sábado, 22 de julho de 2017

Paywall no Facebook é demanda antiga dos veículos
A possibilidade de a plataforma implantar o conteúdo pago no Instant Articles mostra uma mudança de estratégia em como ela lida com os publishers

Anotícia de que o Facebook estaria estudando o desenvolvimento de um modelo de paywall para publishers no Instant Articles ventilou com bastante desinformação. Após Campbell Brown, head de novos negócios da empresa, contar ao site de notícias TheStreet que estava nos planos a cobrança no Instant Articles, muitos sites deram que o Facebook cobraria por qualquer notícia. Apesar dos desencontros que ela causou, a informação é importante já que sinaliza um novo posicionamento da plataforma em relação à monetização de conteúdo.

A medida, segundo Campbell, é uma das respostas do Facebook às reclamações sobre a falta de sensibilidade da empresa com as receitas de veículos. Recentemente, a News Media Alliance encaminhou ao congresso americano um pedido de revisão de suas leis antitruste de forma que a entidade possa representar centenas de jornais na negociação com plataformas. Meio & Mensagemapurou que a iniciativa do Facebook é uma demanda antiga dos veículos que pediram à plataforma um modelo de negócios de cobrança. Em nota, o Facebook Brasil afirma que está em conversas iniciais com diversas organizações de mídia sobre como pode dar melhor suporte aos modelos de negócio por assinatura. A previsão é que, até outubro, sejam iniciados os testes e, até 2018, o modelo comece a vigorar.

 “Sem paywall, a gente não abre nosso conteúdo no Facebook”, diz Sérgio Davila
Em comunicado divulgado na noite desta quinta-feira, 20, o Facebook anunciou um balanço sobre os seis primeiros meses do projeto Facebook para Jornalismo. A empresa informou que o Instant Article paga mais de US$1 milhão por dia para os veículos de mídia via Facebook Audience Network e, nos últimos 6 meses, a receita por cada mil visualizações a partir do Facebook Audience Network em Instant Articles aumentou mais de 50%. “Estamos entusiasmados com esse momento e continuaremos a investir no Instant Articles: mais de 10 mil veículos em todo o mundo usam o formato, com um crescimento de 25% apenas nos últimos seis meses. Hoje, mais de um terço de todos os cliques para artigos no Facebook são para Instant Articles”, informa a empresa.
Sérgio Dávila, editor-executivo da Folha de S.Paulo, explica que o jornal não estava no Instant Articles justamente pela ausência do paywall. “Sem essa possibilidade, a gente não abre nosso conteúdo. Apesar de as informações serem incipientes parece que, de fato, eles vão passar a aceitar”, diz Dávila.
 
O Instant Article paga mais de US$1 milhão por dia para os veículos de mídia via Facebook Audience Network
Luciana Bazanella, profissional com passagens pela AG2 Nurun e atualmente consultora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), explica que com tal atitude o Facebook sinaliza que enxerga o conteúdo jornalístico como forma de adicionar novas receitas.
“Facebook está dando uma colher de chá aos veículos que usam paywall”, diz Caio Túlio Costa.
“Parece que o ‘it’s free and will always be’ do Facebook não resistiu aos novos tempos. A implementação do paywall no Facebook consolida a plataforma como um uber veículo de comunicação da nova era, um hub para audiência acessar publishers a partir da lógica do seu algoritmo. A polêmica medida certamente enfrentará resistência do público, mas o que mais podemos depreender deste movimento? ”, diz Luciana.

Segundo Luciana, já se sabia que a restrição do inventário do Facebook iria pressionar a companhia a buscar fontes de receitas nas plataformas (messenger, instagram, whatssapp), mas a movimentação no sentido do modelo de assinaturas certamente tem a ver com a pressão de diversas áreas da sociedade com a disseminação de notícias falsas. “Fala-se abertamente sobre como a eleição de Trump foi influenciada pelas fake news e entidades como a Associated Press estão trabalhando em coletivos para melhorar a qualidade da informação que circula na rede. O Facebook agora tenta achar uma forma de dividir com os publishers o bolo da exploração deste conteúdo através da criação de novas receitas, e assim não ter que mexer no bolso. Resta saber se a audiência vai comprar essa ideia”, completa Luciana.

