terça-feira, 21 de dezembro de 2021

 

Ascensão do digital movimenta reinvenção dos jornais impressos

Queda de tiragens indica mudanças de hábito de consumo de notícias, questionando modelos de negócio de grandes veículos jornalísticos tradicionais

17 de dezembro de 2021  

Aguardar a chegada do jornal à porta toda manhã para saber as notícias mais quentes do dia anterior é um hábito que foi sendo abandonado aos poucos após a massificação da Internet e do consumo de conteúdo jornalístico de forma digital. A era de ouro dos principais players do setor é lembrada como um passado nostálgico e sem volta. Segundo dados do Instituto Verificador de Comunicação (IVC), o mês de setembro deste ano registrou queda de 13,6% na circulação de publicações impressas, quando comparada a dezembro de 2020.

 O site Poder360 reuniu informações sobre Folha de S.Paulo, O Globo, O Estado de S. Paulo; Super Notícia, de Minas Gerais; Zero Hora, do Rio Grande do Sul; Valor Econômico; Correio Braziliense, do Distrito Federal; Estado de Minas; o baiano A Tarde e o cearense O Povo, revelando que nenhum dos veículos registrou alta na circulação no acumulado dos três trimestres de 2021.

Circulação digital dos jornais cresce no trimestre

 Essa queda não é um fenômeno recente. Ao todo, desde 2016, o IVC indicou que as tiragens caíram de pouco mais de 883 mil para 505 mil nas empresas analisadas. E esse declínio não teve origem no Brasil. De acordo com Eduardo Tessler, consultor de empresas de comunicação e sócio-diretor da Mídia Mundo, a substituição de fontes de leitura, que levou à queda da circulação das publicações, começou com a crise de poder aquisitivo de 2008, que afetou os Estados Unidos e a Europa. Mais do que uma crise de notícias, o movimento resultou também em uma queda da publicidade dois anos depois, puxada pelo menor número de leitores. 

 “Isso coincide com as novas estratégias dos intermediários, plataformas tech como Google e Facebook, que melhoram a exposição de publicidade. Os anunciantes que já estavam desconfiados com a queda da circulação encontraram uma alternativa melhor para rentabilizar e os leitores também começam a perder o gosto pelo papel”, comenta o especialista. No Brasil, segundo ele, a onda chegou em meados de 2013, com uma crise que atingiu seu ápice em 2015. 

 Mesmo com a ampla discussão de acesso à internet no Brasil, a população digitalizada já é uma realidade. Um levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV) junto ao Centro de Tecnologia de Informação Aplicada identificou 440 milhões de dispositivos digitais no País, que compreendem computadores, notebooks, tablets e smartphones. A estimativa é que de sejam dois aparelhos por habitante. “Não é que houve uma transição. Foi natural que as pessoas passassem a entender que tinham em mãos um objeto que favorecia a chegada da informação com mais vantagens”, declara Eduardo. A rapidez com a qual as notícias chegam ao público incentivaram o nascimento de portais como iG, Terra e UOL, deixando como arcaico o modelo de fechamento antecipado de reportagens e notícias para circulação no dia seguinte.

Brasil perdeu oito jornais em 6 anos

 O consultor considera que o marco da conversão de credibilidade do papel com o digital foi em maio de 2017, quando O Globo publicou o furo de que o empresário Joesley Batista, da JBS, gravou o então Presidente da República, Michel Temer, em uma conversa comprometedora, em seu site, em vez de publicar a reportagem no impresso. “Naquele momento, as pessoas entenderam a credibilidade do meio digital, que até então poderia não ser tão confiável”, conclui Tessler. A partir de então, o veículo passou a investir em artigos de opinião no meio online — a repercussão dos fatos, e não apenas a notícia em si –, representando o recorde de vendas de assinaturas digitais da época para a companhia.

Assim, na contramão do declínio das publicações em papel, o digital ganhou força. A evolução das assinaturas pagas por parte dos players contabilizados pelo Poder360 (com exceção de A Tarde, Estado de Minas e Correio Braziliense) teve aumento de 6,4% entre dezembro do ano passado e setembro de 2021.

 Contudo, muitas publicações não tem conseguido acompanhar a tendência de migração para o digital e acabaram encerrando suas operações.  Em 2018, conforme apurado por Meio & Mensagem com informações do VoltLab, veículos como  Diário de São Paulo, A Cidade e Gazeta de Alagoas deixaram de existir. Antes disso, ainda, o País deixou de ter títulos como Gazeta Mercantil, Jornal do Brasil, Diário do Comércio e Brasil Econômico. 

