terça-feira, 29 de maio de 2018


News product innovation, data-based acquisition strategies transform media industry


By Matt Lindsay

Mather Economics
Atlanta, Georgia, USA


  At the INMA Media Subscriptions Summit in London, there were two themes that appeared in many of the presentations:
  • Using machine learning, testing, and other analysis to drive product development.
  • Subscriber acquisition.
Ironically, in many cases, the opportunities for studying customer consumption behaviour enabled by digital platforms is improving print product quality, too.
Using data, the staff at Amedia identified the type of content its readers wanted most.
Pål Nedregotten of Amedia discussed how his company has increased print subscriptions by focusing on the content its readers wanted and giving them more. The result was growing digital and print subscriptions. An inspiring result was many of the titles were very local publications for small communities — the types of markets most challenged by digital subscriptions.
The key insight for Amedia was to identify — after removing fly-bys from the data — what most subscribers were reading, which happened to be what the firm was producing the least of. Allocating resources to develop stories most in demand by the readers has improved engagement, increased sales, and grown revenue.
Jess Ross of Fairfax described how Fairfax developed products designed for different types of readers: those interested in news you can use and those interested in news you enjoy. The results have been impressive, with significant subscriber and revenue growth.
There are many other examples of how product innovation and improvement have led to subscriber growth and digital revenue. What was striking is there is so much more that can be done with product packaging and content bundling, particularly across platforms. The sense that the platform — digital, print, or mobile — is secondary to the relationship the customer has with the content was reinforced throughout this event.
On the customer acquisition front, there are many publishers using machine learning and propensity scoring to sort the best potential subscribers from the vast number of anonymous visitors.
Steven Neubauer of NZZ discussed how the company used machine learning to improve conversions.
One of the best presentations in this area was delivered by Steven Neubauer of NZZ in Zurich. This company uses the term “pay gate” instead of paywall. It also has a “registration gate” that moves candidates from anonymous leads into identified leads. Knowing who the reader is enables NZZ to use personalised greetings in its offers. The truly impressive innovation is a rules engine that learns from prior experience via machine-learning pattern recognition to improve conversion performance.
Another presentation on experimentation with customer acquisition by a representative from Financial Times showed how varying the first-click free permissions balanced the need for customers to sample the content while not giving away too much.
The combination of product innovation and scientific acquisition strategies is where the industry is headed. Just as dynamic pricing and product innovation have transformed many industries, the news media industry will be very different five years from now due to these developments. Interestingly, I believe these innovations will not only grow digital subscriptions but preserve the life of printed products too, and what an ironic outcome that will be.
Fonte: INMA

Falência da mídia e caso Washington Post
Transformação nas empresas tradicionais é possível, mas passa por mudança cultural extrema e profunda

“Não há um mapa, e traçar um caminho à frente não será fácil. Precisamos inventar. O que significa que precisamos experimentar”. Essa foi uma das frases mais marcantes da carta que Jeff Bezos, fundador e CEO da Amazon, enviou a todos os colaboradores do Washington Post ao concretizar sua aquisição em 2013. Apesar de enigmática, ela já dava o tom de um novo futuro para o negócio.

