, montar uma equipe capacitada e com experiência em mídia programática ainda é uma tarefa árdua. Por isso, as trading desks encurtam muito o tempo e o esforço dos anunciantes em distribuir publicidade. Ao trabalhar com uma trading desk, agências e anunciantes não precisam começar do zero e aprender com seus próprios erros. Ademais, diz a profissional, as trading desks brasileiras têm cumprido, nos últimos anos, papel importante de educação do mercado: “São inúmeras iniciativas de cursos, palestras, webinars e conteúdos de quem sabe executar campanhas programáticas na prática, o que ajuda muito na formação do mercado”.

Para Inês, com base no mercado dos Estados Unidos, é possível ver o que será tendência em mídia programática no Brasil. Entre os destaques dos próximos anos, a profissional aponta a compra de mídia, de forma automatizada e integrada, em TVs conectadas e mobiliário urbano; anúncios posicionados em assistentes virtuais; e a transição do uso de cookies. Porém, quando o assunto é trading desks, Inês destaca que os anunciantes estão compreendendo o papel dessas empresas como parceiras estratégicas de negócios. “As trading desks se tornarão mais comuns em projetos de longo prazo. O papel dessas empresas não será apenas a compra de mídia para uma campanha pontual, como muitas vezes acontece, mas sim o envolvimento, de fato, no negócio do anunciante, implementando um stack de tecnologia completo para geração de resultados de longo prazo e estratégicos para os clientes”.

 

Tecnologia atrelada ao marketing e à propaganda


Muitas tecnologias de marketing, sobretudo as que lidam com dados primários, como e-mail, ficam restritas, quando o assunto é distribuição. De acordo com Domingos, da Alright, a mídia programática pode dar mais poder de alcance e frequência para as marcas, além de possibilitar a entrega de anúncios e conteúdos recomendados em contextos vencedores, como sites verticais. Outro aspecto importante para analisar é o crescente número de novos canais que estão sendo conectados ao ambiente programático. “Depois do banner e do vídeo, as plataformas avançaram para o áudio, a TV conectada e a mídia out-of-home. E não tem previsão de parar por aí. Num futuro próximo, mais de 90% da mídia serão intermediados por plataformas automatizadas de compra e venda de inventário, independentemente do tipo e formato de device, tela, formato ou localização”, explica.

Porém, Inês ressalta que qualquer tecnologia, por mais inovadora que seja, requer um ser humano por trás: “Você pode ter acesso às melhores tecnologias de marketing e mídia, mas, se não souber aonde quer chegar, não souber como aplicar a tecnologia dentro da realidade da sua empresa ou não criar processos para operacionalizar esse ferramental, você não sairá do lugar”. Nesse contexto, afirma, pode-se entender as trading desks como o capital humano.

Fonte: Próxima


sexta-feira, 28 de maio de 2021

 Blockchain ads é a próxima tendência do marketing digital?

Sistema permite recompensa aos consumidores que interagirem com as marcas, explica Cássio Rosas, da Wiboo Company

 

Victória Navarro
27 de maio de 2021 - 6h00

O blockchain, por meio de códigos que conectam blocos de dados, permite rastrear o envio e o recebimento de informações, via internet. Apesar de ter ficado conhecido pelas criptomoedas, a tecnologia tem ganhado novas aplicações, já que se mostrou segura, eficiente, transparente e prática. Sua principal utilidade, portanto, é carregar ativos, financeiros ou não, de um local a outro. Com a evolução tecnológica, nos últimos anos, e a aceleração digital, promovida pela pandemia em 2020, e a entrada do sistema de registro no cenário, a publicidade tornou-se inerente ao processo das marcas. Mais do que oferecer produtos e serviços a determinado consumidor, por meio de links patrocinados e posts em redes sociais, o marketing digital assume a responsabilidade de entregar valor e interação, oferecendo informações para que os usuários possam conversar e se conectar às empresas que gostam, sem nenhum intermediário por trás.

Com o blockchain ads, explica Cássio Rosas, head de marketing e estratégia da Wiboo Company, é possível a gamificação, ou seja, é permiteido que os consumidores possam ser recompensados ao realizarem tarefas de suas marcas favoritas, como o compartilhamento de anúncios em suas redes sociais, em troca de moedas digitais. “Em  analogia rápida, literalmente, vale dinheiro e ainda pode ser trocado por produtos e/ou serviços”, explica o profissional.

