O fim da era omnichannel
Embora o objetivo seja bastante claro, nunca
foi realmente adotado pelas companhias
O omnichannel
surgiu como uma das principais promessas das empresas para melhorar a
experiência do usuário. Basicamente, a estratégia consiste em permitir que o
cliente faça escolhas de acordo com seu perfil de compra e de como ele prefere
ser atendido. Embora o objetivo seja bastante claro e o conceito muito simples,
nunca foi realmente adotado pelas companhias. E, por isso, acredito que
chegamos ao fim da era omnichannel.
E isso não está relacionado à sua eficiência
(ou falta dela), e sim porque vem sendo “propagandeado” mais do que, de fato,
usado. As empresas que se dizem omnichannel, como as de telefonia, banda larga
ou bancos, têm sido as mais mal avaliadas em atendimento, segundo o ranking do
site ReclameAqui.
Então, como podemos ter o pior atendimento
justamente por empresas que se dizem omnichannel, sendo essa uma estratégia
criada exatamente para unificar a comunicação em todas as frentes que ligam o
cliente à marca?
A verdade é que a era omnichannel vai acabar
antes mesmo de ter, de fato, começado. Os motivos? Além da experiência
continuar ruim, não é realmente centralizada, ou seja, nem o objetivo nem a
promessa da estratégia foram cumpridos.
Ser omnichannel não é apenas disponibilizar
pontos de contato no site, SMS, e-mail, telefone, ou mesmo criar um aplicativo
com opções pré-estabelecidas e que, no fim das contas, direcionam para uma
mesma solução, geralmente ultrapassada, como ir à loja física.
Na maioria das vezes, as empresas oferecem
vários canais de comunicação e acesso, mas eles não conversam entre si e, em
alguns casos, até se opõem. Logo, as marcas não conseguem compreender as reais
demandas dos clientes.
O novo consumidor quer ser o agente principal
da comunicação com a empresa. Sabe que pode fazer suas demandas valerem em um
mundo com mais competidores. Não quer ter que gastar tempo procurando a solução
de um problema. Definitivamente, não quer ter que ficar pulando de canal em
canal. E essa é a principal razão pela qual os canais de comunicação com muita
fricção estão agonizando.
Nesse cenário, contudo, como promover uma boa
experiência? Antes de responder a essa questão, é preciso dar um passo atrás e
entender quais são os pilares da experiência do consumidor e de suas demandas
atualmente.
As conversas precisam ser feitas em nível
individual. Ao contrário da comunicação em massa, feita para muitas pessoas, as
empresas precisam buscar seu público de forma personalizada e exclusiva e isso
envolve uma experiência de atendimento otimizada.
A individualização é uma opção mais cara, mas é
a que traz mais resultados, pois oferece a melhor experiência para cada pessoa.
A boa notícia é que, na era digital e dos dados, isso se tornou possível com
muito mais facilidade.
Embora o omnichannel como é idealizado esteja
fadado a acabar, existe um novo universo de possibilidades para o contato entre
clientes e empresas, com uma diferença fundamental: o uso muito mais
inteligente e estratégico dos canais e um entendimento muito maior da jornada
do cliente.
Trazendo o foco para os brasileiros da
atualidade, a principal escolha de comunicação são os aplicativos de mensagem.
E, pela primeira vez, as empresas podem se posicionar estrategicamente nesses
canais, por meio de conversas diretas com os usuários e em um contato único,
inteligente e integrado.
Dessa forma, é possível criar uma experiência
unificada entre cliente e marca, igualmente benéfica para ambos. Para os
consumidores, a possibilidade de ter uma comunicação rápida, mas efetiva. Para
as empresas, a oportunidade de ter um histórico com todas as informações
trocadas com seus clientes, compondo um banco de dados riquíssimo para qualquer
negócio.
Ao integrar soluções de automação, inteligência
artificial e análise dados à essa conversa, a comunicação one to one chega a
outro nível: uma experiência conversacional com mínima fricção e tendo o
cliente como protagonista — nada menos do que o futuro do relacionamento com o
usuário.
Fonte: Meio&Mensagem
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