quarta-feira, 28 de julho de 2021
segunda-feira, 26 de julho de 2021
Como as
campanhas publicitárias sobreviverão ao mundo sem cookies?
Pesquisas indicam que o fim dos cookies de
terceiros anunciado pelo Chrome pode significar quebra de até 60% na eficácia
das campanhas online e prejuízo de até 70% para os publishers
24 de junho de 2021
O fim do
monitoramento via cookies de terceiros se concretizará em 2023, conforme
anunciado pelo Google, e este é o deadline para todo o ecossistema publicitário
se adequar ao novo paradigma que essa mudança representa.
De modo
geral, isso significa que os métodos utilizados hoje pela maioria das agências
e anunciantes para definir boa parte de suas estratégias digitais ficarão
obsoletas, assim como a maior parte dos algoritmos que suportam as campanhas
atuais. Você já parou para pensar em como isso afeta o seu modelo de negócio?
Há previsões de que essa movimentação do Chrome poderá gerar uma quebra de até 60% na
eficácia das campanhas, além de um prejuízo de até 70% na
receita dos publishers se as agências e anunciantes não readequarem toda a sua
estratégia de mídia. Em outras palavras, a publicidade precisará se reinventar.
Mesmo antes
de o Google acenar para o cookieless world, navegadores como Safari, Firefox e
Edge já haviam anunciado medidas similares para controle dos dados terceiros,
recalculando sua rota em direção às demandas por privacidade e transparência
reivindicadas pela sociedade e pelas novas diretrizes regulatórias como GDPR na
Europa, CCPA nos EUA e LGPD no Brasil.
No entanto,
o Chrome responde por quase 70% dos
acessos à internet, e o que vemos agora é uma corrida em busca de alternativas
que viabilizem os níveis de personalização e experiência da publicidade neste
novo cenário e, consequentemente, a sobrevivência do ecossistema. A resposta do
Google para isso é o Privacy Sandbox, que
contempla praticamente todos os modelos atuais de segmentação de anúncios: os
baseados em first-party data, como o contextual; os de interesse, por meio do
método FLoC; e os de
remarketing, por meio do FLEDGE (antigo Turtledove).
É
importante lembrar também que, além do Privacy Sandbox, ainda haverá outros
métodos de segmentação individual que funcionam para fins específicos, como
aqueles baseados em dados primários dos publishers, ou em dados de consumidores
que sejam públicos ou criptografados via CDPs (data clean rooms), por exemplo.
Estas estratégias devem continuar ativas no ecossistema programático, desde que
também sejam configuradas de forma 100% privacy-friendly.
Por isso,
por mais que a mudança do Google esteja anunciada apenas para 2022, com
conclusão prevista para 2023, é importante iniciarmos desde já os planejamentos
internos, que partem da identificação e entendimento das possibilidades que
ficarão disponíveis. Somente assim as agências e anunciantes poderão escolher os
melhores caminhos para cada negócio, e ter tempo hábil para efetivamente
implementar as mudanças necessárias até lá.
As mudanças
nos métodos de segmentação com certeza irão impor um novo paradigma a agências
e anunciantes, que precisarão evoluir sua mentalidade estratégica para as
campanhas de mídia digital. Essa nova realidade favorável à privacidade muda o
foco da segmentação puramente demográfica para outras fontes de dados, como
contexto e classificações temporárias de grupos de afinidade, por exemplo. Os
profissionais de marketing precisam saber se estão prontos para enfrentar essa
nova realidade.
Apesar de
isso implicar num aumento da complexidade operacional – que ficará a cargo dos
algoritmos -, há também uma boa oportunidade para as marcas repensarem os seus
processos e otimizarem as tecnologias disponíveis. Numa perspectiva otimista,
podemos fazer uma boa limonada desse cesto de limões enquanto recalculamos a
rota para o mundo sem cookies.
No final
das contas, o cookieless world certamente tornará as campanhas mais
privacy-friendly, mas também pode resultar em uma grande oportunidade para
ganho de efetividade. Propostas como as do Privacy Sandbox ou mesmo as novas
abordagens contextuais centralizam as necessidades e expectativas do usuário no
momento exato de sua interação com o anúncio, possibilitando campanhas
poderosas do topo ao fundo do funil de vendas. Cabe a nós investir a energia e
os recursos necessários para reinventar o ecossistema publicitário em direção a
este novo cenário. Vamos juntos?
Fonte: Meio & Mensagem
Seis anos
depois, três decálogos para um mercado que dissolve
Retomo agora esse post para analisar o que
havia de certo e de errado no que projetei. Com o objetivo - exatamente o mesmo
do post original - de extrair possibilidades de ensinamentos sobre nosso
destino e nosso setor
26 de julho de 2021
Em 22 de Junho de 2015, – portanto, há 6 anos e um mês – escrevi
um post no ProXXIma cujo título era “Três decálogos para um mercado que
dissolve”. Não foi muito bem aceito. E não foi bem aceito porque previa coisas
não tão boas assim para a indústria e o mercado de marketing e comunicação. Más
notícias nunca são bem vindas.
Retomo agora esse post para
analisar o que havia de certo e de errado no que projetei. Com o objetivo –
exatamente o mesmo do post original – de extrair possibilidades de ensinamentos
sobre nosso destino e nosso setor. E para, quem sabe, seguirmos nos preparando
da melhor forma para o que virá.
