As sete
tendências do marketing até 2021
Deloitte publica estudo global apontando
caminhos para CMOs em meio à disrupção de indústrias tradicionais
Salvador Strano
15 de outubro de 2019 - 9h51
15 de outubro de 2019 - 9h51
Propósito; experiência humana;
fusão; confiança; participação; talentos; e agilidade. Esses são as sete
grandes tendências que a Deloitte identificou por meio de uma pesquisa que
ouviu 80 especialistas em diversos mercados globais, incluindo Brasil, China e
Estados Unidos.
“Em todos os pontos de estudo, o foco na
experiencia do cliente é fundamental. Isso é latente para mercados mais maduros
e é uma tendência em que há uma exigência do consumidor brasileiro, também”,
afirma Clarissa Gaiatto, gerente de transformação digital da Deloitte.
Parte dessa experiência está relacionada à
confluência de ideias que uma marca defende e que são comungadas com um
consumidor. A tendência é latente o suficiente para que, em Cannes Lions 2019,
metade dos casos premiados tenham sido pautados por campanhas de propósito –
segundo levantamento de Márcio Borges, VP da WMcCann Rio. Além dos prêmios, o
relatório da Deloitte destaca o estudo publicado na Harvard Business Review que
afirma que empresas com altos níveis de propósito superam suas concorrentes em
taxas que vão de 5 a 7% por ano.
O papel do
marketing no dia a dia das startups
Assim como
companhias com propósito, consumidores também valorizam a confiança, aponta o
estudo. Segundo pesquisa da Sprout Social, 86% dos consumidores estadunidenses
acreditam que empresas transparentes são mais importantes hoje do que em
qualquer outro momento da história, e isso se traduz nas intenções de compra,
afirma o documento.
Já no ponto da experiência humana, Heloísa
Montes, sócia de consultoria em estratégias e operações da Deloitte, aponta que
“não é mais sobre user experience, é sobre human experience”. “Para isso, é
necessário usar metodologias de mapeamento de comportamento. A partir disso,
você cria mecanismos de engajamento. No Brasil, vemos isso principalmente em
marcas próximas ao consumidor final”, afirma.
Aliado a isso, está a ampliação da participação
do consumidor no processo de comunicação de uma marca. O estudo destaca que
aumentar a interação com o cliente pode construir uma vantagem competitiva e
desenvolver uma relação mais forte com a marca. Entretanto, o documento aponta,
também, para o desafio que é identificar e botar em prática os modelos que
farão com que consumidores sejam capazes de interagir de forma direta com a
empresa.
Outro ponto que a consultoria relatou ser
relevante aos CMOs é a necessidade de fundir esforços entre diversas marcas
para construir um ambiente de negócios melhor. Dessa forma, diversas indústrias
que antes eram vistas como isoladas passam a trabalhar juntas, correndo o risco
de serem abandonadas, caso não o façam.
“Quando falamos de fusão entre indústrias,
consideramos algumas delas como fundamentais: tecnologia, telecomunicações e
finanças são o centro disso. Esse é um mundo que já é real. O que estamos vendo
é que vai além do que essas indústrias, que já trabalham de forma muito
próxima, estão fazendo”, destaca Heloísa.
Da porta para dentro
Se antes o normal era dividir a comunicação
interna e externa de uma companhia em equipes diferentes, isso passa a deixar
de fazer sentido, segundo o estudo. A valorização de talentos, destaca, é um
dos pontos que devem ser levados em conta na ampliação das receitas de uma
companhia. Segundo a consultoria, empresas que possuem experiências de trabalho
boas performam 2,3 vezes melhor do que outros organizações em um período de
três anos, além de possuírem uma taxa de satisfação de consumidor 12% maior do
que suas pares.
“Parece que agora vamos todos abraçar árvores.
Não é isso. Quando falamos a um profissional de saúde que ele está vendendo um
alívio a um sofrimento, ele está criando uma relação empática o consumidor. É
função do profissional de marketing construir essa ponte”, afirma Heloísa.
Aliado à essa estratégia está a adoção de
metodologia ágil por toda a corporação. Dentro do marketing, seus líderes
poderiam construir equipes multifacetadas e que atuem em mais de uma função,
finaliza a publicação.
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