quarta-feira, 11 de março de 2020

Jornais centenários tentam unir patrimônio a transformação

No Brasil, há 26 jornais centenários em circulação. E boa parte deles tenta alinhar a tradição conquistada em mais de 100 anos com ações pensadas para o digital

Por Carolina de Assis. Texto publicado originalmente no site do Knight Center for Journalism in the Americas

“Mídia de legado”. Essa é a tradução literal de uma expressão em inglês que designa os meios de comunicação estabelecidos antes de a internet revolucionar a circulação global de informações. A expressão parece particularmente adequada a jornais que ultrapassam um século de vida e buscam se adaptar às era digital. Constroem novos caminhos no jornalismo sobre as bases do patrimônio acumulado em mais de 100 anos de história.
No Brasil, há 26 jornais centenários em circulação. É o que o apurou o Centro Knight a partir de levantamento da Associação Nacional de Jornais (ANJ). Para se manter relevantes, eles buscam se manter fiéis à sua história e conectados aos seus leitores de décadas. Enfatizam seu pertencimento à comunidade, enquanto também se esforçam para consolidar sua operação digital e conquistar leitores jovens, já pouco afeitos ao papel.
Há pouco mais de dois anos, a lista da ANJ contava 31 deles. Desde então, vários jornais sucumbiram perante as transformações do jornalismo pós-disrupção digital. E as dificuldades afetam todos, independentemente do porte do jornal ou de a cobertura ser local ou nacional. É o que diz a jornalista e pesquisadora Hérica Lene, professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Ela coordenou a pesquisa “Jornais centenários do Brasil, como e por que sobrevivem em tempos de convergência midiática?”. De 2015 a 2018 entrevistou gestores de 19 jornais que circulam há mais de 100 anos no país.

 “Todo mundo está na mesma. Ninguém sabe exatamente para onde ir com a mudança da indústria do jornalismo”, diz. “É um novo modelo que se está buscando, porque é uma fala comum deles que a publicidade do impresso, como era, sustentava o negócio. O online sozinho não se sustenta em termos de publicidade. E o impresso está em crise justamente pela concorrência do conteúdo online. Eles vão para a internet, mas a internet por si só não sustenta o negócio”, observa a professora universitária em conversa com o Knight Center


