Estadão se alia ao Google e impulsiona assinaturas digitais
Com
parceria, veículo busca entender o “novo comportamento do consumidor”. Apoio do
Google ajuda o Estadão se fortalecer no meio online, inclusive impulsionando a
quantidade de assinaturas digitais — que já superam as do impresso
Compreender o “novo
comportamento do consumidor, que se informa cada vez mais por variados canais e
em diferentes horários”. Com esse objetivo, o Estadão tem pensado — e
estruturado — cada vez mais em ações no meio digital. Para alcançar êxitos
nessas estratégias, que já contam com resultados positivos, a centenária
empresa de comunicação se alinhou a uma gigante da internet. Tendo apoio do
Google em processos e soluções, a marca jornalística implementou Accelerated Mobile Pages (AMP) e fez
melhorias de SEO. Em termos comerciais, viu o números de assinaturas digitais
crescer e, consequentemente, superar o número de assinantes ativos da versão
impressa.
A
parceria do Estadão com o Google buscou, desde o início, harmonizar questões de
rentabilidade com a audiência do veículo de mídia na internet, sobretudo no
site próprio. Por meio da solução News Consumer Insights (NCI), a empresa passou
a classificar os leitores online em categorias. Do usuário casual ao dormente
(inativo), passando pelo público leal, assinantes ativos e apreciadores da
marca. Com recursos de big data e mapeamento de
navegação, cada tipo de leitor passou a ser impactado por um tipo de material.
O casual, por exemplo, era instigado a assinar (gratuitamente) a newsletter do
Estadão. Àqueles que já figuravam como leiais, promoções personalizadas de
assinatura eram oferecidas.
Estadão | Assinaturas impressas X assinaturas digitais
Trabalho
que vem dando certo. Em 2018, o número de assinantes digitais ultrapassou o
volume de assinantes da versão impressa do Estadão. Diferença que em 2019 já
aumentou, conforme mostram os dados divulgados pelo Instituto Verificador de
Circulação (IVC). Segundo os registros, o Estadão chegou a julho de 2019 com
139 mil assinantes digitais contra 103 mil assinantes da edição em papel. Fora
isso, no comparativo “ano a ano”, o acesso ao site por meio de aparelhos
celulares cresceu 340%. Ao passo que a área comercial agradece. Com maior
volume de audiência e tráfego orgânico, a marca noticiosa aumentou em 135% as
receitas geradas por meio de publicidade.
O
alinhamento entre Estadão e Google seguirá, promete executivos das empresas. E
para entender como foi selada a parceria e quais serão os próximos projetos a
surgirem a partir dela, o Portal Comunique-se conversa com exclusividade com
Luiz Henrique Matos e Luciana Assis Cardoso. A dupla é, respectivamente, head
de parcerias globais do Google Brasil e diretora digital do Estadão. Confira:
Luiz Henrique Matos, head de parcerias globais do Google Brasil
Para o Google, qual a importância de auxiliar no desenvolvimento
de novos projetos para uma empresa de mídia centenária como é o Grupo Estado?
No começo, houve resistência por parte de integrantes do jornal?
Não tivemos resistência. Pelo
contrário. A parceria entre Estadão e Google existe há muitos anos, com
colaboração mútua e troca de aprendizados. No momento em que a empresa decidiu
investir em sua transformação digital, procuramos juntos quais eram os pontos
desse processo em que poderíamos contribuir de alguma forma. Poder contribuir
um pouco nessa história é um privilégio para nós.
A veia do Google é tecnológica. Como é para a equipe da empresa,
reconhecida mundialmente por ser uma gigante da internet, estar envolvida em
projeto voltado a fortalecer a produção jornalística, seja no Estadão ou em
outros players?
Entendemos que isso é parte da
nossa vocação. O Google trabalha para tornar o conhecimento acessível em suas
plataformas. Isso também é o objetivo do jornalismo. Na empresa, temos equipes
que trabalham diretamente com veículos de mídia para dar apoio ao desenvolvimento
de produtos, negócios e pessoas. Ao anunciar o Google News Initiative em março
de 2018, o que fizemos foi reforçar esse compromisso.