Carlos Eduardo Lins da Silva, ombudsman da Folha de S.Paulo de 2008 a 2010, reforça que a notícia é um passo na direção certa na medida em que valoriza o conteúdo jornalístico outrora desvalorizado no mundo digital. Caio Túlio Costa, fundador da empresa Torabit, acredita que, apesar da desinformação envolvendo a notícia de que o Facebook iria cobrar por qualquer conteúdo jornalístico, a incorporação do paywall dos publishers na plataforma vai permitir que os jornais cobrem. “O Facebook está dando uma colher de chá aos veículos que usam paywall”, diz Túlio Costa.

Para Ana Brambilla, especialista em conteúdo digital, paywall já não faz sentido em site jornalístico e não fará dentro da plataforma. “Em rede social, então, é ainda pior, pois o público não está ali pra ver notícia; elas aparecem por acaso. Esse consumo casual de notícias no newsfeed é algo que a pesquisa da Reuters indica já há alguns anos. E mais: há dúvidas importantes aí, por exemplo: qual vai ser o revenue share do Facebook? Quem terá acesso aos dados desse assinante?”, provoca.
Foco no Marketing x Foco nas Vendas

Estilos de gestão da carteira de assinantes e seus impactos na circulação e no lucro das empresas jornalísticas


Diferenças de estilo na gestão da carteira de assinantes podem trazer resultados bem diferentes no longo prazo, para a circulação e para os lucros. Apesar de objetivos comuns – aumentar o faturamento e a participação de mercado – diferentes estilos de gestão provocam reações diferentes na base de assinantes e na lucratividade do negócio.

Os diferentes estilos de gestão

 O “Foco no Marketing” pensa no produto a longo prazo, na criação de valor para o cliente, em atrair e reter clientes, na criação e implantação de estratégias que solidifiquem e expandam a posição da empresa no mercado, entre outros. Quem tem esse foco, vive em função do consumidor, da criação e satisfação de expectativas e necessidades dos assinantes. Pensa na criação e no fortalecimento da marca.

O “Foco em Vendas” pensa na transação comercial a curto prazo, em realizar o negócio, em cumprir a meta do mês, em buscar resultado. É atirar primeiro e mirar depois!

A sobrevivência de um estilo ou outro na empresa jornalística não acontece por acaso. A questão é mais complexa e pode envolver decisões do tipo como satisfazer o acionista e o consumidor ao mesmo tempo. Geralmente, o consumidor vem em segundo plano.

Da parte do acionista, o que interessa é o crescimento dos lucros e do valor da empresa no mercado. Já para o cliente, o que interessa é a satisfação e a qualidade dos produtos vendidos pela empresa e dos serviços prestados, além, é claro, da cobrança de preços justos.

As estratégias e métodos de marketing a serem adotados para atender os interesses aparentemente conflitantes, devem ser muito bem analisados por empresários e gestores. Ambos deveriam pensar mais a longo prazo.

É sabido que reter clientes é mais barato e lucrativo do que conquistá-los. Basta fazer contas simples para confirmarmos o quanto é mais barato. Por que então a dificuldade em se adotar uma estratégia que privilegie a retenção?

A Empresa Hard Selling

As empresas jornalísticas que utilizam o “foco nas vendas” na gestão de sua carteira de assinantes, geralmente focam suas principais ações em campanhas de venda de assinaturas na base de promoções de preço e/ou promoções com produtos agregados, para aumentar o valor do composto de marketing (jornal+preço+produto agregado) oferecido ao mercado. Essas ações, não raramente, põem em cheque a fidelidade dos já assinantes, quando oferecem preços mais vantajosos para o novo assinante, bem como ofertas atraentes para a captação em massa. O uso persistente de produtos agregados para “vitaminar” o composto de marketing também pode alterar a percepção do cliente quanto ao produto principal, fazendo com que o mesmo passe a considerar o jornal como mero acessório, um meio para conquistar o “produto” oferecido no composto.

