sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Viewability é desejo dos publishers


Segundo pesquisa do Digital Content Next com grandes sites digitais, o formato é

 


uma alternativa promissora, mas enfrenta desafios




Poucas semanas depois de o Financial Times anunciar que vai começar a vender anúncios baseados em viewability (tempo em que ficam expostos aos leitores), uma nova pesquisa indica que outros publishers digitais têm intenção de aderir a tática.

A pesquisa, do Digital Content Next, constatou que 80% dos veículos “premium” estão interessados em vender inventário de acordo com métricas de tempo. A pesquisa consultou 25 membros da associação, que inclui Condé Nast, ESPN, Forbes, Gannett, CNBC, Digital Inc., The New York Times, The Wall Street Journal e Univision.

Mais da metade deles (60%) considera dar início à prática, mas apenas 4% já começaram a testá-la. Alguns (8%) pretendem implementar a tecnologia ainda este ano e outros (8%) só em 2015. Por outro lado, 20% dos entrevistados não estão interessados nesse método de venda de anúncios.

Grande parte da publicidade é comprada e vendida de acordo com o número de pessoas expostas ao anúncio. Mas as taxas de anúncio dos publishers digitais está em queda diante da competição acirrada no mercado. A migração dos leitores para o mobile contribuiu muito com esse declínio de preço.

Publishers esperam que métricas baseadas em tempo – ou seja, que medem o período exato de visita do leitor na página do anúncio – permitam que eles passem a cobrar mais pelos anúncios. A ideia parte do pressuposto de que o tempo dos leitores é mais limitado do que as páginas da web que podem atrair visitas.

Há algumas semanas, o Financial Times começou a testar a venda de anúncios baseados em tempo. Outros veículos, como The Wall Street jornal e Upworthy, estão mensurando tempo e mostrando os resultados aos clientes, embora ainda não tenham começado a vender anúncios nesse formato.

O relatório do Digital Content Next diz que 52% dos participantes acreditam que a métrica baseada em tempo de visita pode vir a substituir a impressão tradicional nas unidades publicitárias. Enquanto 48% declaram que a medida pode ocupar o lugar de métricas com base em cliques. Já 32% dos publishers creem que métricas de tempo não são capazes de substituir nenhuma das métricas atuais.

Ainda existem algumas barreiras para vender anúncios nesse formato. Para 68%, o principal desafio é a “falta de métricas tradicionais e metodologia de mensuração”, seguido por “ausência de pesquisas que indiquem a eficiência do formato” (48%) e “falta de interesse e educação de anunciantes e agências” (40%).


Com informações do Advertising Age


Fonte: Meio&Mensagem

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Jornais discutem possibilidades de monetizar com o digital

     
Executivos do Correio Braziliense, Correio da Bahia e Estado de Minas se encontraram na última semana para discutir mudanças feitas nos diários com o objetivo de se adequar ao novo cenário e monetizar no digital. A experiência das empresas foi compartilhada durante o Seminário Internacional de Jornais, organizado pela International News Media Association (INMA).
As possibilidades de distribuir conteúdo por meio das novas plataformas e as dificuldades de adaptação foram os pontos mais discutidos entre os executivos. Estiveram presente Alexandre Botão (Correio Braziliense), Luiz Albuquerque (Correio da Bahia) e Geraldo Teixeira (Estado de Minas).
Veja, abaixo, a opinião de cada executivo.
---------------inma07Geraldo Teixeira, Luiz Albuquerque e Alexandre Botão (Imagem Studio 3X)
Alexandre Botão, Correio Braziliense
"Como vamos consumir conteúdo nos próximos anos? A tecnologia muda o nosso jeito de consumir informação e não percebemos. Durante uma pesquisa feita pelo jornal, tentamos estabelecer como seria a informação nos dispositivos móveis e descobrimos que ela será customizada, intermitente e de geolocalização. Nos tablets e smartphones, esse pensamento é mais simples de entender, já que são plataformas que exigem customização. O leitor faz esse tipo de filtro e escolhe o que quer ver, ele está always-on. Atualmente, ninguém trabalha esses três pontos com total eficiência. Sabemos que o tráfego vem de dispositivos móveis, mas, quando vamos oferecer conteúdo para essas plataformas? E no futuro, o que vamos oferecer? Em minha opinião, precisa investir em conteúdo exclusivo e o usuário precisa ter facilidade para customizar o que quiser."
Luiz Albuquerque, Correio da Bahia
"Reformulamos linguagem, formato, projeto gráfico, editorial e digital do Correio. Para isso, precisamos acompanhar as mudanças sociais e realizar pesquisas com levantamento de potencial de mercado. Quem lê o jornal atualmente percebe que muitas coisas mudaram. Nossa capa, por exemplo, segue o lema de 'não ter fórmula'. Ou seja, ela muda de acordo com o conteúdo. O logo do jornal também sofre alterações e isso traz bastante flexibilidade. Além disso, o impresso ganhou seção de leitura rápida, inspirada nas notícias no formato para web, mais curtas. Crescemos em anunciantes e ficamos muito felizes por ter conseguido conquistar leitores jovens, com até 39 anos. É preciso levar em consideração o momento pelo qual passamos. Embora seja positivo, a publicidade no Brasil caiu de maneira expressiva. Temos expectativa de crescimento e por isso estamos trabalhando com projetos especiais, investindo em eventos e cadernos exclusivos. A nossa ideia é, nos próximos anos, não depender de receita publicitária e circulação. Queremos ampliar as áreas de negócios e usar extensão de marca para alavancar nossas receitas."
Geraldo Teixeira, Estado de Minas
"Monetizar nas telas pequenas vai ser um grande desafio, maior do que foi nos desktops. No Estado de Minas, nossa missão é perenizar a marca. Nosso mercado está ficando para trás e deveríamos doar mais tempo para essas questões. No futuro, pretendemos parar de vender publicidade no modelo centímetro por coluna. Já temos clientes que estão preparados para apostar em novos modelos de anúncio. Além disso, estamos tendo a oportunidade de pegar nichos que não ganhamos dinheiro e criar produtos para eles. Estamos segmentando a nossa audiência. Fomos procurar a expertise das agências digitais para ajudar a integrar as coisas para os nossos clientes. Queremos continuar sendo relevantes e entregando soluções para que eles fiquem satisfeitos. Nosso grande desafio é como vamos formatar essa força de venda."
Fonte: Comunique-se

