quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

7 definições para entender o universo da compra programática
Entenda o significado das principais expressões sobre o assunto


POR HENRIQUE RUSSOWSKY, sócio e diretor de mídia da agência Jüssi

Comprar mídia em tempo real no inventário de Ad Exchanges, a partir de uma DSP, com uma estratégia programática, usando dados primários e de terceiros, agregados e gerenciados a partir de uma DMP. Entendeu?
 
Se você entendeu, muito bem, você compreende o universo da compra programática e pode parar de ler por aqui. Se você não entendeu, não se preocupe. Continue lendo e confira o que quer dizer cada uma das sete expressões mencionadas acima, e comece a compreender esse universo.

1 - Comprar Mídia em Tempo Real - Consiste em um anunciante participar de leilões por cada impressão de anúncio na web que lhe interessar. O leilão acontece em milissegundos, cada vez que uma página de um site é carregado e, por isso, a denominação Real Time Bidding (RTB) ou compra em tempo real.
 
Para explicar melhor esse conceito e porque o RTB é tão relevante hoje, vale a pena voltar um pouco no tempo. No início da internet, a única forma de comprar mídia era por meio de negociação com cada site ou portal em que queríamos veicular nossos anúncios. Com o crescimento da web, e sua cada vez maior fragmentação, esse processo se tornava mais penoso e ineficiente. Assim, começaram a surgir as ad networks, empresas que tinham como proposta de valor agrupar sites, então tornando a compra de mídia mais eficiente para o anunciante, e que cobravam uma margem no CPM (custo por mil impressões) por este serviço. As ad networks facilitaram e facilitam até hoje o processo de compra de mídia, mas ainda assim o alcance delas é limitado e precisamos trabalhar com diversas redes, se por ventura queremos ter uma abrangência próxima à totalidade da web.
 
Assim, anos mais tarde, surgiram as ad exchanges, sistemas que funcionam como uma espécie de bolsa de anúncios. Quase todas as impressões de anúncios da web, hoje, fazem parte de alguma ad exchange. A compra em tempo real ocorre justamente nessas impressões plugadas nas exchanges. Você nem imagina, mas cada banner que vemos impresso numa página da web pode ter passado por um complexo processo de leilão em tempo real. Por isso, o RTB ganhou tanta notoriedade, ao permitir que a partir de uma única plataforma gerenciemos todo nosso esforço de compra de mídia display, e ainda pagando um valor justo, uma vez que o preço é determinado em leilão.
 
2 - Ad exchanges - Conforme explicado acima, ad exchanges são como bolsas de anúncios. Na verdade, o termo em inglês ad exchange é inspirado na expressão stock exchange, que significa justamente bolsa de valores. No caso das ad exchanges, a compra de ações é substituída pela compra de impressões.
 
Pode-se dizer que uma ad exchange é um marketplace onde publishers (ou donos de sites) decidem oferecer seus inventários de publicidade para a compra em tempo real. Assim como uma empresa brasileira decide ser cotada na Bolsa de Valores de São Paulo, um site pode optar por disponibilizar suas impressões numa ad exchange, como a DoubleClick Ad Exchange, por exemplo. Uma vez que um site está plugado em uma ad exchange, suas impressões estão aptas a serem negociadas através de leilões em tempo real. Os anunciantes, por sua vez, acessam as impressões das ad exchanges por meio de uma plataforma chamada de DSP.
 
3 – DSP - Quer dizer Demand Side Platform ou plataforma do lado do comprador. É o sistema pelo qual acessamos as impressões contidas em qualquer ad exchange. Uma DSP é uma plataforma por onde opera-se a compra em tempo real. Para ficar mais claro e tangível, uma DSP costuma possuir uma interface de gerenciamento, pela qual operadores dão os comandos de compra no leilão. Esses comandos podem ser dados de forma manual ou a partir de algoritmos matemáticos, que nos ajudam a otimizar a compra. A DSP pode estar plugada a todas as exchanges do mercado, e através dela operamos uma única estratégia de compra programática para todos nossos esforços de mídia display na web.
 