A reputação centenária do periódico, o principal responsável pelo Watergate que culminou com a queda do presidente Nixon, em 1974, não estava sendo suficiente para conter o declínio de suas receitas publicitárias e número de assinantes. O movimento de Bezos foi controverso. Analistas inquietos se perguntavam sobre quais as reais intenções de um dos empreendedores mais bem-sucedidos do planeta, que revolucionou o ambiente digital, ingressar em um segmento da economia tradicional que passava por severos desafios e questionamentos. Alguns levantaram a hipótese de ganho de poder. Ego. Outros mencionavam sua mania de colecionador. Alguns bilionários colecionam carros, barcos, aviões. Talvez Bezos gostasse de jornais.
No mês passado, essas teses caíram por terra e ficou claro que não se trata de um hobby. O Washington Post foi eleito a oitava empresa mais inovadora do mundo na tradicional pesquisa da Fast Company, em um ranking composto por líderes da nova economia como Apple, Netflix e a própria Amazon.
Afinal, o que aconteceu em tão pouco tempo que justifica essa guinada de uma organização tradicional, porém em franca decadência, para uma empresa que, depois de quatro anos, é eleita uma das referências globais em inovação? Entrevista concedida por Bezos a Business Insider, em 2014, já dava indícios para esclarecer essa indagação: “Eu não sei nada sobre o negócio de jornais, porém eu conheço um pouco sobre internet…”
O empreendedor não se envolveu nas questões editoriais, colocando profissionais competentes para liderar o coração do jornal. Em vez disso, se dedicou a transformar o periódico em uma empresa de tecnologia. Isso envolveu adotar práticas nativas de empresas digitais; contratar profissionais técnicos que, até então, não davam as caras nas empresas de mídia, como engenheiros e cientistas de dados; e desenvolver novos produtos dirigidos a demandas do setor. Como exemplo, o Arc, um serviço de gestão de conteúdos desenvolvido para atender às demandas do próprio jornal, mas que, devido a seu êxito, se tornou um sistema ofertado a outras empresas do mercado editorial (atualmente, periódicos do mundo todo utilizam o sistema cujo universo de leitores atingidos ultrapassa os 300 milhões e que garante um faturamento inédito ao grupo).
O resultado de toda essa transformação no negócio não tardou a aparecer em números. Em novembro de 2016, o site do jornal superou cem milhões de visitantes únicos e, em setembro de 2017, ultrapassou a marca de um milhão de assinantes digitais. Esse caso é emblemático e deveria ser alvo de profundos estudos e análises por parte dos principais líderes do segmento de mídia e comunicação no Brasil. Já se vão quase 20 anos do início das discussões acerca do futuro da mídia em nosso país. Não foram poucos os que sentenciaram — e sentenciam — a sua morte perante a um ambiente de escassez de leitores.
O caso do Washington Post demonstra que existem caminhos virtuosos para recuperação da posição econômica das companhias do setor. Para isso, no entanto, é necessário coragem para se desvencilhar das crenças velhas e enraizadas que, até então, nortearam os rumos desses negócios. Por mais “lugar-comum” que possa parecer, a frase “o que nos trouxe até aqui, não nos levará ao futuro” é mais concreta e real do que nunca, porém ainda está evidente a dificuldade das organizações e seus líderes abandonarem o caminho das palavras fáceis e politicamente corretas e mergulharem na ação prática.
Toda empresa de mídia deve ser encarada como uma empresa de tecnologia na nova economia (aliás, não só as empresas de mídia). Bezos comenta que sua equipe técnica, composta por mais de 700 engenheiros (que triplicou nos últimos três anos), rivaliza com qualquer time de ponta do Vale do Silício. Hoje, profissionais talentosos se interessam em fazer parte do quadro de colaboradores do Washington Post.
E a nossa realidade? As organizações do setor de mídia estão no mapa de nossos jovens? Essa história não é uma abstração ou ficção. É concreta e real. Ela apresenta indícios de que a transformação nas empresas tradicionais é possível, porém passa por uma mudança cultural extrema e profunda. Bezos mostra com o Washington Post que a compatibilização da construção e manutenção de instituições de mídia críveis, fundamentais para a sociedade, com negócios virtuosos e prósperos, é um ideal a ser atingido. Está aí uma notícia a ser comemorada em um momento onde a verdade na sociedade está em cheque com a ascensão midiática das famigeradas fake news. O caminho está posto. Quem se habilita?
Fonte: Meio & Mensagem
Sandro Magaldi

Empreendedor e autor de diversos livros, entre eles Gestão do Amanhã (Ed. Gente/2018)

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Parceria de empresas de mídia com o Google facilita assinaturas digitais de jornais

O Google fechou uma parceria com empresas de mídia de diferentes partes do mundo e lançará uma plataforma com objetivo de facilitar e fomentar assinaturas digitais desses produtores de conteúdo, em especial os jornais. Integram o sistema, chamado “Assine com o Google”, o brasileiro Grupo Globo, o francês Le Figaro, o britânico Financial Times e o norte-americano The New York Times, por exemplo, informou o jornal O Globo nesta sexta-feira (11).
A partir da plataforma e ao se logar com alguma conta do Google na internet, o usuário poderá assinar diferentes publicações ao redor do mundo com apenas um clique. Andrea Fornes, diretora por Parcerias de Produtos de Notícias do Google para América Latina, explicou que a plataforma será um elo entre as empresas de comunicação e o internauta que quiser assinar uma determinada publicação.