Três motivos para veículos investirem em extensão de marca

     
O The New York Times afirma que recebeu de seus leitores aval para fazer mudanças. As experiências do impresso, que muitas vezes servem de inspiração para outros, foram compartilhadas com executivos do mercado de comunicação durante o Seminário Internacional de Jornais, organizado pela International News Media Association (INMA). Quem falou pelo periódico foi a vice-presidente de licenciamento de marca, Alice Ting. Na ocasião, ela apresentou três motivos para veículos apostarem no modelo: reforçar os negócios atuais, estimular relações e atrair novos públicos.
De acordo com Alice, em 2007, a audiência do diário americano passou a exigir mudanças. "Eles não queriam que ficássemos somente no jornalismo e aí decidimos ampliar a marca". A executiva explica que esse termo não é novo, mas tem se tornado prática comum nos últimos anos. "Entendemos que entra nesse processo tudo que eleva a sua marca à categoria de produto. Temos várias empresas apostando neste formato, como National Geographic, que começou com uma revista e agora já está fazendo seminários e documentários".
Segundo Alice, a extensão de marca surgiu no New York Times como uma medida de gerar fontes de renda sustentáveis e continuas. "Alavancamos nossos ativos, pensamos nos atributos e realizamos pesquisas. Nossa ideia é criar extensão que reflita na postura e estilo de vida dos nossos clientes". Na empresa, todos os projetos precisam ser rentáveis, do contrário, são descontinuados.
A título de exemplo, dois tipos de produtos foram citados: derivados e experimentais. O primeiro se trata de ideias que têm conexão fácil com a marca, como publicação de livros. "Fizemos um livro com as colunas do jornal. Elas foram agrupadas e atualizadas. Isso faz sentido para o leitor". Sobre os experimentais, Alice comenta que são mais arriscados. "São produtos transacionais. Ou seja, você vende e é uma transação pontual. Apostamos em um clube do vinho e um programa de viagem, em que o leitor passa um dia com nossos jornalistas. Em todos os casos, o mais importante é ter nível de qualidade nas diversas apostas".
A executiva reforçou que para fazer mudanças é preciso saber quais são os objetivos da marca e o que ela representa para o mercado. Além disso, garantir que a experiência do leitor seja boa e que a integridade do editorial esteja em primeiro lugar devem ser prioridade em qualquer projeto.
----------inma6Alice Ting participou do Seminário INMA na última semana (Imagem: Studio 3X)
Fonte: Comunique-se

Executivo sugere que imprensa vire aliada às redes sociais para distribuir notícias