Além do capital simbólico
Prestes a completar 111 anos de história, o Comércio do Jahu se tornou em maio um dos centenários que recentemente fechou as portas no país. Fundado em 31 de julho de 1908, o jornal cobria os acontecimentos da região de Jaú, cidade de 120 mil habitantes no interior do estado de São Paulo. Foi encerrado de forma dupla. Suas versões impressa e online chegaram ao fim e, 5 de maio de 2019. A edição especial de encerramento se dedicou a destacar o patrimônio construído pelo Comércio do Jahu em pouco mais de um século e seus laços com a comunidade. O público manifestou pesar pelo fim do jornal em depoimentos de leitores, anunciantes, colunistas e repórteres.
“O Comércio sempre acompanhou, ao longo de todos os anos, a vida política, cultural, social e esportiva da cidade. E se tornou patrimônio de Jaú, referência em informação, para o município e a região. Como jornal local, com circulação nas cidades circunvizinhas, era essa a principal cobertura, com análise. A população se viu órfã do trabalho realizado pelo Comércio”, diz Ana Karina Victor, diretora de redação do jornal pelos últimos 13 anos.
Encerramento em meio às dificuldades
A decisão de encerrar o Comércio do Jahu se deu após o jornal passar cerca de quatro anos com dificuldades para se manter, contou ela. Várias soluções foram discutidas entre a redação e os proprietários do jornal, como manter as edições impressas, porém com menor periodicidade, e até acabar com o impresso, mas manter o jornal online. No entanto, os proprietários acabaram decidindo encerrar de vez as atividades do Comércio, pontua Ana Karina.
“A situação não é diferente do que ocorre com outros veículos de comunicação. Um número menor de pessoas que se dispõem a comprar o jornal na banca, fazer assinaturas do impresso ou digital. Além do mercado retraído de publicidade”, principalmente no interior, argumenta.
“Um número menor de pessoas que se dispõem a comprar o jornal na banca”
“Abre um vácuo sempre que um jornal fecha. Abre mais um espaço no deserto de notícias. No caso de jornais centenários é um abalo muito maior”, diz Marcelo Rech, presidente da ANJ, ao Knight Center. Para ele, o grande ativo de qualquer empresa, seja ela jornalística ou não, é a confiança. E essa relação é algo que os jornais centenários tiveram um bom tempo para construir com seus leitores. “Quando a gente fala de informação, ter 100 anos de história ou mais é um ativo, é um patrimônio que estabelece uma relação de confiança raríssima”, pontua Rech.
A pesquisadora Hérica Lene observou em sua pesquisa que, de fato, esse patrimônio dos jornais centenários ajuda a mantê-los funcionando e os diferencia de outras publicações. “Esse capital simbólico é muito importante em termos de valorização do jornalismo enquanto local de checagem, de informação. As pessoas confiam nessas marcas, que carregam essa credibilidade” cultivada ao longo de décadas, diz.
“Abre um vácuo sempre que um jornal fecha. Abre mais um espaço no deserto de notícias”
No entanto, essa não é uma garantia de sobrevivência, como demonstra o caso do Comércio do Jahu. O que esses jornais enfrentam é “uma crise do modelo da indústria jornalística”, ressaltou a pesquisadora. Segundo ela, um traço em comum aos jornais centenários analisados é a dificuldade de manter a edição impressa. Algo que deve “pelos custos e pela concorrência com o conteúdo da internet”. Além de equipes reduzidas em redações — que já foram mais povoadas do que são hoje.
A pesquisa de Hérica Lene também apontou que a maior parte destes jornais têm como foco a cobertura local. Para isso, aposta-se na proximidade com a comunidade em que estão inseridos. “Eles tentam dar um enfoque bastante regional [na cobertura], porque o jornalismo online dá o nacional e o internacional. E a valorização do regional é o que ajuda a sustentar esses jornais”, observa.
Tradição e fidelidade
O centenário Correio do Povo, que tem sede em Porto Alegre e já leva 124 anos como um dos principais jornais do Rio Grande do Sul e do país, é um exemplo dessa valorização do regional identificada por Herica Lene em sua pesquisa. No caso, o jornal se dedica com especial atenção à cobertura do que acontece no Rio Grande do Sul e faz a cobertura nacional a partir do ponto de vista gaúcho. Telmo Flor trabalha no Correio desde 1986, ano em que o jornal voltou a circular após dois anos sem ser publicado, e é hoje seu diretor de redação. Ele diz que o Correio “é um jornal tradicionalíssimo, principalmente no interior do estado, com uma profunda ligação com os leitores. A fidelidade aqui é enorme”.