“Como o novo sistema permite fazer uma assinatura com a conta Google, como um Gmail, por exemplo, o processo ficou mais simples. A ideia foi desenvolver um produto para gerar mais assinaturas para as publicações em um momento desafiador”, destacou Andrea. A executiva disse que que o preço da assinatura, assim como o gerenciamento das ofertas, será estabelecido sempre pela publicação. “O Google não vai determinar o preço. Quem tem esse controle é sempre a empresa que publica”.

O Google também assinou contratos com o La Nación, da Argentina, e o Grupo Reforma, do México. O sistema já está funcionando nos Estados Unidos com o grupo McClatchy, que publica diversos jornais, como o Miami Herald.

A plataforma “Assine com o Google” faz parte da reformulação do Google Notícias, cuja nova versão estará completamente disponível no Brasil até o fim deste mês. O sistema contará ainda com um aplicativo que vai unir notícias com os vídeos de notícias do YouTube. O novo Google Notícias vai substituir o aplicativo Play Banca, além do site Google Notícias e Clima.

sábado, 12 de maio de 2018

Editora Abril, que publica Veja, teve prejuízo de R$ 331,6 milhões em 2017

Auditoria fala em “incerteza relevante”
Prejuízo cresceu 140% ante 2016
Patrimônio negativo foi de R$ 715 mi
Sede da editora Abril, que edita a revista VejaDivulgação
 
11.maio.2018 (sexta-feira) - 5h55
atualizado: 11.maio.2018 (sexta-feira) - 7h40
A Abril Comunicações S.A. registrou 1 prejuízo consolidado de R$ 331,6 milhões em 2017. O valor é 140% maior do que os R$ 137,8 milhões de prejuízo apurados em 2016.
O grupo Abril comanda a edição de algumas das revistas de maior circulação no país, como Veja e Exame. O balanço da editora foi divulgado em 30 de abril de 2018.
O relatório de avaliação (íntegra) elaborado pela PwC (PricewaterhouseCoopers) afirma que os prejuízos foram impactados por receitas e despesas “não recorrentes” e que visam reequilibrar suas finanças.
As despesas não recorrentes somaram R$ 139,8 milhões em 2017. Entraram nessa conta perdas com indenizações trabalhistas para redução do quadro de funcionários (R$ 23,7 milhões), consultorias para reestruturação financeira (R$ 7,9 milhões), baixa com ágio e mais valia da marca “Casa Cor” (R$ 45,1 milhões) e o programa de regularização tributária (R$ 63 milhões).
A auditoria da PwC, no entanto, aponta o que chama de “incerteza relevante” nos dados do balanço da Abril.
A empresa de auditoria afirma haver incerteza com relação à continuidade das operações do grupo. Parte disso estaria relacionada ao patrimônio líquido negativo de R$ 715,93 milhões da Abril no fim de 2017. No ano anterior, esse valor estava negativo em R$ 414,2 milhões.
Ainda de acordo com a PwC, “as demonstrações financeiras não incluem quaisquer ajustes em virtude dessas incertezas. Essa situação, entre outras (…)indicam a existência de incerteza relevante que pode levantar dúvida significativa sobre sua continuidade operacional“.

CORTE DE CUSTOS

A Abril fechou 2017 com receita líquida de R$ 977,7 milhões, queda de 1,96% na comparação com 2016 (R$ 997,3 milhões).
Já as despesas consolidadas da companhia em 2017 foram de R$ 1,14 bilhão, recuo de 8,37%. De acordo com o balanço, a queda nas despesas foi influenciada pela redução na estrutura operacional da companhia.