Vou destacar apenas o que julgo
hoje mais relevante. Se quiser ler, ou reler, o post original na íntegra, vou
colocar o link lá embaixo.
São três os decálogos, porque
fiz um para cada um dos principais setores da nossa indústria, a saber:
anunciantes, agências e publishers. Dez estimativas e projeções para cada qual.
Agências
O destaque fica para a previsão
de que o BV iria se reduzir, até acabar. Bom, ele se reduziu e está no fim. O
desafio seria, então, arranjar novas fontes de receita. Isso está sendo feito,
agora – tardiamente, portanto – mas as agências estão tentando.
Esse primeiro item nos leva a
outra projeção importante, de que a rentabilidade do business agência iria
cair, se elas não se reinventassem. Como disse, as agências estão buscando sua
reinvenção, mas em todo o mundo, a rentabilidade do negócio agências caiu e as
ações em bolsa das grandes holdings despencaram.
Comentei também que elas teriam
que ser mais tech driven. Estão ficando. Mas não sabem direito o que é, por
exemplo, inteligência artificial. Ruim isso. Engatinham nesse terreno.
Haveria maior receita de mídia
de performance. Isso elas aprenderam mais rápido, porque os anunciantes as
empurraram para essa percepção e essa prática. E, de fato, há hoje maior
receita de mídia de performance passando pelos cofres das agências.
Indiquei que elas deveriam desenvolver
maiores habilidades de commerce e vendas. Com raríssimas exceções, isso não
passa nem perto da porta das agências até hoje. Aí, a falha é gravíssima e a
comida de bola, 6 anos depois do aviso, continua sendo gigante.
Publishers
O alerta dado às agências sobre
a queda dos BVs, valeu aqui também e os veículos sentiram o baque. Sendo, dos
três setores, o que mais sofreu com a evolução dos negócios, e sua própria
incapacidade de reação, o outro aviso foi que sua rentabilidade iria cair. A
maior parte dos grupos de mídia tradicionais não se reinventou e sua
rentabilidade, de fato, desmoronou.
Comentei que as receitas
provenientes de programática, vídeo e mobile iriam crescer e, de fato,
cresceram. Mas não o suficiente para compensar a perda das fontes clássicas de
receita dessas companhias.
Previ que dados seriam o futuro
e, hoje, são mesmo. Mas os veículos extraem pouquíssimo valor ainda disso que
super tem na mão, que é sua audiência. Poderiam rentabilizá-la, através de
dados, de “n” formas. Mas não conseguem fazer nada significativo nesse sentido.
Por fim, entendi que os
veículos deveriam se tornar grandes canais de venda. Também, como as agências,
não têm nem ideia do que estou falando.
Anunciantes
Com razão ou não, responsáveis
diretos pelo esmagamento dos BVs, os anunciantes, dizia eu 6 anos atrás,
deveriam ter na inovação uma necessidade e não mais, como na época, uma
curiosidade. A pandemia acelerou essa necessidade de forma vertiginosa e, hoje,
são poucos os anunciantes que não tem em seu radar a necessidade primeva da
inovação como condição de sua própria sobrevivência.
Investimentos em programática
cresceriam. Bingo.
Ter o customer journey como
obsessão. Está acontecendo. E os anunciantes estão reagindo bem.
Deveriam mergulhar mais em tech
e data. Idem, a previsão de que isso seria relevante se confirmou e eles estão
hoje bem atentos a isso.
Marcas serão publishers, disse
eu. Estão virando mesmo. Cada qual tem hoje algum braço de produção de conteúdo
proprietário e, algumas, mais avançadas, estão mesmo tornando-se, de alguma
forma, publishers.
Por fim, comentei que os
Anunciantes deveriam se engajar mais em valores e causas. Galinha morta. Todas
as marcas hoje se preocupam, mais até do que imaginei que de fato se
preocupariam, com o marketing de engajamento.
O setor de Anunciantes foi,
disparado, o que mais avançou dos três. Acho que isso vai continuar acontecendo
daqui para a frente, com o risco, de resto alertado há anos, dos outros dois
perderem relevância ainda mais diante de quem paga a conta.
Conclusões
Na maior parte das vezes, odeio
acertar quando faço essas previsões. E, ao longo da minha carreira de mais de
40 anos de jornalismo, fiz previsões perdi a conta o número de vezes. Para o
bem ou para o mal, disparadamente, sem falsa modéstia, mais acertei, do que
errei.
Mas como disse, em nome da
indústria e dos nossos negócios, queria, de verdade, ter errado forte na
maioria das vezes. Particularmente, no caso das previsões mais pessimistas. Mas
não foi, infelizmente, o que a História nos mostrou.
Seis anos é, nos tempos
modernos, uma eternidade. Teria dado tempo de muita coisa ter sido feita. E, de
fato, alguma coisa está sendo feita pelos três pilares da indústria em sua
correria para não perder a velocidade das transformações em curso. Mas, temo
muitos players dos três segmentos não conseguirão e morrerão. Os que seguirem
sua jornada tem uma e só uma alternativa: acelerar. Os três decálogos para um
mercado que dissolve seguem, incrivelmente, tendo seu valor como mapa mais do
que básico para o futuro. Há como segui-los. Basta determinação.