Característica do público
Segundo ele, trata-se de uma característica dos leitores do Correio, e de algo “também muito típico do Rio Grande do Sul”. “Os gaúchos gostam de honrar seus traços culturais. E acho que o Correio faz um pouco parte disso”. A tradição do Correio é lembrada diariamente não só aos leitores, por meio de uma seção que resgata o que saiu no jornal de 100 anos atrás, mas também aos colaboradores que trabalham na redação.
“A gente costuma dizer que o Correio tem uma ‘constituição’. Temos na redação um fac-símile da primeira página do primeiro exemplar do jornal, lá em 1895, e tem um editorial ali que é bastante moderno. É muita história, mas para nós é verdade, está ali, dito. Somos apartidários, nós somos modernos… É uma tradição junto com modernidade que é boa para o nosso negócio também”, comenta Flor. O jornal, que é parte do Grupo Record de Comunicação desde 2007, teve circulação diária média de 66.950 exemplares impressos (9º lugar nacional) e 41.326 digitais (8º lugar) no primeiro semestre de 2019, segundo dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC) disponibilizados ao Knight Center.
“Temos consciência de que o que podemos oferecer de diferencial no mercado é credibilidade”
O Correio tem sua receita “cada vez mais vinculada diretamente ao leitor”, afirma Flor, com assinaturas e vendas avulsas igualando a publicidade como fonte de divisas para a publicação. E também aqui a história do jornal desempenha um papel.
“Cada vez mais temos consciência de que o que podemos oferecer de diferencial no mercado é credibilidade, e que não é uma credibilidade conquistada ontem ou anteontem com alguma matéria. É uma credibilidade de 124 anos e que, sim, parece meio anacrônico, mas nós gostamos disso. Sabemos que as pessoas pagam o jornal por gosto. Afinal, o sujeito tem por aí milhões de linhas de informação todos os dias, de graça, pela internet. Por que ele paga aqui? Porque ele acredita no jornal. Porque nós oferecemos um jornalismo de qualidade. Tentamos todo dia honestamente fazer isso, e o leitor percebe. Passamos para o leitor essa ideia de que estamos a serviço dele e tentando sempre fazer o melhor”.
“Passamos para o leitor essa ideia de que estamos a serviço dele”
Estar a serviço do leitor, para o Correio, significa estar presente não só em Porto Alegre, mas em outras nove cidades do interior do Rio Grande do Sul. O jornal tem correspondentes em Uruguaiana, Pelotas, Santa Cruz do Sul, Caxias do Sul, Santa Rosa, Frederico Westphalen, Novo Hamburgo, Canoas e Santa Maria. Essas bases “representam o nosso vínculo com as comunidades do interior também”, diz Flor. Para ele, isso também é parte do legado de mais de um século do jornal. O Correio aposta na tradição também em sua operação online. Segundo seu diretor, o jornal busca preservar no ambiente digital o modo de fazer jornalismo que consolidou o impresso.

 “Dos jornalões, quem sobrevive no meio digital com algum sucesso? O New York Times, o Wall Street Journal, o Zero Hora, o Correio do Povo, O Globo. É quem tem história para contar. Ou seja, tem credibilidade. E não é só porque eles são famosos, é porque também preservam suas vinculações comunitárias. No nosso caso, acreditamos que temos que preservar nossa vinculação com o sujeito da outra ponta, que é o leitor. E tentamos todo dia fazer isso, imagino que com algum sucesso. A gente se esforça”, ressalta.

Em busca da “geração entrante”
Nos centenários que buscam também se consolidar online, a aposta é na proximidade da relação com o público leitor, por meio de redes sociais, por exemplo, e em produzir conteúdo para a internet em diferentes linguagens, constatou a pesquisadora Herica Lene. E para uma publicação que nasceu e se consolidou em uma era em que jornal era sinônimo de impresso, essa transição não é pouca coisa.
“O desafio é falar com o público mais jovem, porque os mais jovens não leem jornal de papel”, diz. “O grande desafio deles é tentar atrair esse público, que lê pela internet e não tem ligação afetiva com a marca do jornal nem com o papel. O público desses jornais que gosta de jornal de papel está envelhecendo Como eles atraem os jovens?”.
O pernambucano Jornal do Commercio (JC), sediado no Recife, tem tentado responder a essa pergunta e seguir se renovando após 100 anos de história, completados em abril desse ano. O Sistema Jornal do Commercio de Comunicação, conglomerado de mídia proprietário do jornal, tem também uma rádio, a Rádio Jornal, que opera no Recife e em outros cinco municípios de Pernambuco. Manté, ainda, dois canais de TV locais, a TV Jornal Recife e a TV Jornal Caruaru. Há, por fim, o portal online NE10, onde está hospedado o conteúdo de todos os meios da empresa.
“O desafio é falar com o público mais jovem, porque os mais jovens não leem jornal de papel”
“O Jornal do Commercio é o principal. É a origem de tudo”, enfatiza Maria Luiza Borges, diretora de conteúdos digitais do conglomerado. “Essa marca nos referencia, mas a cada dia a gente está procurando trabalhar de forma totalmente integrada”. Essa integração, que começou em 2016, significou o compartilhamento de conteúdo entre todas as plataformas do Sistema, conforme explica executiva.
Os profissionais da redação produzem conteúdo para todos os meios. “Apesar de o jornal ser a grande referência, porque é de onde vem a nossa marca, hoje a gente não consegue falar mais, por exemplo, de um repórter do Jornal do Commercio, porque nada que um repórter faz vai ficar restrito ao jornal”, disse ela.
Esse processo levou à redução da equipe, com pelo menos dois momentos de demissões de membros da redação nos últimos dois anos, admitiu Maria Luiza. E, segundo ela, a operação do Jornal do Commercio, separada dos outros meios do Sistema, ainda é deficitária. A receita do jornal, que se divide quase igualmente entre publicidade e assinaturas, não cobre os custos de produzir “jornalismo com critério” e sustentar a estrutura necessária para imprimir o jornal em papel, afirma.