O que se observa na prática são aumentos da carteira a curto prazo durante a campanha, seguido de uma queda inevitável ao seu término. A longo prazo, a tendência de queda de circulação continua.

A idéia de crescimento rápido reflete de uma certa forma a natureza do nosso tipo de indústria, mais reativa que pró-ativa. Somos mestres em executar milhares de atividades a cada dia, para a produção do jornal diário. Todas atividades de curto prazo. A necessidade do foco diário no produto, talvez explique em parte nossa visão imediatista por resultados, com pouco planejamento a longo prazo e pouca tolerância por aguardar resultados futuros, oriundos de coisas abstratas como “fidelidade”.

Essa atitude é uma herança da economia da era industrial -  produção em massa, mídia em massa, distribuição e consumo em massa. Pena que hoje o mercado caminha na direção oposta.

A Empresa com foco no Marketing

Ter foco no Marketing significa pensar primeiro no cliente, exigindo uma alteração substancial no modelo de gestão do negócio, com reflexos na estrutura organizacional e no tipo de profissional que deve trabalhar na empresa. É uma questão de escolha. Normalmente, é muito mais difícil decidir sobre o que não fazer do que o que fazer.

Foco no cliente é antes de tudo rever processos e adequá-los às necessidades dos clientes. É a empresa subordinada aos clientes em todos os níveis.

Softwares de Data Base Marketing ou CRM são importantes, mas meras ferramentas. Se não servirem para atender e compreender melhor o cliente, é dinheiro jogado no lixo.

Ter foco no cliente é viver em constante mudança. Mudança na maneira que servimos os clientes e na compreensão de suas necessidades, que estão em constante mudança, com reflexos em processos e em produtos.

Numa empresa com foco no cliente, o processo de vendas é o início de um relacionamento duradouro, onde o respeito pelo cliente deve prevalecer a todo tempo. Venda indevida nem pensar. Ligar para quem já é assinante para oferecer assinatura, esqueça.

A empresa com foco no cliente reconhece, como ativos, a sua base de clientes e a sua marca, além dos demais ativos contábeis, sendo aqueles a principal garantia de lucros futuros.

Marketing ou vendas, qual é mesmo o seu foco?


O Processo de Venda de Assinaturas

A venda de assinaturas de jornais e revistas pelos métodos tradicionais, principalmente via ação de telemarketing ativo, apresenta crescente dificuldade, por diversos motivos. Seja pela resistência cada vez maior das pessoas atenderem ligações de empresas de telemarketing, seja pelo baixo índice de leitura ainda observado na nossa população, bem como pela baixa percepção de benefícios versus custo financeiro na aquisição de uma assinatura, a realidade é que o crescimento/manutenção da carteira de assinantes, somente baseado nesses canais de venda, cada vez se torna mais difícil.

As vendas pelo canal telemarketing ativo ainda apresentam uma outra dificuldade: nas principais cidades do país, já existem listas de “Não me ligue” disponibilizadas pelo PROCON, onde o consumidor registra o seu nome e telefone, e no caso de ligações para venda de qualquer bem ou serviço, a empresa que liga para o número de telefone registrado na lista está sujeita ao pagamento de multas elevadas.

Os mailings utilizados para a ação de venda, geralmente são listas não qualificadas de nomes e telefones, ou listas de ex-assinantes, igualmente pouco qualificadas, o que dificulta muito a argumentação utilizada pelo vendedor, para a venda da assinatura ao leitor. Sem contar, que os operadores de venda, em boa parte, não conhecem em profundidade o produto que vendem, até por que não são leitores habituais desse produto.