Eles são, aqui, e uma vez mais,
minha contribuição para nossa indústria. Isso para que eu não tenha que, daqui
a seis anos, ter a infelicidade de precisar escrever um post de balanço tão
triste como este. De novo.
Fonte: Meio & Mensagem
quarta-feira, 21 de julho de 2021
Publicidade global deve crescer 10,4% em 2021
Dentsu Ad Spend Report aponta recuperação da
indústria da comunicação; no Brasil, projeção de crescimento é de 8,8%
21 de julho de 2021
Mesmo com a
pandemia que ainda afeta alguns mercados em todo o mundo, o mercado
publicitário deverá ter um desempenho positivo em 2021. De acordo com o mais
recente Ad Spend Report, relatório elaborado pela Dentsu, o investimento global
em publicidade deverá alcançar a marca de US$ 634 bilhões, em todo o mundo,
neste ano. O montante é 10,4% maior do que o do ano passado.
O relatório
leva em consideração as transformações impostas pela pandemia, que acelerou a
digitalização da indústria e impôs diversos desafios ao mercado de comunicação.
Segundo a pesquisa, mercados mais desenvolvidos, como Estados Unidos, Canadá,
Austrália e Reino Unido, devem ter taxas de crescimento mais altas do que as
registradas antes da pandemia, o que representa uma retomada dos investimentos
em comunicação. O mesmo deve acontecer na Índia, segundo o relatório. Para o
Brasil, a expectativa é de que os investimentos em publicidade cresçam 8,8% em
2021, na comparação com o ano anterior.
O Ad Spend
Report também aponta que a queda nos negócios publicitários ocasionada pela
pandemia da Covid-19 acabou sendo menos severa do que o previsto e gerou
algumas tendências que prevalecerão na indústria. A principal delas foi o
aumento do investimento no digital, que deverá alcançar o montante de US$ 311
bilhões em 2021, o que representa um crescimento de 15,6% em relação a 2020. O
digital, inclusive, deve responder por 50% dos investimentos globais feitos em
publicidade.
Empregos na área
de publicidade batem recorde nos EUA
O relatório
também aponta uma previsão de crescimento para publicidade em Social (23%),
Vídeo (17%) e Search (16,3%). Juntos, esses formatos digitais deverão responder
por US$ 110 bilhões dos investimentos feitos em publicidade ao longo do ano.
Outro ponto
destacado no relatório é a previsão de que a maior parte dos canais de mídia
recupere os investimentos do período pré-pandêmico. A exceção a essa recuperação são as mídias
impressas, que devem encerrar 2021 com um declínio de 4,4% nos investimentos
publicitários, em âmbito global. Bastante afetados pelas medidas de
restrição impostas pela pandemia, o Cinema e a mídia OOH devem recuperar o
ritmo de negócios do período anterior à pandemia, de acordo com o relatório da
Dentsu. Globalmente, o Cinema deve crescer 35,1% e a mídia OOH, 14,6%.
O relatório
também pontua que os investimentos em publicidade na TV aumentarão
impulsionados, sobretudo, pelos grandes eventos realizados no ano, como os
Jogos Olímpicos e a Eurocopa, que costuma atrair grande audiência – e, consequentemente,
anunciantes. Segundo o Ad Spend, os investimentos em publicidade na TV
crescerão 7,1% no ano, chegando ao valor de US$ 188,4 bilhões. Esse valor,
contudo, ainda está abaixo do registrado no período antes da pandemia. O estudo
também aponta uma tendência maior para o direcionamento das verbas às TVs
conectadas e às plataformas over-the-top (OTT).
Fonte: Meio & Mensagem
sexta-feira, 16 de julho de 2021
O jornalismo e as big techs, um
equilíbrio necessário
Desafio desses novos tempos é encontrar o equilíbrio para que a imprensa
continue exercendo seu indispensável papel
15 de julho de 2021
Nos últimos anos, o
acesso à informação por canais digitais mudou o hábito de leitura. Acordamos
nos informando pelo celular e, durante o dia, por várias vezes, continuamos
consumindo conteúdo jornalístico pelas telas online.
Se o Google ou o
Facebook estarão presentes na vida das pessoas daqui a cem anos, não sei, mas
não tenho dúvida de que o conteúdo jornalístico estará disponível,
provavelmente, por meio de tecnologia que conecte a experiência de se informar
com a imprensa, seja por texto, vídeo ou áudio.
Porém, a reflexão
sobre a vinculação da informação com a tecnologia não deve ser pauta apenas
para o futuro, mas, também, para 2021, diante dos efeitos que essa questão traz
ao cenário econômico, publicitário e à própria democracia.
As big techs – no
caso, Google e Facebook – são tecnologias muito importantes em nossas vidas,
pois trazem acesso, praticidade e conexões sociais. No entanto, com essa
concentração em dois players, isso acabou desequilibrando o tabuleiro da
publicidade online, já que as duas companhias concentram 81% do investimento
publicitário digital no mundo.
Dados publicados pelo
jornal britânico The Guardian mostram que, de cada US$ 100 gastos com
propaganda online no mundo, US$ 53 vão para o Google e US$ 28 para o Facebook,
sendo que apenas os US$ 19 restantes são repartidos por todos os demais. Esse
desequilíbrio, portanto, afeta toda a cadeia econômica do setor digital.