“A gente não consegue falar mais, por exemplo, de um repórter do Jornal do Commercio, porque nada que um repórter faz vai ficar restrito ao jornal”
“Se não estivéssemos vivendo como sistema, a situação hoje seria muito mais complicada. A capacidade de visualizar o Sistema Jornal do Commercio como órgão único de geração de conteúdo foi que nos deu um fôlego para chegar onde chegamos. Não estamos dando lucro, mas pelo menos aqueles anos de vultosos prejuízos ficaram para trás”, comenta.

“Não estamos dando lucro, mas pelo menos aqueles anos de vultosos prejuízos ficaram para trás”
Segundo dados do IVC, o Jornal do Commercio teve no primeiro semestre de 2019 média de circulação impressa diária de 15.792 exemplares (21º lugar no ranking nacional de impressos medidos pelo IVC). A circulação digital teve média no período de 8.491 exemplares (1º lugar). O jornal é o único de Pernambuco a figurar nas listas do IVC. A diretora de conteúdo garante que tem pessoas “com 20, 30 anos” de assinatura do Jornal do Commercio, e que o jornal se preocupa em valorizar esses leitores fiéis. Mas um dos principais esforços no momento é ‘cuidar das novas gerações’”.
“Tem um fenômeno, que é muito do nosso tempo, de uma geração entrante que tem pouca fidelidade ao jornalismo de qualidade. Ela vai ler o que passar na timeline ou o que o amigo mandar, seja por mensageiro, seja na timeline do amigo, seja no Instagram da prima e por aí vai. Então é um mega desafio para a gente conversar com esses entrantes, porque daqui a dez anos são eles que teoricamente deveriam estar consumindo jornalismo de qualidade. E se a gente não sensibiliza e não mostra pra eles que é duro fazer, produzir e trazer essa informação de qualidade, a gente muito provavelmente vai ter o esvaziamento da nossa audiência”, analisa.
“Tem um fenômeno, que é muito do nosso tempo, de uma geração entrante que tem pouca fidelidade ao jornalismo de qualidade”
Nesse esforço, o Jornal do Commercio prepara sua renovação digital e buscou ouvir representantes dessa geração em grupos focais reunindo tanto jovens leitores do jornal como “gente que nos lê acidentalmente, porque um link passou por acaso na timeline deles”, pontua Maria Luiza. O objetivo foi ouvir desses jovens “o que geraria valor para a vida deles, o que podemos entregar que faça sentido para eles”.

Participando de projetos
Além disso, o Jornal do Commercio tem buscado fortalecer sua operação online participando de projetos financiados por Google News Initiative (GNI) e Facebook Journalism Project. São iniciativas de fomento ao jornalismo por parte das gigantes das plataformas digitais. O Jornal do Commercio é parte do Comprova, projeto que reúne 24 veículos no combate à desinformação.
Participou dos aceleradores de produção de vídeo e de notícias locais do Facebook. E acabou de ser selecionado no Desafio de Inovação do GNI com um projeto de verificação de fatos. “Temos tentado ir além das formas tradicionais de financiamento. Temos ido atrás de projetos bem específicos porque ajudam nessa travessia”, diz a diretora, em referência aos desafios simultâneos da geração de receita e da produção de conteúdo online. “Como diz um amigo meu, são vários pratos rodando e nós tentamos dar conta de todos eles. Ou é isso ou despenca tudo, né?”, riu.