Características dos demais canais de venda

O canal porta a porta, utilizado por alguns jornais, principalmente no interior, não apresenta grande desempenho, além do custo dessas vendas ser mais elevado do que no canal telemarketing.

A utilização de malas diretas é quase insignificante no meio jornal, apesar de bem utilizado pelas grandes editoras de revistas de circulação nacional. Tem como ponto negativo a baixa conversão, principalmente, para mailings não qualificados.

A venda corporativa, utilizada com mais frequência pelos jornais financeiros, também não é muito utilizada pelos jornais tradicionais, podendo ser uma alternativa a ser explorada pelas editoras, para a venda direta para empresas, com a possibilidade de desconto em folha ou pagamento direto pelo assinante.

O canal corpo a corpo, que alguns jornais utilizam para a venda em shoppings e pontos de grande circulação de pessoas, apresenta algum resultado, se a campanha de vendas estiver ligada a uma promoção atraente, onde o futuro assinante já ganha um brinde na hora do fechamento do contrato.

Nos canais receptivos, seja via central de atendimento ou pelo canal internet, que apresenta o menor custo de captação, o volume de vendas costuma ser ainda inexpressivo, já que não é muito divulgado e nem tem uma atratividade de preços que possa motivar os leitores a utilizar mais esses canais para fazer a assinatura.

As ações de degustação, quando o prospect recebe gratuitamente o jornal diário por um período não superior a 30 dias, seguido de ligação telefônica para tentar a efetivação da assinatura, tem um custo elevado e sem garantias de sucesso, já que não consegue sensibilizar facilmente os novos leitores do produto, que ainda podem ter resistência a dispender dinheiro com um produto considerado, muitas das vezes, supérfluo.

As ações de member-get-member, são pouco utilizadas e poderiam ser melhor exploradas, principalmente se o já assinante for bem qualificado e poder usufruir de algum benefício com a indicação de algum amigo para se tornar assinante do jornal/revista.

Afinal, qual seria a saída para uma situação atualmente tão complexa, em um mercado que muda de comportamento de forma cada vez mais rápida, por conta das novas tecnologias, e que está, cada vez mais, a desafiar os profissionais de marketing e vendas das editoras de jornais e revistas?

O entendimento do processo de vendas

Inicialmente, as editoras deveriam trabalhar melhor seu marketing institucional, vendendo de forma clara e objetiva a importância do produto jornal ou revista, para a defesa do Estado democrático e da manutenção de uma sociedade mais justa e que propicie o desenvolvimento e o bem estar de todos, seja pela divulgação de informação de utilidade pública, tanto quanto pela divulgação de informação cultural e de lazer.

A atividade jornalística tem que ser valorizada pelo público leitor, de forma que os produtos comercializados pelas editoras, possam ser valorizados pelos mesmos leitores. Tem que ficar claro que a informação de qualidade custa caro, pois depende de atividades como levantamento da informação, investigação de veracidade, formatação, impressão do produto e sua distribuição para os leitores. Mesmo para o produto digital, os principais custos continuam a existir, para que se consiga uma informação de qualidade e divulgado na velocidade que o meio exige.

Outro aspecto relevante é o conhecimento sobre o público leitor do produto. O que ele valoriza na publicação? Quais são seus principais dados demográficos e psicográficos, para o levantamento de um perfil de leitor que sirva de base para a prospecção de novos assinantes? Quais são suas opiniões sobre as principais questões da sociedade em que habita? Como o jornal ou revista pode atender aos anseios desse público?

Pelo visto acima, se a empresa não investe em conhecer melhor seu leitor e não se comunica bem com esse público, cada vez fica mais difícil a atividade de captação de novos leitores, independente do canal de captação. Como resolver essa questão?

O início do processo de vendas

Sem o devido conhecimento do público alvo de seu produto, fica muito difícil conseguir maior eficácia em todo o processo de vendas de assinaturas, pois a empresa continuará a trabalhar no escuro, sem saber para qual perfil de público dirigir suas ações de vendas, perdendo tempo e recursos preciosos. A falta de conhecimento do perfil do leitor, dificulta ainda a utilização de argumentações mais eficazes para cada tipo de público, que aumentariam substancialmente as chances de sucesso na venda.