Isso acontece porque
as plataformas digitais coletam dados dos leitores de notícias e permitem que
os anunciantes utilizem essas informações para alcançar o consumidor certo.
Essa situação implicou na redução do valor do espaço publicitário nos sites das
empresas de jornalismo.
Nos EUA,
infelizmente, com o duopólio de Google e Facebook, mais de 1,8 mil jornais
locais foram à falência. Quem perde com isso, no entanto, somos todos nós,
diante do “deserto de notícias” que se alastra, pois uma região sem imprensa é
uma região abandonada, sem fiscalização, sem voz.
Para que isso não
aconteça, globalmente, alguns países vêm se movimentando para criar leis que
buscam equilibrar esse tabuleiro, como a Austrália, que aprovou, em 25 de
fevereiro deste ano, uma lei que obriga as grandes empresas de tecnologia da
internet a pagar os veículos de mídia do país pela publicação de conteúdo
noticioso profissional em suas plataformas. Essa legislação é inédita no mundo e
vem sendo vista como um teste para melhor controlar as empresas de tecnologia.
Nos EUA, a Microsoft,
umas das maiores empresas de tecnologia do mundo, está apoiando o novo projeto
de lei que prevê a negociação coletiva de empresas de mídia com gigantes de
tecnologia, como Google e Facebook.
Em audiência
realizada pelo Subcomitê Antitruste da Câmara, Brad Smith, presidente da
Microsoft, emergiu como voz representante da indústria tech a favor da mudança
legislativa. Isso porque a receita de anúncios em jornais despencou de US$ 49,4
bilhões, em 2005, para US$ 14,3 bilhões, em 2018, disse Smith, enquanto a
receita de anúncios no Google saltou, de US$ 6,1 bilhões para US$ 116 bilhões.
Em suas palavras: “Mesmo que as notícias ajudem a alimentar os mecanismos de
busca, as organizações de notícias frequentemente não são compensadas ou, na
melhor das hipóteses, subcompensadas por seu uso. Os problemas que afligem o
jornalismo hoje são causados em parte por uma falta fundamental de concorrência
nos mercados de pesquisa e tecnologia de anúncios controlados pelo Google”,
conforme divulgado pela Agência O Globo.
Em outubro, o
reportado subcomitê – que vem preparando o terreno para a criação de leis
antitruste mais fortes –, liderado pelo deputado David Cicilline, democrata de
Rhode Island, EUA, divulgou os resultados de uma investigação de 16 meses sobre
o poder das empresas Amazon, Apple, Facebook e Google. O relatório acusou as
empresas de comportamento monopolista.
Uma iniciativa que
promete aproximar e criar uma boa relação entre as empresas jornalísticas e o
Google é o Google News Showcase, que permite às empresas jornalísticas
empacotar e exibir notícias em serviços como Google News e Google Destaques,
recebendo por isso. Lançado no ano passado, inicialmente no Brasil e na
Alemanha, a iniciativa prevê investimento de US$ 1 bilhão nos próximos três
anos para o pagamento desses parceiros, que são escolhidos pelo próprio Google.
É em torno dessa ação
que os grupos de comunicação têm concentrado seus esforços globais no front da
mídia. Vicente Bagnoli, professor de direito da Universidade Presbiteriana
Mackenzie, afirma: “As plataformas digitais tornaram-se tão importantes que
passaram a funcionar como serviços essenciais, que são regulados por lei, como
é o caso da aviação. São serviços de utilidade pública, seja devido à gestão de
conteúdo ou à transmissão de ideias, e precisam de maior controle. Não para que
o Estado imponha amarras ou censura, mas para benefício da sociedade. Na
origem, [o conceito de] concorrência é [sinônimo de] democracia, por isso a
concentração das ‘big techs’ representa uma ameaça.”
Sob esse prisma, não
podemos esquecer que Rockefeller, com suas empresas de petróleo, chegou a ter
uma fortuna que representava quase 2% do PIB americano e que, em 1911, a
Standart Oil Company foi obrigada pelo governo a desmembrar-se em diversas
outras empresas, na tentativa de reduzir o poderio econômico e a influência de
seu cartel no mundo.
O desafio desses novos tempos é encontrar o equilíbrio para que a
imprensa continue exercendo seu indispensável papel, com receita suficiente
para manter o negócio, contando com a participação das big techs e todas as
suas soluções digitais para a sociedade.
Fonte: Meio & Mensagem / Próxima
Brand
publishing: toda empresa será empresa de mídia
PH, da
Barões Digital, diz que é por isso que martechs se profissionalizam e formam
geração de empresas que ajudam as marcas a fazer esse trabalho na comunicação
Carolina Huertas
15 de julho de 2021
Fundada em 2017, a Barões Digital Publishing é uma martech 100% focada
em projetos de brand publishing com o objetivo de desenvolver plataformas de
conteúdo setorial para que as marcas se tornem autoridades em seus segmentos.
Tudo com base em ativo de mídia proprietária dos clientes, ênfase em
tecnologia e dados, além de conteúdo e distribuição para awareness e geração de
negócios. Segundo Paulo Henrique Ferreira, o PH, fundador e diretor-executivo
da Barões, o mercado de brand publishing está em ascensão e vive seu melhor
momento.