Com exclusividade ao Meio & Mensagem, Rosas, que usa como base a moeda digital para divulgação de campanhas publicitárias, aponta qual é a importância de atingir os consumidores com propostas de valor e como adotar estratégias de blockchain ads no trabalho de publicidade digital.

 

Meio & Menssagem – No que consiste o blockchain ads e como essa tecnologia se aplica aos processos de publicidade digital?
Cássio Rosas – O bloackchain ads é uma plataforma de marketing digital descentralizado, que une o poder da gamificação, da recomendação — com o poder de influência das pessoas — e das vendas, com custos reduzidos de CPC (custo por clique) e CAC (custo de aquisição de clientes), recompensando as pessoas por suas ações com moedas digitais. Um boca a boca digital. Tudo isso alinhado ao poder do blockchain. Temos segurança e transparência, uma mídia que nasce auditável, onde é possível participar as pessoas de parte da parcela de publicidade das empresas. O blockchain ads eleva a aproximação das marcas com as pessoas, fazendo delas parte literal e importante na divulgação e venda.

 

M&M – Por que o blockchain ads é a próxima tendência do marketing digital?
Cássio – O blockchain traz transparência e segurança em qualquer segmento que é implantado. Com a publicidade, não é diferente. Imagina uma publicidade descentralizada, feita pelas pessoas, com toda segurança e transparência? Pois bem, isso é o que o blockchain ads traz para a publicidade. Marcas e pessoas procuram caminhos alternativos para estarem mais próximas, evoluírem essa relação. Os caminhos da publicidade, até aqui, estão batidos e mudando. Para as marcas, são desafios a serem vencidos, pois os famosos cookies e o tracking de consumidores, que traz a assertividade das plataformas atuais, estão mudando. Com isso, o blockchain ads traz para essa equação uma forma diferente de impactar e participar. Do lado dos consumidores, o processo de tracking, cookies e afins estava sufocando, levantando suspeitas e incômodos. Agora, isso começa a ser uma decisão do consumidor. Quero ou não ser perseguido, meus hábitos, meu consumo etc.? O blockchain ads também vem para mudar. E, com essa autonomia, o consumidor escolhe quem, como, quando e quanto quer compartilhar e recomendar.

 

M&M – Qual é o papel do blockchain ads em plataformas de marketing digital gamificadas?
Cássio – Somente com o blockchain ads é possível ter gamificação e descentralização, com mensuração. A gamificação é inerente ao processo, onde, para recompensar as pessoas por suas ações, fazemos uso de moedas digitais. Em  analogia rápida, literalmente, vale dinheiro e ainda pode ser trocado por produtos e/ou serviços.

 

M&M – No dia a dia dos consumidores, qual é a importância de atingí-los com propostas de valor?
Cássio – O consumidor está em estágio que espera mais das marcas. E todo esse processo aproxima as pessoas das marcas, que, literalmente, participam de  parte dos investimentos em publicidade — uma uberização da publicidade, com a segurança do blockchain. O que pessoas faziam, ontem, de graça, como compartilhar conteúdos que achavam interessantes, agora, podem fazer isso sendo recompensadas pelas marcas com moedas digitais.

 

M&M – Como adotar estratégias de blockchain ads no trabalho de publicidade digital?
Cássio – Hoje, é fácil. Na plataforma, as marcas criam sua conta, se abastecem de créditos para suas campanhas, configuram seus conteúdos e iniciam esse processo. Além disso, temos um time de customer sucess para dar todo suporte necessário e mostrar as melhores práticas deste novo mundo. Além de todos os fatores ditos, as empresas que estão olhando pra isso, agora, saem na frente das demais. E já é sabido que o pioneirismo traz benefícios interessantes, como menos concorrentes. É poder associar sua marca, seu negócio, a um modelo disruptivo, com tecnologia blockchain. E envolver os clientes da marca na distribuição de seus conteúdos e em suas vendas.


Fonte: Meio&Mensagem

sábado, 22 de maio de 2021

 

Qual é o potencial financeiro da mídia programática?