     
Não raro, ouve-se dizer que o conteúdo é rei. A máxima não é tão verdadeira para o executivo da MVL Comunicação, Caio Túlio Costa. De acordo com ele, o serviço é a grande majestade. O profissional participou do Seminário Internacional de Jornais, organizado pela International News Media Association (INMA), na última semana, e aconselhou veículos de comunicação a serem aliados às redes sociais para distribuir suas notícias."Neste momento, não tem como evitar a parceria com Google, Facebook e outros. Enquanto os jornais não se unirem para criar rede própria capaz de dar a mesma escala que essas páginas dão, não vai dar".
----------------caioinmaCaio Túlio Costa conversou com executivos durante Seminário INMA (Imagem: Studio 3X)
Para Costa, as empresas ainda estão preocupadas com conteúdo, deixando de ver "o negócio como um todo”. "O conteúdo, que antes tinha total controle de quem produzia, é, hoje, distribuído pelas pessoas conectadas. E as empresas de comunicação querem barrar essa 'divulgação', falando em direitos autorais. Mas está errado, ou o mercado não entendeu o que está acontecendo. Se você não entender o digital, não vai conseguir navegar nele", disse.
Insistir em fazer o digital dentro de um modelo analógico é um erro para o executivo da MVL. Ele insistiu que as redações precisam mudar para não se tornarem empresas financeiramente insustentáveis. "Não somos as únicas vítimas do novo cenário. Tem que entender a tecnologia como custo. Não tem como ignorar as redes sociais e elas vão ajudar a fazer o que estamos chamando de 'super distribuição'".
Costa comentou que o conteúdo também passa por alterações a fim de se adequar às novas plafatormas. "Não tenha medo de reinventar seus negócios e começar do zero, buscando ajuda dos nativos digitais. A nova realidade pede serviço cuja administração da relação digital com o consumidor passa a ser chave estratégica. Faça conteúdo seguindo o espírito das pessoas nascidas na nova era", aconselhou.
Fonte: Comunique-se

"Crie fan page para as notícias que mexem com as pessoas", recomenda editora

     
Editora-executiva do Expressen GT, periódico da Suécia, Frida Boisen participou do Seminário Internacional de Jornais, organizado pela International News Media Association (INMA), na última semana. Com a missão de falar sobre o trabalho nas mídias digitais, ela trouxe ao mercado brasileiro um tratamento diferente às notícias no Facebook. O veículo para o qual trabalha tem apostado no contato dos leitores com os jornalistas por meio das redes, além de estar levando assuntos específicos às fan pages.
Animada, Frida explicou que as pessoas fazem parte das redes para se sentirem vivas, participarem e dividirem histórias. "Vamos começar pelo Facebook, pois é a rede social mais importante. Se você quer trabalhar nessa mídia, precisa entender dela", disse no início de sua apresentação. De acordo com a executiva, as notícias precisam ser tratadas dentro da rede de maneira que faça o "coração das pessoas baterem mais forte". Ela explica: "tudo que faz seu sangue ferver e assuntos que te tocam como ser humano são histórias em potencial para ser divididas nesses sites".
A editora-executiva explicou, ainda, que vale a pena criar fan page específica para notícias com grande apelo emocional. "No GT, trabalhamos com microtarget. Neste ano, vivi uma experiência engraçada com a minha filha de oito anos. Ela queria usar sutiã, disse que as amigas usavam. Falei com as mães das amigas e elas disseram que compraram pois as meninas haviam pedido. Fiz um artigo sobre o assunto que foi muito compartilhado. Com isso, achei que seria importante também ter a página dentro do Facebook. Criamos, assim, uma fan page com o lema 'Deixem as crianças serem crianças'. Foi um espaço para falar sobre o assunto".
Além disso, outras apostas foram feitas. Frida contou que o veículo apostou em páginas dentro do site do impresso, como a Omtalat.nu, que traz vídeos que fizeram sucesso na internet, e o Gilladjur, com pequenos filmes "fofos"  sobre animais. A editoria de esporte também resolveu apostar neste formato. Frida tem a mesma opinião e conselho dos demais palestrantes do Seminário INMA: "não tenha medo de tentar". Para ela, é importante, neste momento, agir rapidamente. "Vocês são jornalistas! Sejam os primeiros a falar sobre os assuntos. Para viralizar conteúdo na internet, você precisa estar envolvido, precisa entender o seu leitor, falar rápido e pensar grande. Não tenha medo de ter força nas redes sociais", finalizou.
------------inma-fridaFrida Boisen durante apresentação no Seminário INMA (Imagem: Studio 3X)
Fonte: Comunique-se