Na empresa,
os cases da martech com marcas como Engie, QuintoAndar, Safra e Transfero já
batem cinco milhões de visitantes únicos por mês e, para os próximos dois anos,
PH diz que os investimentos que bateram dez milhões tendem a duplicar de valor
com a entrada de novas marcas do setor de educação, telecomunicações,
agronegócio e construção civil. Mas, por que esse crescimento se dá?
De acordo
com PH, que é também mestre pela ECA-USP em ciências da comunicação, os modelos
de trabalho da “sociedade da informação” (século 21), são diferentes da
mentalidade da declinante “sociedade do espetáculo” (século 20) e, com isso, em
2024, o investimento global em comunicação digital será maior do que o
investimento total em todas as mídias no ano 2000, dominando os investimentos
em comunicação que será de US$ 633,4 bilhões. Pois, apesar das mídias dominarem
a sociedade do espetáculo, na sociedade da informação os canais se proliferam
através do digital e, a partir daí, surgem diversas oportunidades para as
marcas de criar autoridade, público fiel e dados primários.
Sendo
assim, o digital passa a ser central para toda e qualquer operação competitiva
nas próximas décadas. “Digital não é mais inovação, você precisa se estruturar
porque é o core business de qualquer marca que será relevante na sociedade da informação,
na próxima década”, afirma. É por isso, diz, que as martechs estão se
profissionalizando e formando nova geração de empresas que ajudam as
marcas a fazer novo tipo de trabalho na comunicação. Estão se modernizando e
surgem empresas para auxiliar nessa mudança. E é nesse cenário que temos
como principal missão fazer as marcas pensarem com publishers. Antes, durante
muito tempo, pensaram apenas como anunciantes, mas o digital pede essa mudança.
“A comunicação está em momento mais técnico e estruturante e o foco são as
marcas tendo mídias proprietárias, ou seja, portais com muita tecnologia
embaixo, integrados com mídia paga e assessoria de imprensa. A marca precisa,
neste momento de transição midiática, ter audiência própria e relevante,
aproveitando esse reajuste da indústria. O celular foi o grande gatilho, a
mídia com maior capilaridade na história da humanidade, e abriu a capacidade
dessa desintermediação e isso tudo para gerar autoridade e negócios” diz.
O CEO
aponta que o tempo não é mais de experimentação, o momento de errar era de 2000
até o começo da pandemia. Foi ali que se separou de vez a sociedade do
espetáculo da sociedade da informação, pois a transição midiática é uma ruptura
em todos os setores da economia, argumenta. As áreas de comunicação das
empresas terão, aponta, que ter visão de martech, unindo marketing e
tecnologia, com sincronização das frentes de comunicação (mídia proprietária,
mídia paga e relações públicas), para alcançar autonomia na ativação de ações
comerciais e editoriais com áreas de negócios e ações de comunicação, e
integração, em nível tecnológico, com sistemas de dados proprietários.
O que esse crescimento significa para a comunicação?
O
brand publishing faz parte da transformação digital também na comunicação, diz
o especialista. A mídia proprietária gera autoridade, autonomia e dados
primários, que se tornam cada vez mais relevantes com a Lei Geral de Proteção
de Dados (LGPD) e, assim, as marcas precisam das owned mídias para trabalhar
com as ações de paid mídias, para que a integração dessas mídias potencializem
os resultados. “É hora da comunicação dar as cartas como área que tem
tecnologia e inteligência e ser core também a partir da mídia proprietária”,
comenta.
Com isso, abre-se um campo gigante, pois a produção de informação
em nível profissional nunca foi tão pujante quanto no século 2021. “O
jornalismo é maior do que as antigas empresas de jornal, indo além do que se
era feito antes”, analisa. “Quando o telégrafo foi lançado, já existia o
mercado de jornalismo, porém, a prensa mecânica, praticamente, foi aposentada,
pois começou a surgir a TV, o rádio etc. Com isso, o mercado de comunicação
explodiu no século 21 com a sociedade do espetáculo. De certa forma, a internet
agora é o telégrafo e essa nova forma de explosão vai acontecer na mesma
proporção. O que vamos viver na comunicação é uma explosão sem precedentes,
todas as marcas vão ter que ser publishers e produtoras de informação em nível
que nunca foi antes. Toda empresa será uma empresa de mídia”, diz.
Fonte: Meio & Mensagem / Próxima
terça-feira, 13 de julho de 2021
Futuro
da publicidade é pautado em experiência, privacidade e inovação
Estudo da
RTB House, em parceria com WGSN, mapeou oito tendências com base nas
transformações do consumidor
Giovana Oréfice
6 de julho de 2021 - 6h00
Dois mil e vinte foi o ano em que o consumidor explorou as
possibilidades que o mundo digital oferece. Segundo o Estadão, a pandemia,
evento que acelerou a descoberta do ambiente virtual, fez com que 7,5 milhões
de brasileiros migrassem para o e-commerce apenas no primeiro semestre do ano
passado, ante a mesma quantidade ao longo de 2019. O dado faz parte do O Futuro
da Publicidade, pesquisa realizada pela RTB House, em parceria com a WGSN, que,
por meio de metodologia de busca por dados secundários, estipulou respostas
para os principais desafios da publicidade no que diz respeito à tecnologia e
inovação.