4 - Compra Programática - O termo programático é um adjetivo que está ligado a programa. É a elaboração escrita de um plano de atividades para a realização de alguma coisa, segundo o Dicionário Online da Língua Portuguesa. A expressão compra programática é, muitas vezes, usada como sinônimo de compra em tempo real ou RTB. É a forma como muita gente se refere ao universo todo descrito neste texto. Na verdade, a compra programática é apenas uma parte dele. Ela se refere à aplicação de um conjunto de regras que passa a ser a estratégia para a compra de mídia em tempo real.
 
Explicando melhor: a partir do RTB podemos acessar virtualmente qualquer impressão de anúncio na web e tomar para nós esta impressão, ao ganhar o leilão. Aí vem a pergunta: quais impressões eu desejo e quais eu não desejo comprar? Para determinar isso, aplicamos no DSP um conjunto de regras que determinam a programação da nossa compra de mídia e em que leilões participaremos.
 
Para criar esse conjunto de regras, é preciso fazer uma reflexão do ponto de vista de marketing. Assim, devemos entender quem é a nossa audiência target, e quais fatores determinam a progressão de cada pessoa dessa audiência ao longo do funil de vendas, para então criar uma régua de relacionamento com elas, sempre tendo em mente os objetivos de campanha. Essa régua de relacionamento é a estratégia de compra programática.
 
5 - Dados Primários - São a base para as estratégias de retargeting. A partir dos dados primários, identificamos usuários que já visitaram e interagiram com nosso próprio site. Depois disso, podemos agrupar esses usuários com base em comportamentos similares, e então “bidar” pelas impressões para esses usuários. Dependendo do histórico de conversão de cada agrupamento, altera-se o valor dos lances, para ganhar mais leilões ou abrir mão deles, a fim de se atingir um custo por conversão dentro da meta desejada.
 
Importante ressaltar que, por falta de entendimento no mercado, às vezes, o trabalho de plataformas de retargeting é confundido com ter uma estratégia de compra programática. De fato, uma plataforma de retargeting está inserida no universo da compra em tempo real e programática. No entanto, trabalhar com uma plataforma de retargeting não significa que você tem uma estratégia de compra programática no ar.
 
6 - Dados de Terceiros (Third Party Data Provider) - Fazer retargeting a partir de dados primários, coletados por meio de interações com nosso próprio site já não é mais nenhuma novidade. Por outro lado, o que nem todos sabem, é que hoje é possível “comprar” conjuntos de dados de empresas que chamamos de third party data providers. Essas empresas agrupam audiências com base em dados que eles capturam de suas propriedades e os oferecem através das DSPs.
 
A mecânica é simples. Digamos que eu seja dono de um blog de moda. Além de vender mídia no próprio blog, posso mapear o comportamento dos usuários do meu site, agrupar audiências com base em similaridades de comportamento e em seguida disponibilizar essas audiências para venda em uma DSP. Assim, uma marca de roupas que queira gerar interesse a novos usuários, pode recorrer às listas de audiências do meu blog via sua DSP, e anunciar para essas pessoas, que sabemos que tem interesse em moda.
 
Cabe salientar que no Brasil a qualidade dos dados agregados por terceiros ainda tem um longo caminho de evolução. 2015 deve ser um ano importante na consolidação no mercado de dados por aqui.
 
7 – DMP - Quer dizer Data Management Platform ou plataforma de gerenciamento de dados. Trata-se de um sistema de coleta, organização e gerenciamento dos dados primários capturados a partir de nossas propriedades. A diferença entre uma DMP e uma DSP, é que a DMP serve para organizar dados, enquanto a DSP é a interface de compra de mídia, em que usamos os dados coletados na DMP para enriquecer a qualidade da compra. Ou seja, as duas plataformas possuem papéis distintos e complementares.
 
Implementar uma DMP é importante para aprofundar a estratégia de compra programática. Isso porque, além de agregar cookies, também podemos cruzar informações adicionais, como por exemplo a base de CRM da empresa. Como o e-mail serve como uma chave de identificação para o histórico de compras do usuário, logo a informação que temos sobre um visitante do site deixa de ser somente as páginas que ele visitou, mas também passamos a saber o histórico de compras dele.
 