O ativo da marca centenária
Para Marcelo Rech, da ANJ, jornais são “amálgamas da comunidade”. Ao longo de décadas, eles criam uma “liga de pertencimento” à comunidade que acaba transcendendo o produto comercial oferecido. No caso dos centenários voltados ao jornalismo regional, esse aspecto se exponencia, pela extensão do tempo e pela concentração do espaço da cobertura. O grande diferencial dos centenários, destaca ele, é a “construção gradual, sólida, permanente, da credibilidade e da confiança”. “Do ponto de vista da informação hoje, essa é a maior necessidade, a maior demanda e o atributo mais reconhecido”, afirma.
Destacar a própria história na tentativa de sensibilizar os leitores para a importância do jornal e seu legado “nem sempre comove”, acredita Rech, que também é vice-presidente editorial e institucional do Grupo RBS. “Já vender a noção de confiança, de reciprocidade, de que ‘estamos aqui há muito tempo fazendo jus à confiança da comunidade e estaremos aqui por muito mais tempo fazendo jus à comunidade’, é um ativo único, relevantíssimo, inigualável. Não pode ser comprado na prateleira, não está à venda. Uma tecnologia, a capacidade de divulgar informação mais rápida, isso está na prateleira, eu diria. A confiança, a credibilidade, não. Isso não se compra, isso se constrói”, disse ele.
“Uma tecnologia, a capacidade de divulgar informação mais rápida, isso está na prateleira, eu diria. A confiança, a credibilidade, não”
E embora as transformações no jornalismo e o imperativo do digital assombrem meios impressos de todas as idades, os centenários têm inclusive uma significativa vantagem nesse cenário, acredita o presidente da ANJ. “Nós não estamos no ramo da impressão de papel. Estamos no ramo da produção de informação confiável, cuja difusão se dá em diferentes plataformas, entre as quais a impressa. Para nós, o que é fundamental é a marca estabelecida, e os centenários têm uma vantagem, porque são marcas muito estabelecidas, muito enraizadas. E o reconhecimento da marca é o grande ativo da relevância”.

quarta-feira, 4 de março de 2020


New York Times, WSJ, Washington Post share best practices in digital subscriptions


David Rubin is the first chief marketing officer in the history of The New York Times. As he sat on stage with the chief marketing officers of The Wall Street Journal and The Washington Post on Thursday, he asked: “Why are we all adding marketers when everyone else doesn’t think they need one?”

At The New York Times, The Wall Street Journal, and The Washington Post, the title has made a comeback. And while each one’s job description varied, the overarching strategic plans and daily specific details of digital subscriptions are central to what each of them do, the particulars of which they shared at INMA’s.

Thoughts from The New York Times’ unexpected CMO

Rubin was head of global brand at Pinterest and charged with brand building for Unilever’s hair products and Axe deodorant before joining The Times in 2018. Rubin described the previous marketing era at The Times as “extremely functional,” without a larger mission or emotional connection.

 “Our marketing journey with me there really begins in 2017,” he said. “The [U.S. presidential] election had just happened. The inauguration had just happened. And there was a huge conversation about facts. 

Almost a year later, The New York Times had done its coverage of the Harvey Weinstein sexual abuse charges, sparking the #MeToo movement. 

And then in 2019, an ad tried to show the work process of its journalists: 

“There are 185 million people in the United States who read digital news each month,” he said. “And fewer than 15 million who pay for it. There is no other industry I know where that’s the case. Fundamentally, we’re not in competition with each other. If we continue in a place where only 15 million people pay for news, we’re going to have problems.”

The Wall Street Journal shares 10 tips for engaging digital subscribers

Chief Marketing Officer Suzi Watford recalled being at the first INMA Subscriptions Summit in London in 2018. Just before she took the stage, she learned Dow Jones had hit its goal of reaching 3 million subscribers. It’s now at 3.5 million.