Em meio a um cenário
tecnológico super avançado, que pede por diferenciação e estratégias bem
estipuladas de comunicação para alcançar os consumidores, é preciso que as
marcas se movimentem. “O mercado está mudando. As marcas precisam rever alguns
conceitos de posicionamento, de como estão se conectando com os usuários e
também escolher os parceiros e empresas que irão utilizar para aplicar
estratégias durante essa jornada e mudança de cenário digital”, aponta André
Dylewski, business development director da RTB House para a América Latina. Com
base nos resultados, o estudo mapeou oito tendências para a publicidade do
futuro: voice ads, experiência ininterrupta, integração no entretenimento,
content & influence marketing, contextual advertising, experiências
multisensoriais, revival dos vídeos e o extrapolamento de plataformas
convencionais.
Com o surgimento de plataformas como o Clubhouse e Capuccino, os espaços dedicados exclusivamente à voz ganham mais notoriedade, o que gera contraste com o senso usual de que a publicidade é unicamente visual. Segundo estudo da Ilumeo realizado no ano passado, o uso de assistentes de voz aumentou 47% na pandemia. Um exemplo levantado pela RTB House e pela WSGN é o Spotify Attention, que leva audio ads entre músicas durante sessões ativas.
Dylewski reforça o comportamento da
geração Z como um dos principais públicos que moldam as experiências
ininterruptas, em que a propaganda deverá estar inserida nos conteúdos de
maneiras que o usuário não precise mudar o foco da ação atual, como acontece
com o live marketing, recurso já utilizado por marcas como Loungerie e Pantys
no Brasil. O consumo de mídia também foi desvendado. No País, os millennials
disparam no consumo de podcasts, streaming, mídia impressa e jogos de console.
As empresas responsáveis pelo “O Futuro da Publicidade” avaliam que os dados
possibilitam a publicidade digital inserida na TV por streaming e a integração
in-game.
“Isso [a experiência
ininterrupta] entra também quando falamos no contexto do usuário, que é parte
muito importante da publicidade e da segmentação contextual”, aponta o diretor
da RTB House. A agência GumGum indica que anúncios contextualmente relevantes geram
43% mais engajamento dos usuários do que os outros tipos, sendo 2,2 vezes mais
lembrados pelos consumidores. Nesse sentido, a RTB House destaca o uso dos
algoritmos de deep learning para alimentar a metodologia de segmentação
contextual para anúncios online.
Como o fim dos
cookies third party impacta o mercado
O artifício é convencional, sobretudo no momento em que a Privacy Sandbox, política do Google de eliminação de cookies de terceiros, está em fase teste para a implantação definitiva. Caminhando ao lado de leis de privacidade implementadas por diversos países, a medida demanda que a publicidade busque outros meios de obter informações para a personalização de anúncios. “Se, por um lado, temos a ajuda da tecnologia para chegar em hiperpersonalizações com cada vez menos dados, também temos um desafio e oportunidade: a humanização dessa criatividade que as marcas estão tendo que desenvolver para conseguir deixar de lado um pouco o modelo que era utilizado através de thrid-party cookies”, explica Lydia Caldana, da WGSN. A movimentação, diz Lydia, ressalta a exigência do consumidor na busca por empresas que sigam valores éticos e de transparência no que diz respeito à coleta e ao manuseio de dados pessoais. “Com todos os novos valores de transparência, horizontalidade e de conveniência do consumidor, as marcas devem saber como apresentar publicidade digital que entregue o que seja relevante aos usuários, mas que esteja atendendo a todos esses valores”, acrescenta Lydia. O estudo “2020 Gartner Consumer Values and Lifestyle Survey” revelou que, entre os millennials, 83% pensam que é importante apoiar empresas que compartilham dos mesmos valores – transitando entre igualdade, lealdade, inclusão e diversidade, em meio a ameaças econômicas, sociais e ambientais. Essa questão também vai ao encontro com o content & influence marketing. Para Dylewski, da RTB, as marcas devem buscar valores em comum com influenciadores para entregar publicidade mais relevante.
Lydia avalia que o segmento
publicitário deve estar presente na vida dos clientes de forma mais autêntica e
integrada, seja no mundo online ou off-line. A pesquisa indica que uma das
tendências que merecem atenção é a criação de metaversos, em que o real e o
digital se fundem, explorando a experiência multisensorial. Ainda que a
modalidade não chegue às massas até 2023, já é muito utilizada em games, por
exemplo. Para extrapolar ambientes convencionais, marcas já se baseiam em em
plataformas diversas para realizar ações. É o caso da MAC, que colaborou,
simultaneamente com o The Sims 4, para a divulgação de produto de maquiagem
virtual, e com o game Tencent, numa coleção física de produtos, que se esgotou
imediatamente após o lançamento.
Como a
mídia programática irá dominar o mundo pós-cookies
Publishers
que olham para o cenário de publicidade digital de cookies
pós-pandemia/pós-dados de terceiros têm a oportunidade de se tornarem
administradores dos dados de seus leitores
5 de julho de 2021
As
tecnologias programáticas transformaram a indústria de publicidade digital.
Mas, com o fim dos cookies, a indústria está à beira de uma evolução – ou de
uma revolução? Publishers que olham para o cenário de publicidade digital de
cookies pós-pandemia/pós-dados de terceiros têm a oportunidade de se tornarem
administradores dos dados de seus leitores, enquanto aumentam sua receita pela
venda direta e deals programáticos premium.