Segundo dados do IAB, 22% dos 16 bilhões de dólares investidos em publicidade digital vão para mídia programática

21 de maio de 2021 - 6h00

Quando falamos em mídia programática, geralmente, a conversa toma dois caminhos: a parte técnica (como funciona, o que é uma DSP, o que muda com a LGPD, como a publicidade digital vai se adequar ao mundo sem cookies, a influência do Sleeping Giants) ou a polêmica (“mas, e os dados?”, como se proteger de algoritmos, “preciso deletar minha rede social?”), mas pouco se fala sobre o seu potencial de negócios.

A questão é que o tema é quente por tratar de um mercado em extrema ascensão. O mercado brasileiro, por exemplo, registra, atualmente, US$ 16 bilhões em investimento em publicidade digital. Grande parte disso, claro, vai para o Google ou para o Facebook, mas, segundo o IAB, 22% deste montante são destinados à mídia programática. Fazendo uma conta simples, estamos falando que a programática detém um investimento entre US$ 3,5 bilhões e US$ 4 bilhões.

 

E todo este dinheiro está concentrado com quem? Claro, as principais agências de publicidade e grandes anunciantes detêm a maior parte, mas a programática tem ganhado força no long tail, ou seja, na cauda longa, dentro de agências independentes e de médio porte, que passaram a colocar em seus planejamentos campanhas com anúncios segmentados baseados em dados e algoritmos, trabalhando com parceiros como trading desks ou ad techs, as empresas especializadas em operar mídia programática.

No mercado brasileiro, podemos falar que existem, ao menos, 15 empresas deste tipo, número que vem crescendo a cada ano. Empresas internacionais também estão de olho no País. Exemplo disso é que, recentemente, o grupo britânico Jellyfish adquiriu a brasileira Reamp, enquanto a ProgMedia foi adquirida pela MightyHive, visando ampliar sua atuação na América Latina.

 

Tudo isso faz o mercado girar e com mais dinheiro rodando surgem mais empresas precisando contratar. No último ano, por exemplo, a busca por profissionais que atuam com mídia programática foi acirrada, porque, mesmo que empresas venham de outros países, buscam colaboradores que já tenham expertise e know how. Além disso, surgiram novas possibilidades na área de educação através da oferta de cursos de capacitação focados em programática, voltados para profissionais de comunicação e tecnologia.

 

Me arrisco a afirmar que ao, terminarmos 2021, vamos ver o montante previsto para a programática ultrapassar com folga esses 22%, ainda mais com o crescimento do investimento em publicidade digital. Em um estudo realizado pelo IAB em parceria com a Nielsen, desenvolvido entre os meses de novembro e dezembro de 2020, 63% dos respondentes de buy side declararam investir mais da metade de suas verbas totais de mídia em meios digitais. Destes, 20% declararam direcionar até 80% de seus investimentos para o digital. E, quando questionados sobre as expectativas de investimento para 2021, 45% disseram que vão aumentar a verba gasta com anúncios digitais.

A mídia programática faz parte de um mercado com muito potencial. Por isso, mais que falar sobre polêmicas, é preciso ter um olhar para o que ela pode trazer de relevante no meio da publicidade.

 Fonte: Meio & Mensagem

segunda-feira, 10 de maio de 2021

 

Os objetivos de negócios do Estadão com o Blue Studio

Veículo cria estrutura de planejamento, criação e execução de soluções publicitárias para apoiar clientes e agências

 

Bárbara Sacchitiello
27 de abril de 2021 - 12h08

Na semana passada, o Estadão começou a comunicar ao mercado publicitário a criação de uma operação que visa oferecer aos anunciantes e agências uma estrutura completa de planejamento, criação, produção e acompanhamento de campanhas e ações publicitárias.

Chamada de Estadão Blue Studio, a área foi lançada em meio ao processo de transformação digital do veículo, que procura, de forma transversal, reorganizar as entregas e soluções oferecidas aos clientes em todas as plataformas, diz o diretor executivo de publicidade do Grupo Estado, Paulo Pessoa.

O Blue Studio é dividido em dois pilares: a diretoria de planejamento e criação, cuja função será atuar no desenvolvimento de projetos e planejamento de ações calcadas nos objetivos de negócios das marcas, amparadas em dados e em inteligência de mercado; e a diretoria de conteúdo e operações, cuja função primordial será implementar e acompanhar o desempenho de ações e projetos publicitários.

“Resolvemos reestruturar e capacitar a área de marketing e comercial internalizando competências em business intelligence, dados, user experience, web designer e inteligência de mercado. O objetivo é ser mais um braço para auxiliar as estratégias e trabalhos dos clientes e das agências de publicidade que buscam soluções através de nossos conteúdos”, explica o diretor.