Além do levantamento de dados demográficos e psicográficos sobre o público leitor, a tecnologia atual permite o rastreamento de todas as consultas às edições digitais feitas pelos leitores, onde o “rastro” deixado pelo leitor nas diversas páginas acessadas, permite a identificação de seus interesses e tempo dedicado aos diversos tipos de notícias veiculadas. Para que esse levantamento possa ser possível, o leitor tem que ser previamente identificado, mesmo para o acesso livre (sem custos) à edição digital do produto.

O levantamento dos dados demográficos e psicográficos, pode ser feita em etapas, desde o momento inicial por ocasião da venda da assinatura, procurando-se sempre a atualização e complementação das informações sobre o assinante, em todas as oportunidades de contato do mesmo com a editora. Esse processo tem que estar bem desenhado e compreendido pelos operadores da central de atendimento, para que em todas as vezes que o assinante ligar para a empresa, seja um momento de verificação e enriquecimento de informações sobre o mesmo.

Já o rastreamento de consultas às edições digitais, exige aplicação de tecnologia específica, de forma a identificar os rastros e associá-los aos leitores/assinantes que acessaram a edição digital, traçando assim os perfis de utilização dessas edições, pelos leitores. De posse dessas informações, pode ser traçado o perfil de diversos segmentos de leitores/assinantes, permitindo gerar produtos específicos, bem como permitir uma melhor compreensão sobre o público alvo, que servirá de ajuda em ações de retenção e ações futuras de venda.  

Geração de mailings para venda de assinaturas

A partir do conhecimento detalhado do público alvo, a seleção de mailings para ações de venda pode ser feita com maior critério, ajustando-se as ofertas e as argumentações de venda, às características de cada público, aumentando dessa forma, o sucesso das campanhas de venda.

A identificação dos motivos de recusa para a aceitação da assinatura é imprescindível, de maneira a permitir a análise desses motivos e a definição de uma estratégia de abordagem mais eficaz, possibilitando, inclusive, a oferta de outros produtos mais adequados ao perfil do leitor.

No caso de mailings comprados de terceiros é necessário que seja feito, antes da alimentação das campanhas de marketing direto, a validação dos nomes, endereços e telefones contra a base atual de assinantes, para evitar-se entrar em contato com um já assinante, o que demonstrará que a empresa não tem controle sobre a sua própria base de clientes. Pior ainda se a oferta a ser feita for mais vantajosa do que a aquela utilizada pelo assinante, o que pode provocar insatisfação e o cancelamento da assinatura em vigor.

Incentivando a compra espontânea da assinatura

Com o uso cada vez maior da internet, através de desktops, tablets e smartphones, para a consulta às edições digitais, a possibilidade de oferta de assinatura através desses canais é cada vez mais factível. A utilização de técnicas de vendas contextuais, dependendo do perfil de utilização rastreado, permite uma maior efetividade em iniciativas de vendas espontâneas.

A análise no perfil rastreado também permitirá a oferta de diversos produtos digitais mais adequados a cada tipo de público leitor, aumentando substancialmente a percepção de benefício para a aquisição do produto a ser ofertado. A oferta de inúmeros produtos e serviços passa a ser possível, não ficando mais a editora limitada a venda apenas de assinatura do impresso e/ou digital.

Medindo o desempenho das vendas

O que não se mede não se gerencia, já dizia o ditado.

A medição do desempenho das ações de venda deve ser feita tanto com relação às vendas globais do produto em determinado período, normalmente mensal, quanto ao desempenho dos diversos representantes de venda e vendedores.

Igualmente importante é medir o resultado de cada campanha de vendas, bem como o resultado alcançado com a utilização de mailings adquiridos no mercado ou aqueles utilizados para a venda para ex assinantes. Como já foi dito anteriormente, é importante a medição dos principais motivos de recusa de venda citados pelos leitores, como resposta aos contatos realizados.