Ao longo
dos anos, o casamento da publicidade programática e venda direta, ou “deals
premium”, introduziu três canais de negociação distintos: programática
garantida, ofertas de acesso preferencial e leilão privado
Numa
pesquisa recente, a FatTail, junto com Beeler.Tech e CoLab Media, entrevistou
times de ad ops e diretores comerciais de 95 publishers ao redor do mundo. Os
resultados revelaram que eles estão projetando mudanças significativas à medida
que os anunciantes buscam alternativas seguras e escaláveis para leilão
aberto.
Os
resultados da pesquisa mostram que os publishers estão de olho em um aumento na
demanda e nos investimentos de buyers no segmento “programático premium”, que
inclui programática garantida, mercado privado (PMPs) e deals preferenciais.
Entre os resultados da pesquisa podemos destacar:
– 60% dos
entrevistados prevêem crescimento em negócios preferenciais e PMPs.
– 58% dos
publishers pesquisados disseram que a demanda dos anunciantes estaria levando
a mudanças em direção a esses deals premium.
– 18% dos
entrevistados acreditam que a venda de inventário via leilão aberto diminuirá
nos próximos 12 meses.
Uma
conclusão também importante é que cada vez mais os publishers estão se
afastando da venda de inventário em escala por CPMs baixos, normalmente
associado ao leilão aberto, e investindo em agregar valor ao seu inventário
para vendê-lo em deals com mais garantias ao buyer. Por fim, os publishers
estão projetando um aumento nos deals com a escala e os benefícios
operacionais das transações de leilão aberto baseadas em RTB, porém oferecendo
o mesmo nível de detalhe e controle que os buyers e sellers obtêm das vendas
diretas.
Novas alternativas para o
leilão aberto
Nos últimos
20 anos, o impacto da publicidade digital programática no leilão aberto tem
sido inegável. A programática de leilão aberto criou benefícios tangíveis,
incluindo insights acionáveis em tempo real, maior eficiência, transparência
de mercado e inovações técnicas. Mas o mercado aberto continua a apresentar
limitações persistentes e significativas, como risco de fraude, preocupações
com brand safety e custos crescentes de tecnologia.
Além disso,
o foco em volume de audiência sem levar em conta o contexto e a qualidade dessa
audiência tornou mais difícil para os publishers de maior qualidade editorial
obter a receita necessária para pagar jornalistas profissionais.
Em breve,
os cookies de terceiros não serão mais suportados e há uma incerteza em
torno das regulamentações de privacidade e identidade. Isso levará a uma
pressão sobre os buyers para encontrar uma alternativa nova e viável para inventários
segmentados. A solução provavelmente será uma combinação de estratégias e
canais de transação. Um exemplo seria uma combinação de venda direta e
programáticas automatizadas com parceiros de inventário de maior qualidade.
Ofertas programáticas premium:
The Game Changer
Os deals
programáticos direcionados a audiências específicas estão emergindo como um
diferenciador importante, que eleva as transações ao nível “premium”.
Negociações programáticas premium, como deals garantidos, acesso preferencial e
leilão privado, estão entre os canais que oferecem mais benefícios aos buyers.
Alguns desses benefícios incluem descoberta direta de publishers e inventário,
acesso priorizado a esses inventários de maior qualidade, além de garantias
tanto de inventário quanto de investimento através de um fornecimento seguro e
transparente.
No entanto,
a adoção generalizada de deals programáticos premium depende de soluções de
tecnologia e do suporte mútuo entre sellers e buyers, que tradicionalmente não
têm a infraestrutura necessária e a padronização técnica necessária para
gerenciar eles mesmos as negociações, produtos e preços. Se sellers, buyers e
parceiros de tecnologia trabalharem de forma harmônica e com suporte
transparente entre eles, veremos um aumento exponencial de deals de alto valor
agregado na indústria. Porém, sem essa harmonia e sem o investimento em
treinamento e educação por todos os envolvidos, ainda veremos muitas vendas
sub-otimizadas sendo feitas, que não alcançam os objetivos dos grandes
investidores de mídia.
Fonte: Meio&Mensagem
segunda-feira, 12 de julho de 2021
Personalização dita o futuro da publicidade
Guru Gowrappan, CEO da Verizon
Media, que neste 2021 anunciou a venda de seu grupo de mídia, afirmou que a
customização precisa ajudar os usuários a organizarem suas vidas de forma mais
eficiente
Victória Navarro
1
de julho de 2021 - 6h30
Identificar
os interesses e as características dos clientes e escolher as melhores mídias
para estabelecer contato com consumidores são alguns dos passos para
personalizar a comunicação no ambiente online. De acordo com a Forbes, 80% dos
consumidores estão mais propensos a comprar de uma marca que oferece
experiências customizadas. Melody Hahm, correspondente do Yahoo Finance para a
Costa Oeste reuniu-se com Guru Gowrappan, CEO da Verizon Media, no painel “O
futuro da publicidade personalizada”, realizado no Mobile World Congress (MWC),
maior evento móvel do mundo.