Leitor é quem define relevância em novo algoritmo do Facebook

     
Como de praxe, o algoritmo do Facebook é atualizado constantemente, o que representa desafio aos profissionais que trabalham com mídias sociais. Não faz muito tempo, o site promoveu mudanças que dão ao usuário o "poder" de definir o que é relevante para o seu feed  de notícias. Sobre o assunto e o momento pelo qual os veículos de comunicação estão passando com as mudanças tecnológicas foram discutidos pelo executivo Christian Rocas durante o Seminário Internacional de Jornais, organizado pela International News Media Association (INMA) na última semana, em São Paulo.
"Existe mudança forte de hábito e vocês fazem parte dela. As pessoas deixaram de ver as coisas pelo desktop para ver tudo no celular. Não acreditamos que isso está acontecendo, já que no Brasil a rede 3G não é tão boa. Mas a maneira como o brasileiro acessa o Facebook é cada vez mais pelo dispositivo móvel", disse o executivo que trabalha para a rede social.
Sobre a mudança no algoritmo, Rocas explicou que aconteceu uma alteração de lógica, baseada em relevância. "Não é mais o que você quer mostrar, é o que o usuário quer ver. O internauta treina o Facebook para mostrar o que é relevante para ele. Então, se ele curtiu a sua página, mas viu um post e depois não voltou, provavelmente as suas mensagens não vão para o feed de notícias dele, pois a rede social entende que aquilo era importante de maneira pontual".
O executivo ressaltou que esse sistema ainda está sendo explicado para o mercado. Para ajudar jornalistas, ele garantiu que a rede social está realizando workshop, produzindo materiais e disponibilizando para consulta pública. "Estamos sugerindo coisas para quem trabalha com a nossa ferramenta. O BuzzFeed participou dos nossos encontros e aumentou sua audiência em 900%", revelou.
Além disso, ele deixou conselhos: "Usem mais os recursos de perguntas, criem grupos do seu veículo fechado para seus jornalistas, pois pode ser mais fácil compartilhar informações por meio da rede social, e use o conteúdo feito pelos usuários em suas pautas, respeitando os direitos autorais".
-------------inma-faceChristian Rocas durante Seminário INMA (Imagem: Studio 3X)
Fonte: Comunique-se

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Novo cenário do jornalismo: Grandes diários explicam adaptações