That year on stage, she shared 10 useful tips. On Thursday, she shared her updated list.
  1. Partnerships with new audiences. Lean into platforms, Watford said. The Journal’s relationship with Apple News+ has opened it up to new audiences, especially female readers and young readers, with low cannibalisation.  
  2. Paid partnership with new markets. The Journal formed a partnership team with news media companies that pay to bundle The Journal with their own products. This gives those companies (Toronto Star, Bonnier, Sanoma, for example) added value for readers and gives The Journal reach in markets it otherwise wouldn’t have.
  3. Building future audiences through student membership. A quarter of The Journal’s audience first came to the new media company when they were in college. The Journal now has more than 200 colleges it partners with to reach more than 2 million students.
  4. Filling the funnel. The “wave model” of consideration, discovery, conversion, and engagement means The Journal is far better at predicting the size of the pools of warm and hot prospects as it goes into big news periods of sales cycles.
  5. Offering more customer choice. The choices of print, print + digital, and digital need to be expanded. The Journal is focusing on lighter offers to grow audience at a lesser cost entry point.
  6. Understanding habits. The biggest clue to churn is low engagement — not how much someone is reading, not how long they spend on the Web site. The Journal took 58 different actions (from getting new readers signed up for crossword puzzles or newsletters) in the first 100 days someone is subscribed to build that habit.
  7. The importance of onboarding and the first 100 days. The Journal’s onboarding went from five steps to 15 steps. Retention for onboarded readers is 18% higher, and about half of new readers make it through all the steps.
  8. Investing in sales and retention. The Journal got better at handling readers who want to unsubscribe (“Before, we said, ‘Please don’t go’ and that’s all there was.”). The team also got better at predicting a customer’s likelihood to be retained, deciding whether it was worth it to pull out all the stops.
  9. Benchmarking churn: Watford reminded the INMA audience that they can’t compare digital churn to print churn. Spotify has a churn rate of 4%-5%. “Benchmark yourselves against others — not against print newspapers.”
  10. Creating better experiences: “Product is hard. I’ve been through every version of it. We’ve began to focus far more on what the goal is. We’ve had deep, long conversations along goal alignment with deep level agreement.” The result of these conversations is a team — including engineering, design, product strategy, and operations — focused on the customer journey. 

3 ways The Washington Post looks at digital subscriptions

“For so long, Washingtonians knew The Washington Post as their local paper,” said Miki Toliver King, chief marketing officer at The Washington Post. “They read about their kids’ sporting events and local teams. The challenge for us over the last almost two decades is, how do we go from being the local paper that is the subject of dinner conversations of our parents and grandparents to growing beyond that to a global digital media enterprise that is the primary source of information for pundits and commentaries really worldwide.”

The core of the news company’s mission statement hasn’t changed, King said. This mission is still to bring world-class journalism to audiences.

Everything from that mission forward begins and ends with understanding its audience, she said. From feedback from their audiences across the nation, it’s obvious this is a challenge:
“I don’t know where to start.”
“It’s overwhelming.”
“There’s just too much news to sift through.”
“I don’t have enough time dedicated to reading everything.”

And this, from a 98-year-old reader in Des Moines, Iowa: “News was just news back in my day.”
King shared the three broad categories her team uses when thinking about growing digital subscriptions:

1. Inform
For the past two years, teams at The Washington Post have worked to cover stories readers said they were interested in. Some of these topics were being covered, but they weren’t published in ways readers could easily find them. The Washington Post launched three “new” verticals. The topics weren’t new, but the platforms were.
  • By the Way is a travel vertical focused on audiences that are primarily digital, targeting them in ways the publisher’s old travel coverage did not.
  • Voraciously is a new look at The Washington Post’s decades-old food section, exposing its food content to different audiences.
  • Launcher is a gaming vertical, bringing technology coverage to the Web and to social media in ways it hadn’t before to reach new audiences. 
2. Connect
“Our journalism is really only as good as our product and marketing teams are able to get this information to people on their platforms,” King said. “How do we use other people’s networks to continue to reach new audiences?”
With this in mind, The Washington Post has partnered with Facbook, YouTube, Instagram, Snapchat, and Apple News. Washington Post content is available on these platforms, and platform-specific engagement opportunities are created for these platforms (generating new leads, signing up for newsletters). 

3. Activate
King mentioned The Washington Post’s 2020 Candidate Quiz as one piece of content that engaged readers — readers who answered the quiz, shared the quiz, talked about the quiz on social media.
“We want readers to do more than just consume The Washington Post,” King said. “Our readers are interacting with us in ways that have to do more than passively reading The Washington Post. We want to grow our audience. But what’s really important to us is growing the number of people who are actively engage in content in various ways.”

About Dawn McMullan

Fonte: INMA