Mídia customizada
Neste
2021, a Verizon anunciou a venda de seu grupo de mídia — que inclui marcas como
Yahoo e AOL — para a Apollo Global Management, empresa de gestão de
investimentos. No negócio avaliado em US$ 5 bilhões, a operadora de telemóveis
receberá US$ 4,25 bilhões e manterá 10% de participação acionária. O valor
corresponde a quase metade do que a operadora desembolsou para adquirir as
marcas: A Verizon adquiriu a AOL por US$ 4,4 milhões, em 2015, e Yahoo por US$
4,5 bilhões, dois anos depois. A divisão de mídia da Verizon gerou US$ 2,3
bilhões de receitas, no último trimestre de 2020, 11,4% a mais do que o número
do mesmo período do ano anterior.
No painel,
Guru, da Verizon Media, ressaltou a importância do grupo de mídia na trajetória
da operadora. “Porém, achamos que o próximo passo dessa jornada é criar algo,
realmente, maior do que já é. Quando pensamos na força que a Apollo Global
Management pode dar às marcas Yahoo e UOL, junto com a nossa participação
chave, há muito crescimento pela frente. Estou entusiasmado com essa nova fase.
É uma nova maneira de conectar os consumidores com suas paixões”, disse. “Com a
experiência do setor e visão estratégica da Apollo, o Yahoo estará bem
posicionado para capitalizar as oportunidades de mercado, mídia e experiência
em transações e continuar a expandir nossa plataforma de publicidade digital
full stack”, adicionou. O CEO da Verizon continuará liderando a nova empresa.
Espera-se que a transação seja concluída no segundo semestre de 2021.
Segundo
Guru, é preciso olhar o grupo de mídia como uma única plataforma, capaz o
consumidor, o publisher e o anunciante. A publicidade é uma parte fundamental
dos serviços da Verizon Media. “A nossa atividade publicitária e os anúncios
que nós e os nossos parceiros mostramos permitem-nos fornecer, gratuitamente,
muitos dos nossos produtos e serviços”, afirmou. Para o executivo, a
personalização é sobre manter as pessoas conectadas com informações, produtos e
serviços que ascendam atenção. “O nosso sistema permite com que os usuários
estejam em contato com o que amam. Não há uma fórmula única. Não há uma única
forma de abordagem. A customização exige que se conheça melhor os diferentes
tipos de consumidores. A personalização precisa ajudar os nossos usuários a
organizarem suas vidas de forma mais eficiente, preservando dinheiro e tempo.
Quando penso sobre esse tema, reimaginar a internet faz muito sentido. Uma
internet fortificada por experiências e desejos pessoais pode ser a sua
internet e de mais ninguém”, acrescentou.
Em 2020,
por exemplo, as marcas que melhor se adaptaram aos novos hábitos de consumo,
incitados pela pandemia do novo coronavírus, foram aqueles que digitalizaram
seus processos de comunicação, atendimento, venda e entrega ao cliente. Porém,
há tempos, acompanhar os novos hábitos de consumo é essencial. Nesse sentido, a
personalização da publicidade ajuda a trazer resultados mais assertivos aos
anunciantes. “Dessa forma, experiências imersivas são capazes de criar
experiências incríveis”, disse Guru. De acordo com o executivo, a quinta
geração de telefonia móvel (5G) é capaz de levar a customização de publicidade
para um próximo nível, mais atrativa e escalável: “Marcas, publishers e toda a
indústria envolvida na criação de comunicação precisam estar preparados para
esse estrondoso avanço tecnológico. O que os anunciantes precisam fazer, agora,
é pensar como criar interações relevantes e mais valiosas. Trabalhar com o
tempo real é o que a personalização demanda”.
Dados e cookies
Em
termos de compartilhamento de dados, o CEO da Verizon Media disse que o
consumidor entende a importância de dividir com marcas seus desejos e anseios.
As políticas de privacidade favorecem a transparência da marca e protegem os
dados dos usuários. Se, por um lado, a aquisição de informações a respeito dos
usuários, como intenção de compra, fonte de tráfego, geolocalização, idade e
pesquisas anteriores no site, pode ser usada erroneamente por algumas empresas,
por outro, ajuda a tornar o marketing ainda mais personalizado. “Nesse quesito,
trazer à tona transparência e agir eticamente permite com que os anunciantes se
aproximem ainda mais dos usuários. Confiar em dados permite com que marcas
conquistem resultados importantes”, explicou.
Guru disse
que, certamente, o fim dos cookies impacta todo o mercado. Até 2022, o Google
pretende proibir o uso de dados de seu navegador Chrome por terceiros. Esses
cookies permitem que empresas troquem dados entre si para negociar anúncios
programáticos. A decisão, informada em janeiro de 2020, vem movimentando o
mercado de anunciantes e publishers, uma vez que desamparará o mercado de
comunicação acerca do comportamento online de usuários. Sem a opção de ter em
mãos dados cruciais desde o planejamento até a segmentação e ativação da
publicidade digital, a identificação de usuários em ambientes da web será
desafiada as práticas ao longo de todo o ciclo de marketing. “Felizmente, há
muita tecnologia, aqui incluo o Yahoo, lançando soluções para aperfeiçoar o
futuro da experiência publicitária e, assim, atingir de modo relevante os
usuários. O fim dos cookies de terceiros está fazendo nascer novos mecanismos”,
disse. De acordo com o executivo, a conectividade permite às marcas e aos
publishers monetizar e navegar por diversas audiências sem os dados de
terceiros.