Recentemente, foi a vez do Agora São Paulo, do Grupo Folha, deixar de cicular depois de quase 23 anos.

Grandes jornais têm caminho de crescimento no digital

 Para onde o setor caminha?

A Folha de S. Paulo foi uma das primeiras grandes empresas a adotar o paywall, quando há a cobrança pelo acesso ao conteúdo digital. O mesmo mecanismo foi seguido por demais veículos, como o Estadão, Exame, O Globo e outros. Foram os grandes veículos internacionais que começaram, inicialmente, a adotar a estratégia, como The New York Times, The Guardian e The Economist, como uma forma de tentar suprir parte de receita publicitária perdida na velha guarda das publicações impressas.

Uma das principais críticas ao modelo do paywall é a restrição do acesso a informações. A discussão foi fomentada, recentemente, durante a pandemia do coronavírus, em que o leitor estava ávido por informação de qualidade. Tal debate levou veículos a liberarem o acesso a conteúdo relacionado ao tema

 O consultor de mídia defende que as notícias mais factuais devem ser gratuitas, parte de uma estratégia para driblar a concorrência. Alguns nomes adotam inclusive a um tipo de paywall “poroso”, como classifica Eduardo, em que o leitor tem acesso a uma quantidade de conteúdo gratuita por um determinado período, antes do início da cobrança. Ele aponta ainda que uma das saídas mais efetivas é a da cobrança por conteúdo “premium”, como artigos de opinião, análises, vídeos diferenciados e reportagens exclusivas.

Já para os jornais físicos, o executivo sugere que as publicações devem ser mais elaboradas, a fim de se tornarem um diferencial para o leitor. O grande desafio, indica, é suportar economicamente essa realidade, uma vez que é necessário atingir a sustentabilidade de acordo com uma massa crítica suficiente, captando leitores que também estão presentes em outras mídias.

Fonte: Meio&Mensagem

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

 

Will you allow “Aurasma” to impact your product?


How many of you reading this blog post have ever heard of “Aurasma?” If you haven't heard of this new technology, I would suggest you Google it and spend a minute or two digesting what you are about to find. While technology certainly continues to provide printed newspapers with immense challenges, I would suggest that to those willing to think outside the box and view the world through a different lens, it has also provided immense opportunity.

The beauty of TV years ago, and the Internet more recently, is that both can take the topic and subject you are viewing and literally bring it to life; they can bring it into your living room or the location in which you are viewing it. Traditional newspapers, while offering an excellent reading experience, are unable to provide the experience that live TV and the Internet can.

Speed ahead to the era of Aurasma. Now newspapers finally have the ability to provide real action and visual enjoyment embedded in each story. Point your smartphone or tablet at the picture on the sports page and watch the players come alive and view action highlights. Point your smartphone or tablet at the ad previewing a coming box office hit and watch as a theater quality preview comes to life. All that and so much more are possible with technology.

Point that same smartphone or tablet at an advertiser's ad and watch a 30-second commercial or, better yet, view a full-blown infomercial. The audience and revenue opportunities from both the news content and ad content are practically endless with this type of technology. It takes the latest fad, QR codes, and bumps it up to a whole new level — without the ugly black and white square codes all over your product.

While still not TV or the Internet, newspapers now have the ability through modern technology to spring back to life. The million-dollar question, however, is the same one that we have asked ourselves on more than one occasion: Will we reach out and grab the lifeline or will we sit back and wait for the technology to pass us by yet again?

As I have pointed out on more than one occasion, being willing to take risks is what separates the “men from the boys,” via true innovation and the entrepreneurial spirit. Many talk the innovation or reinvention talk, yet are content to sit back and wait while others “work out the kinks,” so to speak. As an industry, we can't afford that type of thinking any longer — we must get out in front where it makes sense and lead, taking smart and/or calculated risks in order to survive.

None of us knows where the Aurasma technology will go, but it is these types of inventions that we need to embrace quickly in order to right the ship that is listing badly to port. It will be interesting to see how and if the print industry embraces such technology or if we squander yet another opportunity.



segunda-feira, 25 de outubro de 2021

 

Publicidade digital chega a R$ 23,7 bi e segue em expansão

Anunciantes que investem em canais digitais cresceram 57%, mas setor ainda está em desenvolvimento, segundo especialistas

Carolina Huertas
7 de outubro de 2021

 

O Digital AdSpend 2021 da IAB apontou que a publicidade digital atingiu o patamar de R$ 23,7 bilhões no ano passado, crescimento de 48% em dois anos. Dos 26 setores analisados, 50% tiveram o digital como principal destino de compra de mídia, com destaque para três setores: comércio, com 47% de share, serviços, 62%, e financeiro, 55%. O  relatório apontou que o número de anunciantes que investem nos canais digitais cresceu 57%, no geral, com mais de 100% de crescimento em setores como imobiliário, que aumentou 139%, eletrônicos, 117%, e serviços, 111%. Mas, diante desse cenário de aceleração, como andam o desenvolvimento e as ferramentas de compras de mídia no Brasil? 