Para os casos de compra espontânea, a medição do desempenho geral desse canal, no caso de apresentar resultado abaixo do esperado, pode sugerir modificar ações e estratégias em tempo real, na tentativa de melhorar as vendas. Essa estratégia é bem apropriada para se trabalhar esse tipo de canal, quando as experimentações constantes podem levar a melhores formas de incentivo ao fechamento de contratos de assinaturas.
  
Conclusão

Desde o meado da década de 90, que as campanhas de vendas de assinaturas utilizam, como um dos atrativos principais, a oferta de produtos agregados associados ao produto principal (jornal ou revista). Algumas iniciativas, principalmente no início, tiveram bastante sucesso, apesar da baixa retenção dos assinantes ao final do período da assinatura. Se não houvesse outra promoção de igual atratividade a ser ofertada para a renovação, a carteira de assinantes retornava praticamente aos números iniciais, com baixa retenção de novos assinantes.

Um outro fator de atratividade era (e ainda acontece atualmente) a oferta da assinatura por um preço menor que o praticado para os já assinantes, causando bastante insatisfação aos já clientes, que não raramente, cancelavam a assinatura anterior para se beneficiar das vantagens da nova campanha. Quando essas campanhas eram divulgadas na mídia TV, o estrago era ainda maior! Muitos cancelavam a assinatura existente por se sentirem enganados pela empresa jornalística, numa clara demonstração de falta de consideração e respeito pelos clientes antigos.

Um fato que pude observar nessas ocasiões, é que se vendia mais para um público alvo que não era o público natural do jornal (ou revista), já que a percepção de aumento de valor do composto sendo oferecido aos assinantes, era mais atraente para um público não usuário do produto. Isso também acontecia nas promoções da venda avulsa, quando as vendas aumentavam mais em regiões fora do mercado primário do jornal.

Tudo isso acontecia e ainda acontece, porque a ação de vendas de assinatura continua a ser encarada como uma ação de venda em massa, sem qualificação do público alvo, já que nesse tipo de venda, ao contrário de outros tipos de produtos, a qualificação prévia encareceria muito o custo de aquisição. Isso é fato, mas a continuidade desse tipo de ação, cada vez se revela menos eficaz e a melhor alternativa é investirmos em conhecermos melhor nossos clientes atuais, para que possamos inferir quais os perfis de assinantes que temos melhores chances de atender de forma diferenciada, refletindo em maior retenção e aumento do resultado das ações de venda.

Essa mudança de atitude passa por uma grande reflexão e alterações significativas nos processos de venda e de atendimento ao assinante, privilegiando o conhecimento dos diversos perfis do público leitor e a manutenção dessas informações de forma contínua.

A utilização efetiva de sistemas de CRM, bem como de ferramentas tecnológicas para captação de informações sobre os leitores em tempo real, é de grande ajuda nesse sentido.

A indústria passa por uma grande mudança em seu modelo de negócios e se continuarmos a agir conforme fazemos a décadas, não podemos esperar resultados diferentes. O melhor conhecimento de nossos leitores, poderá se transformar também em um grande diferencial para a venda de publicidade, que poderá ser mais dirigida para as necessidades dos leitores, necessidades estas, que podem ser inferidas a partir dos seus perfis ou de declarações explicitas dos próprios leitores. A venda de publicidade contextual, quando não somente o conteúdo editorial adjacente mas também o perfil do leitor puder ser levado em consideração, poderá gerar uma grande oportunidade de receitas extras. O Google está aí para demonstrar o poder dessa combinação.


sexta-feira, 21 de julho de 2017

Os segredos digitais do Zero Hora
Campeão do ranking nacional de veículos com maior taxa de interação, feito pela consultoria Torabit, jornal destaca agilidade e presença constante para fazer a diferença.


