Personalização dita o futuro da publicidade
Guru Gowrappan, CEO da Verizon
Media, que neste 2021 anunciou a venda de seu grupo de mídia, afirmou que a
customização precisa ajudar os usuários a organizarem suas vidas de forma mais
eficiente
Victória Navarro
1
de julho de 2021 - 6h30
Identificar
os interesses e as características dos clientes e escolher as melhores mídias
para estabelecer contato com consumidores são alguns dos passos para
personalizar a comunicação no ambiente online. De acordo com a Forbes, 80% dos
consumidores estão mais propensos a comprar de uma marca que oferece
experiências customizadas. Melody Hahm, correspondente do Yahoo Finance para a
Costa Oeste reuniu-se com Guru Gowrappan, CEO da Verizon Media, no painel “O
futuro da publicidade personalizada”, realizado no Mobile World Congress (MWC),
maior evento móvel do mundo.
Mídia customizada
Neste
2021, a Verizon anunciou a venda de seu grupo de mídia — que inclui marcas como
Yahoo e AOL — para a Apollo Global Management, empresa de gestão de
investimentos. No negócio avaliado em US$ 5 bilhões, a operadora de telemóveis
receberá US$ 4,25 bilhões e manterá 10% de participação acionária. O valor
corresponde a quase metade do que a operadora desembolsou para adquirir as
marcas: A Verizon adquiriu a AOL por US$ 4,4 milhões, em 2015, e Yahoo por US$
4,5 bilhões, dois anos depois. A divisão de mídia da Verizon gerou US$ 2,3
bilhões de receitas, no último trimestre de 2020, 11,4% a mais do que o número
do mesmo período do ano anterior.
No painel,
Guru, da Verizon Media, ressaltou a importância do grupo de mídia na trajetória
da operadora. “Porém, achamos que o próximo passo dessa jornada é criar algo,
realmente, maior do que já é. Quando pensamos na força que a Apollo Global
Management pode dar às marcas Yahoo e UOL, junto com a nossa participação
chave, há muito crescimento pela frente. Estou entusiasmado com essa nova fase.
É uma nova maneira de conectar os consumidores com suas paixões”, disse. “Com a
experiência do setor e visão estratégica da Apollo, o Yahoo estará bem
posicionado para capitalizar as oportunidades de mercado, mídia e experiência
em transações e continuar a expandir nossa plataforma de publicidade digital
full stack”, adicionou. O CEO da Verizon continuará liderando a nova empresa.
Espera-se que a transação seja concluída no segundo semestre de 2021.
Segundo
Guru, é preciso olhar o grupo de mídia como uma única plataforma, capaz o
consumidor, o publisher e o anunciante. A publicidade é uma parte fundamental
dos serviços da Verizon Media. “A nossa atividade publicitária e os anúncios
que nós e os nossos parceiros mostramos permitem-nos fornecer, gratuitamente,
muitos dos nossos produtos e serviços”, afirmou. Para o executivo, a
personalização é sobre manter as pessoas conectadas com informações, produtos e
serviços que ascendam atenção. “O nosso sistema permite com que os usuários
estejam em contato com o que amam. Não há uma fórmula única. Não há uma única
forma de abordagem. A customização exige que se conheça melhor os diferentes
tipos de consumidores. A personalização precisa ajudar os nossos usuários a
organizarem suas vidas de forma mais eficiente, preservando dinheiro e tempo.
Quando penso sobre esse tema, reimaginar a internet faz muito sentido. Uma
internet fortificada por experiências e desejos pessoais pode ser a sua
internet e de mais ninguém”, acrescentou.
Em 2020,
por exemplo, as marcas que melhor se adaptaram aos novos hábitos de consumo,
incitados pela pandemia do novo coronavírus, foram aqueles que digitalizaram
seus processos de comunicação, atendimento, venda e entrega ao cliente. Porém,
há tempos, acompanhar os novos hábitos de consumo é essencial. Nesse sentido, a
personalização da publicidade ajuda a trazer resultados mais assertivos aos
anunciantes. “Dessa forma, experiências imersivas são capazes de criar
experiências incríveis”, disse Guru. De acordo com o executivo, a quinta
geração de telefonia móvel (5G) é capaz de levar a customização de publicidade
para um próximo nível, mais atrativa e escalável: “Marcas, publishers e toda a
indústria envolvida na criação de comunicação precisam estar preparados para
esse estrondoso avanço tecnológico. O que os anunciantes precisam fazer, agora,
é pensar como criar interações relevantes e mais valiosas. Trabalhar com o
tempo real é o que a personalização demanda”.
Dados e cookies
Em
termos de compartilhamento de dados, o CEO da Verizon Media disse que o
consumidor entende a importância de dividir com marcas seus desejos e anseios.
As políticas de privacidade favorecem a transparência da marca e protegem os
dados dos usuários. Se, por um lado, a aquisição de informações a respeito dos
usuários, como intenção de compra, fonte de tráfego, geolocalização, idade e
pesquisas anteriores no site, pode ser usada erroneamente por algumas empresas,
por outro, ajuda a tornar o marketing ainda mais personalizado. “Nesse quesito,
trazer à tona transparência e agir eticamente permite com que os anunciantes se
aproximem ainda mais dos usuários. Confiar em dados permite com que marcas
conquistem resultados importantes”, explicou.
Guru disse
que, certamente, o fim dos cookies impacta todo o mercado. Até 2022, o Google
pretende proibir o uso de dados de seu navegador Chrome por terceiros. Esses
cookies permitem que empresas troquem dados entre si para negociar anúncios
programáticos. A decisão, informada em janeiro de 2020, vem movimentando o
mercado de anunciantes e publishers, uma vez que desamparará o mercado de
comunicação acerca do comportamento online de usuários. Sem a opção de ter em
mãos dados cruciais desde o planejamento até a segmentação e ativação da
publicidade digital, a identificação de usuários em ambientes da web será
desafiada as práticas ao longo de todo o ciclo de marketing. “Felizmente, há
muita tecnologia, aqui incluo o Yahoo, lançando soluções para aperfeiçoar o
futuro da experiência publicitária e, assim, atingir de modo relevante os
usuários. O fim dos cookies de terceiros está fazendo nascer novos mecanismos”,
disse. De acordo com o executivo, a conectividade permite às marcas e aos
publishers monetizar e navegar por diversas audiências sem os dados de
terceiros.
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