quarta-feira, 23 de setembro de 2020

 

Facebook ameaça impedir compartilhamentos para não pagar por conteúdo

Projeto de lei na Austrália pressiona para que Facebook e Google paguem pela exibição de conteúdos jornalísticos, mas rede social se recusa

O Facebook se manifestou sobre o projeto de lei australiano que prevê que empresa desembolse dinheiro para veículos de comunicação. A gigante digital afirmou que se recusa a pagar e que deve impedir que usuários e veículos de comunicação da Austrália compartilhem notícias caso o projeto seja aprovado no Parlamento local. Segundo o Facebook, sua decisão é “a única forma de se proteger contra uma consequência que desafia a lógica”.

O projeto de lei “interpreta mal a dinâmica da internet e causará danos aos órgãos de imprensa que o governo tenta proteger”, disse o CEO do Facebook na região, Will Easton, em nota.

“O mais desconcertante é que obrigaria o Facebook a pagar a grupos de imprensa pelo conteúdo que postam voluntariamente em nossas plataformas e a um preço que ignora o valor financeiro que trazemos para eles”, continuou.

Eastou afirmou também que o Facebook gerou 2,3 bilhões de acessos em sites australianos nos primeiros 5 meses de 2020 – cerca de US$ 126,5 milhões (R$ 677 milhões). O CEO disse ainda que a empresa se prepara para o lançamento na Austrália do Facebook News, uma seção de notícias que já funciona nos Estados Unidos desde o ano passado.

Entenda o projeto de lei australiano

Em julho deste ano, o governo da Austrália divulgou o rascunho de um “código de conduta vinculativo”, que, de acordo com o documento, regularia as relações entre a mídia, em grandes dificuldades financeiras, e os grupos que dominam a Internet, após 18 meses de negociações que não conseguiram aproximar as duas partes.

O documento também prevê a transparência dos algoritmos usados para elaborar a ordem de aparição dos assuntos, assim como multas que chegariam a milhões de dólares em caso de violação.

O secretário do Tesouro australiano afirmou que “A Austrália faz leis que promovem nosso interesse nacional. Não respondemos a coerção ou ameaças de onde quer que venham”, e que espera que o Parlamento aprove a legislação neste ano.

Já o ministro das Comunicações, Paul Fletcher, disse que a tramitação do projeto continuará. “Está longe de ser algo sem precedentes para grandes empresas de tecnologia fazerem ameaças”, disse. “Continuaremos com nosso processo completo e cuidadoso e dando a todas as partes interessadas a chance para expor suas opiniões”.

Posicionamento do Google

Em carta aberta, o Google afirmou que a proposta de lei Australiana “é uma ameaça à privacidade individual e um fardo que degradaria a qualidade dos serviços de vídeo do YouTube”.  Apesar de mostrar descontentamento, a empresa, ao contrário do Facebook, não fez nenhuma ameaça.

 

terça-feira, 1 de setembro de 2020

Daily News, dos EUA, é agora um jornal sem sala de redação

O grupo norte-americano Tribune Publishing, proprietário do Daily News e do Capital Gazette de Nova York, entre outros títulos, anunciou que fechará permanentemente as redações de ambos os jornais. Os funcionários trabalharão em sistema remoto e em home office.
“Determinamos que não precisamos reabrir a redação para manter nossas operações atuais”, escreveu Toni Martinez, executiva de recursos humanos da Tribune Publishing, em um e-mail para a equipe. “Com este anúncio, também começamos a olhar para oportunidades estratégicas e alternativas para ocupação futura.”
“Sem um caminho claro em termos de retorno ao trabalho e à medida que a empresa avalia suas necessidades imobiliárias à luz das condições econômicas e de saúde trazidas pela pandemia, tomamos a difícil decisão de fechar definitivamente o escritório”, disse Max Reinsdorf, porta-voz da Tribune Publishing, ao The New York Times. Ele, porém, observou que a empresa pode reconsiderar a decisão no futuro.
No início deste mês, o grupo Tribune Publishing divulgou seus resultados do segundo trimestre de 2020, mostrando um aumento de 39% nos assinantes apenas digitais, mas uma redução de 48% nas receitas de publicidade.
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