Voltamos para o exemplo da loja de roupas. Numa estratégia de retargeting simples, mapearíamos todo nosso site com uma tag de remarketing para poder criar agrupamentos de visitantes do site com base no comportamento de navegação. Assim, se um usuário coloca uma jaqueta no carrinho e não compra, podemos insistir, mostrando anúncios dessa jaqueta por uma semana, até que ele decida comprar algo ou eventualmente paramos de anunciar.
Já na estratégia apoiada por uma DMP, a diferença está na capacidade de aprofundar a qualificação do visitante com base nas informações do CRM. Isso porque o cookie capturado pela visita é cruzado com o e-mail, que por sua vez é cruzado com o histórico de compras desse usuário no site. Assim, além de saber que o usuário colocou uma jaqueta no carrinho e não concluiu a compra, saberíamos também, por exemplo, que ele já fez dez compras no site no último ano, estando entre cinco maiores compradores do site. Com essa informação adicional, certamente nossa decisão pode ser drasticamente influenciada.

Agora, voltamos ao início: comprar mídia em tempo real no inventário de ad exchanges, a partir de uma DSP, com uma estratégia programática, usando dados primários e de terceiros, agregados e gerenciados a partir de uma DMP. Ficou mais claro agora? Se não ficou, é hora de continuar estudando. É assim que a mídia já é comprada e gerenciada pelos anunciantes nos mercados mais maduros. E no Brasil esse processo de compra começa a se tornar cada vez mais popular.


A compra programática chega ao impresso


Time Inc. cria sistema para vender automaticamente anúncios para revistas de seu portfólio, como People, Time e Sports Illustrated
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11 de Fevereiro de 2015 10:52



Time, um dos principais títulos do portfólio da Time Inc., que tenta um novo modelo de negócio para atrair os investimentos publicitários 

Os anúncios das revistas da Time Inc. já são vendidos automaticamente. A maior editora dos Estados Unidos – dona de títulos como People, Time, Sports Illustrated e InStyle – está permitindo que os anunciantes comprem anúncios impressos de forma programática, a mesma tecnologia utilizada para comprar mídia digital.

A Target, rede de varejo dos Estados Unidos, é a primeira marca a testar a compra de mídia impressa dessa maneira. A agência de mídia da Target, a Haworth, decidiu experimentar o modelo, comprando anúncios nas revistas People, Entertainment Weekly, Time e Sports Illustrated.

A compra programática de anúncios é uma prática que ganha cada vez mais força na indústria digital. Cerca de US$ 15 bilhões movimentados pela mídia digital serão investidos em compra programática, de acordo com previsão da eMarketer. Isso representa 55% de todo o investimento realizado na mídia digital nos Estados Unidos.

De acordo com a vice-presidente sênior de mídia da Target, Kristi Argyilan, a compra de mídia programática vem crescendo na agência principalmente pelo fato dela poupar o trabalho humano, fazendo com que os funcionários dediquem seu tempo a outras atividades mais estratégicas.

Como funciona a compra programática de anúncios impressos?
O sistema criado pela Time Inc. é semelhante ao já utilizado pelas agências digitais que realizam compras programáticas. Os profissionais de mídia utilizam uma plataforma que permite selecionar o perfil do público a ser atingido, como homens, mulheres, segmento de luxo, profissionais de negócios, etc. A própria editora promete ampliar esse legue de público-alvo com o passar do tempo.

Ao fazer essa filtragem, os mídias não sabem em quais revistas seus anúncios irão ser publicados, mas têm a noção de que as peças publicitárias serão direcionadas para as publicações mais identificadas com os segmentos escolhidos. Podem ser selecionadas as posições ou áreas da revista em que os anúncios irão aparecer e, caso seja necessário, podem fazer solicitações específicas ao departamento comercial da editora. Os anunciantes também podem selecionar o contexto editorial do qual desejam que seus anúncios fiquem aproximados.