DÍVIDAS E RENEGOCIAÇÕES

Também na tentativa de acertar suas contas, a Abril negociou com seus fornecedores para alterar prazos de pagamentos. No fim de 2017, a companhia somava dívidas de R$ 177,7 milhões com fornecedores nacionais e R$ 26,8 milhões com estrangeiros. Somadas a outras contas como aluguéis a pagar (R$ 14 milhões) e publicidade (R$ 67 milhões), o total de débitos era de R$ 415,6 milhões.
O relatório também divulgou os valores devidos pela companhia por prazo de vencimento. No consolidado, eram R$ 338,5 milhões em contas a vencer e R$ 39,7 milhões vencidas.
O grupo de comunicação também acumulava R$ 216,4 milhões em empréstimos e financiamentos no fim do ano passado.

PROVISÕES PARA PROCESSOS JUDICIAIS

A Abril também lançou provisões para cobrir eventuais perdas com processos administrativos. No fim de 2017, a empresa somava provisões de R$ 5,07 milhões para processos tributários, R$ 34,13 milhões para trabalhistas e R$ 15,56 milhões para processos cíveis.

Fonte: Poder360

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Assinaturas digitais voltam a sustentar crescimento nas receitas do The New York Times

O jornal The New York Times anunciou na quinta-feira (04) uma alta uma alta de 3,8% em suas receitas totais (US$ 414 milhões) entre janeiro e março de 2018 sobre o mesmo período de 2017. O resultado foi novamente puxado pelo bom desempenho das assinaturas digitais. O diário norte-americano adicionou no primeiro trimestre deste ano 139 mil assinaturas digitais à sua base, uma alta de 25,5% em 12 meses. O faturamento específico com as assinaturas teve um salto de 7,5% na mesma comparação, para cerca de US$ 260 milhões – ou mais de 62% do total do negócio.
Esse movimento compensou uma queda na publicidade digital, cujo faturamento registrou baixa de 6% em relação ao ano passado. As receitas com publicidade digital somaram US$ 46,7 milhões, ou 37% do total do faturamento com anúncios da empresa. Thompson afirmou esperar uma nova queda na publicidade digital no segundo trimestre, mas disse estar confiante numa recuperação a partir de julho.
Aplicativos
A companhia informou que cerca de 40 mil dos novos assinantes vieram por meio de produtos digitais independentes, como os aplicativos de culinária e palavras cruzadas. Atualmente, o total de assinaturas digitais da companhia está ao redor de 2,8 milhões.
“Os resultados da retenção (de clientes) em nossos produtos de notícias foram muito encorajadores”, disse Mark Thompson, presidente da companhia, ao comentar o balanço, informou o jornal O Estado de S.Paulo. “Nós fomos capazes de manter os leitores que atraímos depois das eleições, sendo que boa parte deles já mantém a assinatura por mais de um ano, e também de reter nossos assinantes mais antigos”, afirmou. Foi a primeira vez desde o primeiro trimestre de 2016 que houve uma queda nesse segmento.

Uma surpresa
Em um resultado considerado de certa forma surpreendente pela companhia, a publicidade no jornal impresso se mostrou mais forte do que nos últimos anos – o principal executivo classificou o resultado do início de 2018 como o “melhor desde o terceiro trimestre de 2015”.
As receitas com publicidade impressa tiveram uma queda de 2% em relação ao mesmo período do ano passado. É uma retração bem menor do que a vista no início de 2017, quando a queda havia sido de 18% em relação ao resultado do mesmo período do ano anterior.

O lucro operacional ajustado – indicador que a empresa usa para comparar seus resultados – ficou em US$ 55,5 milhões entre janeiro e março, expansão de 10% sobre igual período de 2017, quando havia registrado US$ 50,2 milhões.
Documentário
Para atrair novos leitores, o jornal tem buscado formas de apresentar seu trabalho a novas audiências, especialmente com o uso do cinema e da televisão. “Em maio, teremos um documentário independente na rede Showtime que enfocará a nossa cobertura do primeiro ano de mandato de Donald Trump”, exemplificou Thompson. “E temos outros projetos em andamento, incluindo uma parceria com a produtora Anonymous Content que poderá acelerar a chegada do The New York Times à TV e ao cinema.”
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