Um dos trabalhos já realizados pelo Estadão Blue Studio foi feito junto ao Itaú Unibanco, voltado ao mercado imobiliário. No case, o Studio criou uma plataforma de buscas integrando o conteúdo de incorporadoras e imobiliárias, com simulações de financiamento pelo banco. De acordo com o Estadão, o projeto gerou mais de 2,5 mil leads interessados em aquisições de imóveis. “É clara a importância, por parte dos veículos, de ser crível na geração de conteúdos e conceitos para conseguir fazer projetos que agreguem valor ao cliente. O Estadão consegue fazer isso por meio de conteúdo de qualidade, que acaba atribuindo credibilidade também aos clientes”, opina Pessoa.

 

Fonte: Meio&Mensagem

 

Associação de Anunciantes dos EUA vai botar ordem na programática por lá

O formulário da RFP pode ser baixado aqui, e as inscrições devem ser enviadas até o início de junho. Quer se habilitar?

7 de maio de 2021 - 6h00

 

A Associação Nacional dos Anunciantes do EUA (ANA), poderosa entidade que congrega os maiores anunciantes do maior mercado de publicidade do mundo, resolveu, uma vez mais – houve já outras tentativas antes, só para registar – investir contra aquilo que qualifica como um ambiente pouco transparente, crivado por responsabilidades fragmentadas e por uma complexidade “entorpecente” (entenda-se altamente danosa para a eficácia e rentabilidade dos investimentos em mídia digital). Vai fazer isso contratando especialistas para investigar o mercado de programática de perto. E propor soluções para os problemas já amplamente conhecidos de todos há alguns anos.

 

A ANA estima que os gastos globais com anúncios programáticos devem ultrapassar US $ 200 bilhões, mas que “apenas 40% a 60% dos dólares digitais investidos pelos anunciantes chegam ao seu público efetivamente  devido a um mar de  intermediários de tecnologia fazendo uma variedade de “cuts” (mordidinhas), que acabam por encarecer toda a cadeia da publicidade programática em geral.

 

“Os profissionais de marketing não têm uma visão totalmente transparente de suas cadeias de fornecimento programático”, declarou Bob Liodice, CEO da ANA, em um comunicado anunciando a RFP semana passada, e acrescentando: “A falta de transparência total para a entrega e qualidade do anúncio está diminuindo a capacidade dos profissionais de marketing otimizar totalmente os investimentos e impulsionar o crescimento dos negócios. Acreditamos que essa falta de transparência está custando aos anunciantes bilhões de dólares em desperdício ”.

A ANA disse que o projeto está sendo realizado com o apoio de contrapartes internacionais, a Incorporated Society of British Advertisers e a World Federation of Advertisers, e que os objetivos explícitos do estudo são:

– Impulsionar o crescimento dos negócios e da marca por meio da eliminação de gastos desnecessários e improdutivos.

– Tornar a cadeia de suprimentos de mídia digital compreensível, altamente transparente e analiticamente rica.

– Instituir soluções corretivas e padrões da indústria que tenham sustentabilidade de longo prazo.

– Determinar quais órgãos de supervisão da indústria são necessários para garantir a integridade do ecossistema programático.

– Melhorar a tomada de decisão dos profissionais de marketing.

O formulário da RFP pode ser baixado aqui, e as inscrições devem ser enviadas até o início de junho. Quer se habilitar?

 

Fonte: Meio&Mensagem (Próxima)

sábado, 8 de maio de 2021

 

LGPD: 5 Coisas para não fazer

Nossa sociedade está cada vez mais conectada a internet, porém é preciso que haja regulamentação, principalmente quando se trata de captação de dados pessoais. Por conta disso, foi criada, em 2018, a LGPD – sigla para Lei Geral de Proteção de Dados. Grande parte das empresas e comércios recebem dados dos seus funcionários e clientes. Desde informações […]

por Redação Whow! em 30 de abril de 2021

Nossa sociedade está cada vez mais conectada a internet, porém é preciso que haja regulamentação, principalmente quando se trata de captação de dados pessoais. Por conta disso, foi criada, em 2018, a LGPD – sigla para Lei Geral de Proteção de Dados.