Com informações do Advertising Age 

Fonte: Meio & Mensagem

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

NYT visa circulação digital de 1 mi em 2015

Balanço operacional de 2014 revela que assinantes de formatos web já chegam a 910 mil leitores


As receitas provenientes de propaganda continuam em queda, mas a circulação do New York Times só aumenta. O balanço de 2014 do jornal, considerado o mais influente do mundo, mostra que o número de assinantes de produtos digitais aumentou em 35 mil leitores, chegando a 910 mil. Com esse resultado, a receita de circulação do jornal chega a US$ 1,58 bilhão, aumento de 0,7% em relação a 2013.

“Temos a expectativa de atingir o marco de um milhão de assinaturas digitais neste ano”, disse, durante coletiva, o Mark Thompson, presidente e CEO. “Foi um ano muito estimulante, com bastante progresso no digital, apesar da queda de receita publicitária, principalmente no impresso.”

De fato, investimentos em mídia impressa no New York Times caíram 4,7% no ano passado. Já em digital cresceu 11,9%, chegando a US$ 182,2 milhões. Não foi o suficiente, entretanto, para melhorar a receita anunciante de forma geral, que caiu 0,7% na comparação com 2013, fechando o ano com US$ 662,31 milhões.

“Quando cheguei ao grupo, a queda de receita publicitária era muito alta, o que revertemos com o investimento em digital nos trimestres seguintes, com crescimentos de dois dígitos”, afirmou Thompson. “Nosso resultado no último trimestre é nosso melhor desempenho desde 2005, especialmente pelos ganhos em dispositivos móveis e vídeos.”

O executivo reforçou as oportunidades de patrocínio, conteúdo pago e branded content, e anunciou ainda que as equipes de publicidade e tecnologia preparam ainda mais novidades entre produtos e ferramentas de marketing e propaganda.

Contando todas as fontes de renda, para além dos formatos de publicidade, a receita do jornal cresceu 0,7%, chegando a US$ 1,58 bilhão. Parte desse equilíbrio se deve ao aumento no licenciamento de conteúdo e aos negócios em e-commerce.

De modo geral, já era esperada uma baixa nos resultados de 2014, já que no ano anterior houve grande aporte financeiro graças à venda da unidade New England Media – dona do Boston Globe – ao Fenway Sports Group. Comparativamente, só não foi pior graças a novos lançamentos de produtos digitais, como o novo International New York Times e o incremento publicitário em vídeo e mobile, e a um plano de demissão voluntária e cortes que o grupo realizou no ano passado.

Apesar dos números estáveis e dos cases referenciais de conteúdo, o grupo ainda vive situação delicada. Tal rumor revolveu, na semana passada, um antigo desejo do magnata e ex-prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, de comprar o jornal.


 Fonte:  Meio& Mensagem  

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Bloomberg: interesse em adquirir o NYTimes?



Há, novamente, rumores de uma eventual aquisição do jornal mais tradicional do mundo