Desde fevereiro deste ano, o Zero Hora tem sustentado o título de veículo nacional com maior engajamento nas redes sociais, de acordo com rankings mensais da consultoria digital Torabit. Como critério, a pesquisa utiliza a base total de seguidores e fãs dos veículos nas redes sociais de maior popularidade (Facebook, Instagram e Twitter) e a quantidade geral de interações que as páginas possuem, seja em forma de curtidas, comentários ou compartilhamentos.


Segundo Sabrina Passos, gerente de produto digital do Zero Hora, esse bom desempenho nas redes sociais é resultado de um trabalho intenso e de uma estratégia bem definida. “Sabemos que muitos leitores utilizam o feed das redes sociais para se manter atualizados e, por isso, levamos muito a sério esse canal de distribuição A interação, ou seja, a soma de likes, compartilhamentos e comentários, só é alta porque colocamos o usuário no centro das ações. Nas redes, não dá para falar sozinho”, pontua a profissional.
Pelos critérios da consultoria Torabit, em junho de 2017, a o Zero Hora tinha uma taxa de engajamento de 3,32%. O Estadão, segundo colocado na lista, possui taxa média de engajamento de 2,97%. Isoladamente, a rede social que reúne a maior quantidade de interações do Zero Hora é o Intagram, que, sozinho, detém uma taxa de 7,73% – a maior entre os 12 veículos avaliados pela consultoria (confira a tabela completa abaixo).
 


Ranking de junho do Torabit (Crédito: Reprodução)


Com 53 anos de história, o veículo do Grupo RBS adotou como prioridade a entrega de conteúdo em todos os canais, o que inclui as redes sociais. A gerente de produto digital revela que a equipe de jornalistas acompanha atentamente o termômetro das redes sociais a fim de definir a melhor forma de entregar os conteúdos. “A dinâmica acelerada das redes sociais exige essa velocidade”, afirma. Em maio deste ano, as estratégias do grupo para a web renderam um prêmio. O Zero Hora recebeu o troféu de Melhor Uso de Redes Sociais no Global Media Awards da International News Media Association (INMA).
Para o Zero Hora, cada uma das principais redes sociais é tratada com estratégias diferentes. “Enquanto no Facebook o foco é engajar o leitor, com mais planejamento na distribuição e foco no share, no Twitter trabalhamos com mais volume”, explica. Para Sabrina, o Instagram – que tem respondido pela melhor performance do Zero Hora – é uma grata surpresa. “Ela (a rede social) não converte audiência em si – com exceção do Stories, onde temos feito alguns testes bem positivos – mas nos garante um canal amigável e de muita troca com os usuários. É nosso canal mais engajado”, confirma.

 Instagram é a rede que gera maior engajamento para o veículo (Crédito: reprodução)
Como dica para os veículos ampliarem a interação com o público nas redes sociais, a profissional da RBS destaca a importância de sair da bolha. “É importante acompanhar o comportamento do leitor, o que ele fala sobre a marca, mas também outros assuntos que interessam à marca. Não dá para imaginar que uma grande base de fãs significa jogo vencido. A rede social é um ser vivo, dinâmico e muito temperamental – reflete, portanto, nossa condição humana”, exemplifica a porta-voz.
Além de ampliar a presença da marca, as redes sociais também, têm, dentro do Zero Hora, a função de apoiar as pautas e os assuntos que serão abordados pelos jornalistas. “Conseguimos alertar a redação sobre assuntos com potencial viral, trend topics ou reação do público frente determinada história ou tema”, diz. Essa atenção auxilia o veículo naquela que é considerada a principal tarefa de qualquer marca nas redes sociais: manter-se relevante em meio a um oceano de conteúdo. “Sem engajamento forte, as marcas perdem relevância e, num curto espaço de tempo, desaparecem do universo das redes. Num ambiente superpopuloso como o das redes, desaparecer é fatal. É preciso estar na conversa diariamente para se manter vivo”, indica.
Fonte: Meio & Mensagem