terça-feira, 9 de abril de 2019


Jornal do Commercio, do Recife, completa 100 anos de credibilidade jornalística nesta quarta-feira (3)
 02 Abril 2019

O Jornal do Commercio, uma das publicações impressas mais tradicionais do Nordeste e de maior circulação na região, completa 100 anos de existência nesta quarta-feira (3), comemorando uma reputação conquistada por meio do exercício de um jornalismo de alta qualidade, a serviço de seus leitores. O passado de conquistas, desafios e também de dificuldades do diário pernambucano, disse o presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Marcelo Rech, forma um grande passaporte para o futuro. “É a solidez de um passado de muita atividade jornalística, de credibilidade e de ética que garante a oportunidade de continuar consolidando a relação de confiança com o público, o bem mais precioso das sociedades atualmente.”
Rech assinalou que a confiança não se estabelece da noite para o dia. “É conquistada dia a dia, ano a ano, década a década e, agora no caso do Jornal do Commercio, um século”, afirmou. A credibilidade do diário, não apenas em Pernambuco, mas em todo o Brasil, é o principal pilar para que o veículo continue atuando por muito mais tempo, talvez com mais um século pela frente, ressaltou o presidente da ANJ. "Esse passado assegura um passaporte na crença de que os melhores valores jornalísticos vão estar sempre embalando os conteúdos do Jornal do Commercio em todos os seus formatos de distribuição.”
O diário circulou pela primeira vez no dia 3 de abril de 1919, com 12 páginas, composto em linotipo, processo de impressão utilizado na época. Trazia uma única foto na primeira página: Epitácio Pessoa, candidato a presidente da República. Ao longo de sua história, obteve grandes êxitos, mas também passou por crises e chegou a deixar de circular, em 1987, por 40 dias.
Reerguido após ser comprado pelo empresário João Carlos Paes Mendonça, informou o jornal Folha de S.Paulo, o jornal acumulou prêmios nacionais e conseguiu se consolidar como líder de circulação e de número de assinantes na região. Nos últimos 30 anos, conquistou, entre outros, 12 prêmios Esso, quatro Vladimir Herzog e dezenas de concursos jornalísticos locais e regionais. Em 2009, o jornal venceu a categoria nacional do Esso com o caderno especial "Os Sertões", que marcou o centenário da morte do jornalista e escritor Euclides da Cunha. Também venceu o prêmio na categoria de melhor fotografia com a imagem de uma criança que ficou cega por causa da desnutrição.
Dois anos depois, uma reportagem sobre os vários problemas sociais e econômicos do arquipélago de Fernando de Noronha, em Pernambuco, intitulada “O paraíso às avessas”, levou o Jornal do Commercio a ganhar o Esso regional, relatou a Folha de S.Paulo. No ano seguinte, com o caderno especial “Reencontros”, que narrava as mudanças ocorridas na vida de personagens já entrevistados pelo jornal ao longo dos anos, ganhou novamente a premiação.
A data será celebrada em dois momentos. Na noite de terça-feira (2), no auditório do Jornal do Commercio, houve uma palestra com o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto, sobre democracia e liberdade de expressão, além de um jantar no centro da capital pernambucana.
A relevância da marca 
Na manhã desta quarta-feira (3), o Jornal do Commercio promove, ao lado da ANJ, uma conversa com diretores de redação do Zero Hora (RS), Correio do Povo (RS), Gazeta do Povo (PR), Correio da Bahia (BA), Gazeta do Espírito Santo (ES), O Povo (CE) e Diário do Nordeste (CE). O objetivo do encontro, Marcas Além do Papel, é debater a relevância das marcas que nasceram como diários impressos e hoje produzem conteúdo para diferentes plataformas.
“Em um momento como esse, de difusão de fake news, é importante reforçar a tradição e a relevância das marcas que vieram de um jornal impresso, acreditam no jornal impresso e agora vão muito além. Vamos mostrar o que cada um está fazendo no presente e como estão pensando o futuro”, afirmou Laurindo Ferreira, diretor de redação do Jornal do Commercio, ao jornal O Estado de S.Paulo. 
“Nesse tempo em que todo mundo constrói uma verdade, as marcas têm obrigação de fazer checagem, de produzir conteúdo de qualidade, confrontar ideias, adicionar pontos de vista e enriquecer os debates. Queremos mostrar que informação de qualidade e de credibilidade tem marca”, disse.
Ferreira explicou que o desafio atual do Jornal do Commercio é a integração entre as mídias do grupo. Fazem parte do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação, além do diário impresso, o portal NE10, a Rádio Jornal e a TV Jornal. No total, são 682 profissionais, dos quais 162 jornalistas. 
“Nosso desafio é entregar conteúdo de qualidade na plataforma que o consumidor desejar. Se é no rádio, temos que estar lá. Se é no jornal impresso, é lá. Por isso chegamos a 100 anos e estamos certos de que vamos continuar”. 
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