     
Assim como no ano passado, quatro executivos de grandes jornais brasileiros se reuniram a fim de compartilhar e discutir questões relacionadas ao momento dos impressos diante do mundo digital. O evento que recebeu esses profissionais foi o Seminário Internacional de Jornais, organizado pela International News Media Association (INMA), e realizado em São Paulo nesta semana. Diferentemente do que foi discutido em 2013, Estadão, Folha, O Globo e Zero Hora falaram mais sobre mudanças do que de investimento. Além disso, a discussão teve um ponto em comum: os quatro veículos relataram mudanças na estrutura de suas redações para se adequarem ao novo cenário.
Muito se fala sobre crise nas empresas jornalísticas, que atinge também o meio impresso. Nos últimos anos, o mercado tem acompanhado o enxugamento das redações. O que não fica muito claro é como esses veículos se organizam para passar por mudanças sem tantos impactos e, o principal, como distribuem seus jornalistas entre as produções nas diversas plataformas.
-------------inma2Ascânio Seleme, Sérgio Dávila, Roberto Gazzi e Marta Gleich (Imagem: Studio 3X)
Foi partindo desse ponto que o editor-executivo da Folha, Sérgio Dávila, falou sobre os bastidores do que acontece no diário. "A mesma equipe que há dez anos fazia o impresso tem, hoje, de fazer online, mobile, aplicativos, seminários e outros. O mesmo grupo, só que com muitas outras funções agregadas. Não tem sido fácil". Para ele, mesmo com o modelo ainda sendo questionado, a Folha mantém sua redação integrada. Ou seja, os jornalistas fazem conteúdo para todas as plataformas. Dávila explicou que o impresso, por ora, continua sendo tratado com primazia. Não por cultura, mas pelo financiamento. "Pensamos que, para o bem e para o mal, primeiro o impresso e depois o digital".
O executivo acredita que o mercado de notícias agregou à produção de conteúdo a função de curadoria. "Na internet, tudo é manchete. São muitas informações e o nosso papel é dizer o que é prioridade naquele último intervalo de tempo". Ao falar sobre receita, o editor-executivo revelou que a Folha não aceita a promiscuidade entre redação e publicidade, mas pondera que as áreas não precisam ser antagônicas. "Temos que ter em mente que a transparência com o leitor é essencial. Então, conteúdo patrocinado não é feito pelos nossos jornalistas e é bem identificado como tal no impresso". Em relação à inovação, afirma que as empresas precisam criar célula para cuidar exclusivamente do assunto.
Quem representou o Estadão foi o diretor de desenvolvimento editorial Roberto Gazzi, que revelou o processo de mudança na empresa. "O modelo que usávamos anteriormente prejudicava a tomada de decisão. Precisou mudar bastante. Investimos em treinamento para dar conta de uma grade de fechamento que começa às 5h". Atualmente, a organização do Estadão tem um centro de comando. "Deixamos de ser apenas produtores de conteúdo para ser, também, de tecnologia".
De acordo com Gazzi, o momento de "angústia" é compartilhado por todas as redações brasileiras. "Neste momento, estamos tentando descobrir se a velocidade das nossas mudanças é correta. Tudo isso para tentar financiar o futuro e continuar cumprindo nossa missão, que é fazer bom jornalismo sempre".
Em O Globo, a mudança foi mais radical, segundo o diretor de redação Ascânio Seleme, já que a rotina dos jornalistas se adaptou à lógica do consumo de informação. "A redação deixou de focar prioritariamente o impresso e passou a se dedicar à edição contínua em diferentes plataformas", explicou. Para que isso fosse possível, os editores passaram a entrar mais cedo, às 7h. A medida permitiu que o jornal pudesse ter a primeira reunião de pauta às 8h, a fim de definir os conteúdos das plataformas digitais.
A mudança refletiu, também, nos cargos. Abaixo da direção, surgiram quatro editores executivos, que ficam na mesa de comando. Esses profissionais, que alternam seus turnos de trabalho, orientam os editores do digital e as equipes de produção, interfaces e audiovisual. "Hoje, estamos no ritmo da notícia. Entendemos que o ponto de referência do nosso sistema é o site. Ele é o coração da nossa engrenagem".
Veiculado no sul do país, o Zero Hora promoveu diversas ações neste ano, sobretudo em comemoração aos seus 50 anos. O mais interessante das mudanças está na redação. A diretora de redação Marta Gleich explica. "Integramos a nossa equipe há alguns anos. Então, todos faziam off e online. Neste novo momento, nossa ideia é impulsionar o digital", disse. Para isso, o ZH tem, atualmente, 1/3 de seus jornalistas dedicados ao digital. O resto continua no modelo anterior. Ou seja, fazendo conteúdo para todas as plataformas.
Parecida com a estratégia de O Globo, Zero Hora também se adaptou aos horários dos leitores, o que resultou em novos deadlines dentro da redação e jornada de trabalho diferenciada. "Enquanto os jornais continuam quadrados, tem gente correndo por fora e criando novos conceitos e modelos. Em ZH, estamos abraçando profissionais de outras áreas, como um economista que foi recém-contratado para trabalhar com estatística na redação. A questão é que outros players estão investindo em algo parecido com o jornalismo e atendendo o nosso público. O que vamos fazer? Vamos seguir no nosso modelinho?", questionou a executiva.
Fonte: Comunique-se.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

The New York Times demitirá 100 pessoas da redação
Corte é necessário para manter a saúde financeira do grupo no futuro, segundo porta-vozes do jornal
O New York Times planeja eliminar 100 postos de trabalho na área editorial nos próximos dias. O próprio jornal anunciou a medida na edição desta quarta-feira, 1º, ressaltando que, primeiramente, aguardará os pedidos voluntários de demissão de seus colaboradores para, posteriomente, realizar cortes diretos nas áreas editoriais e de operação.

O publisher do jornal, Arthur Sulzberger Jr e o executivo-chefe, Mark Thompson, também disseram que, além da redução dos funcionários, o grupo optou por encerrar o aplicativo NYT Opinion, dedicado a conteúdo opinativo, pelo fato de a ferramenta não ter atraído assinantes.

Segundo os dois executivos, os cortes são necessários para tentar manter a rentabilidade do jornal a longo prazo. Em nota oficial, o New York Times disse que “os cortes são necessários para controlar os custos e permitir a continuidade dos investimentos na área digital do veículo”. O texto também pondera que, apesar desse argumento, as perdas dos funcionários serão dolorosas tanto para os demitidos como para seus colegas.

O editor executivo do jornal, Dean Baquet, enviou uma nota separadamente para toda a equipe de redação, dizendo que aproveitará essa oportunidade para reconsiderar a quantidade de seções que a equipe produz, bem como a quantia investida em conteúdo freelancer.

O New York Times não é o único grande jornal norte-americano a fazer cortes expressivos em sua equipe editorial. O Wall Street Journal também eliminou dezenas de postos de trabalho nos últimos tempos, enquanto o USA Today também demitiu cerca de 70 pessoas no mês de setembro.

Do Meio & Mensagem
Com informações do The New York Times