Aumento no consumo de
smartphones provoca mudanças nas redações
Pesquisa revela que quase 70% dos brasileiros
utilizam dispositivos móveis para ler notícias e este novo hábito provoca
mudanças na forma como os jornais geram e disponibilizam seu conteúdo
Ao aumentar a procura por fontes de informações
confiáveis, aumenta também a responsabilidade dos veículos estarem presentes e
ativos no meio digital.
Já imaginou como
seria a vida sem o uso do telefone celular? Já tentou, ainda que por algumas
horas, deixar de lado o aparelhinho que o conecta ao mundo – a qualquer hora e
em qualquer lugar? Não é preciso muita criatividade para se chegar à conclusão
de que isso dificultaria muito nosso dia a dia, afinal tarefas simples do
cotidiano como pedir comida, chamar um táxi, assistir televisão, ouvir música,
falar com amigos, checar e-mails, fazer compras ou ver redes sociais são cada
vez mais realizadas através dos telefones móveis.
De acordo com dados
divulgados pela 28ª Pesquisa Anual de Administração e Uso de Tecnologia da
Informação nas Empresas, realizada pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo
(FGV-SP), até o final deste ano o Brasil terá um smartphone em uso por
habitante. Em apenas 4 anos o número de usuários deste tipo de aparelho
aumentou 3,5 vezes no país, passando de 14% em 2012 para 62% em 2016. A
tendência é global, visto que neste mesmo período os números ao redor do mundo
subiram de 33,3% para 70%.
Apesar de ainda ser
considerada ruim, a qualidade da banda larga nacional tem melhorado para
atender a demanda crescente, especialmente no que se refere à banda móvel 4G.
Segundo estudos da consultoria Teleco para a 5G Americas, os acessos de banda
larga móvel representarão 91% das linhas disponíveis no mercado em 2019 e desde
o ano passado o brasileiro passou a usar mais o telefone celular do que o
computador para acessar a internet.
Novo ambiente
O que os números
atestam é algo que já percebemos na vida real: o comportamento e a intensidade
no uso da telefonia móvel avança de modo irreversível, estabelecendo novas
formas de relacionamento e consumo. Hoje em dia para uma empresa ou instituição
atingir seu público é fundamental que esteja presente no universo digital – e
na telinha do celular, claro.
No meio das
notícias não é diferente. O Digital News Report 2017, estudo realizado pelo
Reuters Institute em parceria com a Universidade de Oxford revela que 69% dos
brasileiros usam dispositivos móveis para acompanhar notícias, sendo que 23%
usam o telefone celular como principal ferramenta para se manter bem informado.
E não são apenas os
sites dos jornais que alimentam estes leitores. Mídias independentes, portais
colaborativos, blogs e redes sociais estão entre os canais mais utilizados,
cujo crescimento crescente tem gerado discussões e levantado algumas polêmicas
sobre a importância de um conteúdo noticioso de qualidade.
Ainda durante seu
estudo, o Digital News Report 2017 ouviu 70 mil pessoas de 36 países e mostrou
que, apesar de 54% dos entrevistados usarem as redes sociais como fonte de
notícias, apenas 24% acredita que haja um trabalho criterioso na divulgação,
distinguindo fatos de ficção. Outros indicadores utilizados reforçam a queda na
confiança dos leitores em notícias divulgadas apenas por mídias sociais, graças
às ocorrências cada vez mais frequentes das fake news. Em paralelo, o consumo de
notícias online nos sites oficiais de jornais e em serviços pagos só aumenta.
Oportunidade de negócio
A enxurrada de
informações nascida com a popularização da internet e seu consumo acelerado
pareciam, a princípio, um problema para os veículos tradicionais. Entretanto,
agora, revelam-se como sendo uma oportunidade capaz de trazer novo fôlego ao
jornalismo.
Ao aumentar a
procura por fontes de informações confiáveis, aumenta também a responsabilidade
dos veículos estarem presentes e ativos no meio digital. A preocupação
editorial em levantar dados, analisar informações, investigar conteúdo e correr
atrás dos detalhes produz materiais mais relevantes, profundos e de melhor
qualidade – um diferencial que dá mais credibilidade ao veículo e atrai o
leitor, que tende a se comprometer e voltar ao mesmo portal.
Reflexo dessa
tendência é que os jornais que têm oferecido conteúdo com alta credibilidade e,
de quebra, alguma exclusividade (não entregam tudo de uma só vez a quem
acessar) estão tendo mais assinaturas e investimento comercial.
Tecnologia como diferencial
Já está mais do que
evidente que estar presente nos canais digitais é uma obrigação e uma boa
oportunidade para os jornais. Entretanto, atrair a atenção do usuário neste
novo campo de disputa requer bons conhecimentos sobre as regras deste ambiente
– desde como se apresentar até qual linguagem adotar.
Emmanuel Ferreira,
diretor da Mundiware – empresa especializada em tecnologia editorial para
jornais – conhece bastante esta nova realidade. “O consumo de notícias pela
plataforma mobile representa pelo menos 60% da audiência em nossos clientes, em
alguns casos ultrapassa os 70%. Por isso criamos funcionalidades exclusivas e
oferecemos todos os recursos necessários para propagar o conteúdo com a maior
facilidade possível e no formato adequado exigido pelas empresas de divulgação,
como o Instant Article do Facebook e o Google AMP”.
A adoção de
sistemas flexíveis capazes de organizar conteúdos de acordo com os fluxos de
trabalho e divulgá-los no formato exigido por cada canal são um diferencial que
influencia positivamente no resultado. No caso do acesso via smartphone, isso
requer alguns ajustes que fazem a diferença na hora de publicar ou consumir
notícias.
A plataforma Elite
CS, sistema editorial para controle e gerenciamento de redação, disponibiliza
recursos específicos que adaptam automaticamente o conteúdo para cada
plataforma. Por exemplo, uma imagem que no computador teria uma largura X ou Y,
no mobile a mesma imagem é gerada com dimensões menores para não consumir muito
recurso de internet do leitor. Outras funcionalidades são a adoção de design
responsivo, capaz de se adaptar a diferente telas reorganizando conteúdo de
maneira estratégica para melhorar a leitura; e a criação de portais
independentes para mobile, com sistemas de carregamento mais leves que os
utilizados em desktop.
“A maneira como
estes recursos serão utilizados fica sempre a critério do cliente. Nossa
obrigação é oferecer o maior leque possível de soluções para que o veículo
adapte-se a quaisquer ambientes sem perda na qualidade do conteúdo e de modo a
atrair os leitores que estão cada dia mais presentes no meio digital, inclusive
através de seus telefones celulares”, afirma Emmanuel.
Fonte: Comunique-se
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