    Os Sulzberger, assim como a família Bancroft, do Dow Jones, poderiam ceder à pressão e vender o New York Times a Mike Bloomberg
Os Sulzberger, assim como a família Bancroft, do Dow Jones, poderiam ceder à pressão e vender o New York Times a Mike BloombergCrédito: Ricardo Godoy
O ex-prefeito de Nova York, Mike Bloomberg, proprietário da Bloomberg, foi sondado, novamente, sobre uma eventual aquisição do jornal The New York Times. A partir disso e dos rumores que retornam, novamente, sobre a transação que mudaria, definitivamente, o cenário da mídia norte-americana, o site Business Insider publicou uma matéria sobre por que isso seria interessante para ambos os lados.
O fato principal é que é quase certo que o New York Times não está à venda, afirma o site. Mas, argumenta, a Bloomberg deveria comprar o icônico veículo de qualquer maneira. Continua o site: seria uma maneira excelente para Bloomberg para turbinar suas ambições de influência global. E garantiria um excelente futuro para uma das melhores organizações de notícias do mundo, bem como aos grandes jornalistas que lá trabalham.
Mas, questiona o repórter, como a Bloomberg poderia comprar o New York Times se o jornal não está à venda? Basta recuperar o histórico de outro grande nome da mídia global, Rupert Murdoch (proprietário da News Corporation, da Fox, da Sky, da BsB, do jornal New York Post e de outros veículos nos EUA, Reino Unido, Austrália e Ásia).
Murdoch
Durante décadas, Rupert Murdoch cobiçou o respeitado jornal The Wall Street Journal. Mas o Wall Street Journal, assim como o New York Times, era controlado por uma família e, definitivamente, não estava à venda. Murdoch esperou até ter dinheiro suficiente para fazer uma oferta irrecusável à família controladora. E, quando fez o lance, era muito dinheiro: US$ 5 bilhões pelo The Wall Street Journal (controlador, por sua vez, da Dow Jones). A oferta era de, pelo menos, US $ 3 bilhões mais do que o Wall Street Journal valia. A princípio, a família Bancroft, que controlava a Dow Jones, rejeitou de imediato a oferta e deixou claro que a empresa não estava à venda. Mas, em seguida, começou uma briga familiar interna.
Os diversos sucessores e herdeiros da Dow Jones controlavam pequenos pedaços do negócio original, ou seja, ninguém tinha controle majoritário sobre uma empresa que estava pulverizada de tal forma que muitos desses herdeiros realmente não se importavam com o destino do negócio. Ao avaliar isso, Murdoch acertou em cheio. Ao fazer a oferta pelos pequenos pedaços pulverizados por um valor superior a duas ou três vezes mais do que o valor real, muitos herdeiros encheram os olhos com os bilhões abanados pelo bilionário australiano. Em pouco mais de um mês, muito por conta da pressão interna das dezenas de herdeiros, a família Bancroft cedeu e Murdoch tornou-se o controlador do The Wall Street Journal e do Dow Jones.
O repórter Henry Blodget, que faz a análise para o site Business Insider sobre a eventual transação, afirma que Mike Bloomberg poderia fazer exatamente a mesma coisa com o jornal The New York Times. As cores do futuro digital do The New York times, nos próximos cinco a dez anos, serão difíceis. Haverá mais perda de anúncios impressos, mais cortes de custos, mais dolorosas e necessárias reestruturações para ajustar a estrutura de custos de impressão do The New York Times para o novo mundo digital. Ninguém quer passar por isso se não tiver de fazê-lo. Portanto, afirma o repórter, Bloomberg deveria fazer uma oferta pública em dinheiro preventiva para o New York Times Company. E sugere até o valor: US $ 5 bilhões, ou US $ 35 por ação. Isso é muito mais do que a New York Times Company vale, afirma. E quase todos os acionistas da empresa reconheceriam a oferta imediatamente.
Sulzberger
Os acionistas do The New York Times, inclusive os membros da família Sulzberger, dobrariam, com a oferta, sua própria riqueza. Segundo o site, esses acionistas reconhecem que, se a empresa rejeitar a oferta, muito em breve o grupo que controla o NYTimes possa se ver empobrecido novamente. E também podem reconhecer que essa talvez seja a melhor oferta que poderá surgir.
Eventualmente, os Sulzbergers poderiam ceder. Em parte, porque seriam persuadidos de que ser adquiridos por Bloomberg poderia ser melhor para o New York Times. E esse legado é, por excelentes e muitas razões, muito importante para a família.
E, para Bloomberg, por que obter o controle do jornal seria melhor para o New York Times? Porque, ao contrário dos atuais proprietários do New York Times - investidores públicos e familiares que dependem da renda - Bloomberg não se importa o quanto de lucro a empresa gera ou mesmo se produz qualquer lucro. O Outro negócio da Bloomberg, Bloomberg L.P., gera US $ 5 bilhões de lucro a cada ano. Mike Bloomberg é dono de mais de 70% desse negócio, que vale cerca de US $ 35 bilhões. A Bloomberg não precisa de mais lucro. O que Mike Bloomberg quer é influência.
Se Bloomberg adquirir o jornal The New York Times, evitaria atritos internos com as propriedades de mídia da Bloomberg que competem com o negócio do terminal Bloomberg. O dono da Bloomberg poderia investir agressivamente no The New York Times e torná-lo muito maior e melhor do que é atualmente. Também poderia garantir que o papel não terá que passar por mais uma década de cortes de custos e reestruturações. É uma jogada inteligente para ambos os lados.
 
Fonte: Meio&Mensagem