“O
Google trabalha para tornar o conhecimento acessível em suas plataformas”
Para além da parceria com o Estadão, quais outros projetos de
destaque do Google News Initiative ativos aqui no Brasil?
Temos atualmente cerca de 50
iniciativas diferentes em andamento, com diversos publishers, associações,
universidades e outros parceiros. Como exemplo, posso citar o Desafio de
Inovação que anunciamos em junho e vai contemplar com até R$ 1 milhão dezenas
de iniciativas que promovam inovação e novos modelos de negócios no ecossistema
jornalístico da América Latina. Também temos trabalhado com veículos de
diferentes tamanhos para prestar consultoria em seus projetos de assinaturas
(com o Subscriptions Lab, em parceria com a Wan-Ifra e a consultoria Mather
Economics), vídeo e dados. E ainda temos diversos projetos a serem lançados ao
longo dos próximos meses.
Como objetivo, acho que vale
mencionar que o GNI, como iniciativa global, está fundamentado em três grandes
pilares. (1) Elevar a qualidade do jornalismo nas nossas plataformas em
parceria com publishers. (2) Evoluir os modelos de negócios
para que o jornalismo possa prosperar na era digital. (3) E fortalecer as
redações ajudando-as a desenvolver inovações tecnológicas. Quando avaliamos
internamente como esses objetivos se aplicam à realidade do mercado brasileiro,
desenhamos parcerias e programas como esse que lançamos com o Estadão e tem
dado tão certo.
Luciana Assis Cardoso, diretora digital do Estadão
Dados do IVC mostram que, desde 2018, o Estadão conta com mais
assinantes em sua edição digital do que na impressa. Em quais fatores o Google
ajudou nessa “digitalização” do conteúdo e do modelo de negócios de O Estado de
S. Paulo?
Com a adoção das soluções do
Google, pudemos pela primeira vez entender o comportamento dos leitores do
Estadão e acompanhar a fundo a sua jornada e experiência com o nosso produto.
Todos esses dados são utilizados por diversas equipes internas para otimizar os
nossos serviços, desde o atendimento até o desempenho de uma nova publicação.
Na última década, a circulação da versão impressa do Estadão
encolheu 55%, conforme dados do mesmo IVC. Para a próxima década, a marca
Estadão seguirá investindo no jornalismo impresso? Há estratégias para voltar a
aumentar a base de assinantes do papel? Acredita que o meio digital e a
parceria com o Google podem colaborar com isso?
A queda do produto impresso é
um reflexo do novo comportamento do consumidor, que se informa cada vez mais
por variados canais e em diferentes horários. O fenômeno é também percebido
globalmente, impactando outros veículos de referência, como NYT e Washington
Post. Diante desse cenário, entendemos que novos produtos complementarão a
jornada do leitor, como vídeos, podcasts e newsletters, mas não significa
que o impresso perderá a sua relevância, muito pelo contrário, o impresso
continuará estratégico para o Estadão.
“A
queda do produto impresso é um reflexo do novo comportamento do consumidor”
Nosso desafio é justamente
utilizar o aprendizado do leitor, alavancado consideravelmente pelos canais
digitais, para continuar melhorando todos os produtos, inclusive o impresso. Já
no ano passado vimos o resultado desse trabalho quando assumimos a liderança em
circulação impressa entre os jornais do estado de São Paulo.
Fala-se que a parceria com o Google tem colaborado com insights. A criação do projeto BR Político partiu daí? Há outros
projetos nativos digitais da empresa que estão sendo desenvolvidos? Se sim,
quais serão os temas a serem trabalhados?
Criamos um produto denominado
BR18, cujo objetivo era informar e preparar os leitores para as eleições de
2018, contando com notas curtas, postadas com o intuito de sempre mantê-los
atualizados. O BR Político nasceu como evolutiva desse
esforço, quando percebemos que havia uma necessidade do leitor em entender os
impactos do cenário político atual e seus possíveis desdobramentos nas decisões
do seu dia a dia. O escopo do produto cresceu a partir dos insights da
preferência dos assinantes, gerando newsletters e novos
relatórios aprofundados.
Fonte: Comunique-se
Fonte:
Comunique-se
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