Grande parte das empresas e comércios recebem dados dos seus funcionários e clientes. Desde informações mais banais como nome e data de nascimento, até dados mais sensíveis, como número de cartão de crédito por exemplo.

No entanto, é aí que mora o perigo. Muitas vezes, cedemos nossas informações sem nenhum cuidado, para companhias que nunca ouvimos falar antes. Ainda assim, nos surpreendemos quando recebemos notícias como o megavazamento de dados de mais de 223 milhões de brasileiros, que ocorreu no início deste ano.

Se esse é o caso do seu negócio, leia o texto e saiba as 5 coisas para não fazer quando se trata de LGPD.

O que é LGPD

A LGPD foi criada para garantir que as informações compartilhadas por qualquer indivíduo sejam protegidas. Em diversos países já existe essa regulamentação. A União Europeia, por exemplo, possui uma lei similar desde 2018, que serviu de inspiração para a regulamentação brasileira.

Em vigor desde 2020, a LGPD responsabiliza a empresa pelos dados coletados. Nesse sentido, cada negócio deve ter meios de assegurar as informações dos seus clientes.

Além disso, cada instituição deverá obter autorização para utilizar os dados coletados para outro fim. Mais do que isso, deve informar cada pessoa do motivo pelo qual está recolhendo tais dados e a maneira exata .

Do mesmo modo, permite que o indivíduo solicite o apagamento de suas informações. Companhias que infringirem a lei poderão ser, dependendo da violação, advertidas ou receber multa de até 2% do faturamento, limitada, no total, a R$ 50.000.000,00.

A fim de uma regulamentação completa, a lei ainda abrange quatro agentes e suas especificações:

  • Titular: é o indivíduo no qual se refere os dados coletados.
  • Controlador: é a instituição que coleta as informações e define como irá tratar os dados. Ou seja, é responsável desde como, até o porquê estes dados são coletados e armazenados.
  • Operador: é a pessoa ou empresa que irá processar as informações coletadas pelo controlador.
  • Encarregado: é a pessoa física que o controlador irá indicar como canal de comunicação entre o controlador, os titulares e as autoridades.

Quais tipos de empresas e dados se encaixam na LGPD

Dessa forma, todos os empreendimentos que tratam de dados pessoais deverão ficar atentos para se adequar a LGPD. Seja física ou virtual, pequena, média ou grande, se a sua empresa coleta informações dos clientes, é bom ficar atento a essa regulamentação.

Entretanto, as empresas de tecnologia serão as mais afetadas, uma vez que são as que mais utilizam dados para a sua estratégia de trabalho. Porém, a lei se aplica a empresas de todos os tipos.

5 coisas para não fazer na proteção de dados

Adequar-se à LGPD é tarefa necessária para aqueles que não querem sofrer danos desnecessários. A fim de esclarecer algumas questões, separamos 5 coisas que você não deve fazer:

1. Não compre listas de dados 

Apesar de parecer atraente para empreendedores que desejam começar ou alavancar seus negócios, a compra de dados é uma das principais infrações que a LGPD quer barrar.

Antes da regulamentação, essa prática já não era vista com bons olhos no mundo dos negócios, agora além de ser uma má prática, ainda é proibido. O maior problema se deve ao fato que este processo se refere a aquisição de dados sem o consentimento dos titulares.

É válido ressaltar que qualquer informação relacionada à pessoa já é considerada dado pessoal, inclusive nome e telefone. Ou seja, é necessária autorização prévia para que possa ser feito qualquer contato com este indivíduo.

2. Não compartilhe os seus dados 

Se a compra de dados é proibida, a venda e compartilhamento sem consentimento, também. Ao adquirir um item ou serviço da sua empresa, provavelmente o indivíduo irá conceder algumas informações.

Seja para o cadastro, entrega do produto ou até forma de contato. Honre o voto de confiança que esse cliente deu à sua empresa e mantenha estes dados apenas dentro dela.

3. Obtenha autorização para se comunicar 

Sua empresa costumava se comunicar livremente com os clientes cadastrados? Pois agora apenas consumidores que autorizaram essa comunicação, poderão receber o seu contato.

Ou seja, é preciso um consentimento legal dos seus próprios clientes, afirmando que querem receber contato da sua empresa. Na Europa, este é um dos principais motivos de punições.

A empresa Tim, por exemplo, realizou várias comunicações comerciais sem autorização na Itália – assim como outras infrações das leis de dados vigentes no país – e teve que pagar uma multa de € 27.800.000,00 em janeiro de 2020.

4. Não colete dados irrelevantes

Ou seja, colha apenas dados que você definitivamente irá utilizar. Por exemplo, se a sua empresa apenas utiliza canais de comunicação online, não é necessário obter o telefone do seu cliente. Isto está presente no princípio de necessidade da LGPD e evidencia que não devem ser coletados dados que não são necessários pela sua operação atual.

5. Não utilize dados para outras finalidades 

Mesmo que a sua empresa tenha coletado dados com autorização, possua autorização para entrar em contato e não coletou dados irrelevantes dos clientes, não é permitido utilizar estas informações para outras finalidades que não foram autorizadas.

Ou seja, se o seu negócio obteve um cadastro para uma pesquisa a respeito de um produto, a LGPD não permite que estes dados sejam utilizados para venda, por exemplo.

Dicas para proteção de dados de empresas de todos os portes

Assim como as empresas devem tomar cuidado para não infringir a LGPD, há algumas formas de garantir a proteção de dados sem problemas.

  • Organize sua base de dados. Primeiramente faça uma varredura de todas as informações que possui dos seus clientes. A LGPD define que dados pessoais são qualquer informação relacionada a uma pessoa, incluindo cookies.
  • Descarte o que não usa. Encontrou alguma informação que nunca usou e sabe que nunca vai usar? Descarte, não arrecade dados desnecessários.
  • Selecione o seu enquadramento legal. São 10 bases jurídicas que permitem às companhias continuar tratando dados pessoais. Descubra em qual a sua se encaixa e se adeque aos fundamentos legais.
  • Defina um modelo de autorização para obtenção dos dados. Ter um padrão de autorização, facilitará o seu processo no dia a dia.

Muitas empresas já estão se adaptando a essa nova legislação, então é muito importante estar atento às novas diretrizes da lei. Lembre-se, a LGPD protege tanto o consumidor quanto o comerciante.

Em suma, fique atento às diversas nuances desta lei. Invista tempo e esforço na adaptação do seu negócio e não tenha problemas desnecessários no futuro.

 

Revista Época chega ao fim no impresso e no online

A marca Época seguirá ativa somente como seção semanal do jornal O Globo

O mês de aniversário da revista Época veio com uma grande mudança: o fim de suas versões impressa e online. A partir de 28 de maio, a publicação seguirá apenas com uma seção semanal no jornal O Globo. O conteúdo estará disponível aos assinantes do veículo.

De acordo com matéria publicada no site da Época, que seguirá ativo somente até o fim do mês, a novidade deve-se à percepção de que, com o desenvolvimento da internet, a dinâmica das revistas impressas semanais tem perdido relevância no Brasil e no mundo. Isso porque, de acordo com o próprio veículo, os furos de reportagem passaram a ser publicados em tempo real e alertados nos celulares dos leitores.

“É para enfrentar essa transição e continuar a oferecer ao leitor informação aprofundada e de qualidade — e no tempo que ele deseja — que Época vai se reinventar”, aponta a publicação. Reinvenção que, na prática, será o fim da marca enquanto revista impressa e domínio próprio na web.

A chegada da Época ao jornal O Globo como mera seção semanal contribui com o propagado objetivo dele consolidar-se como o maior e melhor do Brasil. Isso porque, em seus 23 anos, a revista foi responsável por importantes furos jornalísticos e, com reportagens aprofundadas sobre diversos temas, foi vencedora de grandes premiações.

Para os amantes da revista em sua versão mais tradicional, ainda há uma boa notícia. A direção de O Globo ressalta que, em ocasiões especiais, a Época lançará a sua edição impressa, mas sem periodicidade definida. “A edição impressa de Época voltará em ocasiões especiais, para discutir com ainda mais profundidade temas cruciais para ajudar o leitor a entender os novos tempos”, pontua o material divulgado.

Como serão as publicações no jornal?

Na versão impressa do jornal O Globo, a Época terá páginas fixas para suas grandes reportagens, que serão veiculadas aos sábados. Além disso, ao longo da semana, a marca fará presença por meio de matérias analíticas e reflexivas. Segundo o texto que informa o fim da revista em suas versões impressa e online, no jornal diário, ela fará parte do conteúdo disponível somente aos assinantes.

Fonte: Comunique-se (Julia Renó)