 

Bruno Campos, CEO da CTRL 365 e CMO da AdsPlay, diz que as mídias de performance, em sua maioria, são comercializadas em formato de leilão e isso faz com que os anunciantes e agências precisem ter estratégias claras de campanha e lances para otimizar melhor a verba. Antigamente, ter boa estratégia de valor de lance, fosse no CPC (custo por clique) ou no CPM (custo a cada mil impressões), já era suficiente. Porém, atualmente, são consideradas milhares de variáveis como segmentação, aderência do anunciante com a mensagem que está passando, experiências anteriores do público-alvo na web, dispositivo, localização física e, claro, o lance. Por conta dessa quantidade enorme de variáveis, se torna praticamente impossível para um ser humano ter acompanhamento preciso e em tempo real. Sendo assim, as automações no processo de compra de mídia são cada vez mais comuns para gerar mais resultados. “Se automatizamos, por exemplo, o lance com base em inteligência artificial (IA), conseguimos mudar nossa estratégia várias vezes ao dia e otimizar investimentos. Já em processo manual, esse número de ajustes ficaria muito limitado. Na AdsPlay, 100% das campanhas possuem uma ou mais automações de mídia para garantir que o investimento do anunciante seja gasto da melhor maneira possível”, afirma Campos. 

 

A Alright se posiciona como adtech que conecta publisher e marcas através de tecnologias proprietárias, propondo equilíbrio nesse universo de compra e venda de mídia.

 

“Atendemos o anunciante para que entregue para pessoas, em determinadas regiões, com interesses, mas que, ao fazer isso, preservemos os interesses dos publishers, que são produtores desse conteúdo, e faça com que se tenha experiência otimizada para as audiências. Isso é um desafio muito grande, porque, normalmente, se você é o anunciante, quer pagar o menos possível e ter seu resultado, o ROI clássico acaba gerando pressão demasiada, que é a ponta da venda, e isso afeta o anunciante e o publisher também.

 

Ficamos cuidando dos dois lados e tudo isso acontece utilizando ferramentas de mercado”, explica Domingos Secco Jr, fundador e CEO da Alright.  As marcas, diz, preferem negociação através de ferramentas e plataformas que não têm tanto delay para operar, dando mais autonomia, independência e controle de orçamento, além de mais controle no uso de dados próprios. 

 

Ferramentas e estratégias


Das estratégias disponíveis no mercado, Campos destaca quatro como as principais: busca paga, social ads, mídia programática e game ads.  A busca paga consiste na compra de palavras-chave que são pesquisadas pelo usuário. É um anúncio “reativo” que sempre responde a alguma pergunta. Quando bem feito, acaba sendo uma das principais fontes de conversão e ROI das marcas. No Brasil, e na maioria dos mercados globais, esse tipo de mídia está concentrado no Google, que detém liderança absoluta. Segundo o Statista, em setembro, a participação do Google como buscador no Brasil foi de 96,75%.

Já o social ads é todo e qualquer anúncio feito em plataformas sociais como Facebook, Instagram, Tik Tok, LinkedIn, Twitter etc. Localmente, é estratégia sempre muito utilizada, principalmente pelo fato de que os brasileiros são aficionados por redes sociais e passam horas do dia nelas. Logo, é um dos lugares onde o público mais gasta o seu tempo.

 

mídia programática é o estado da arte da automação da compra e venda de inventários de mídia, o que permite estratégias sofisticadas e com entregas em diversos canais diferentes, de sites à telas digitais na rua. Uma das vantagens desse tipo de mídia é que permite atingir targets completamente personalizados, como também melhor gestão dos dados proprietários da empresa, como pessoas que consomem seus produtos, frequentam as suas lojas e utilizam suas plataformas digitais. Em países mais desenvolvidos, a compra programática já é o principal modelo de compra de mídia digital. Nos EUA, o gasto per capita de programática em 2018 era de US$ 187, enquanto no Brasil era de apenas US$ 7 dólares, segundo estudo da World Federation of Advertisers. Ou seja, o mercado ainda tem muito potencial de crescimento.

 

Por fim, o game ads é um formato novo que não para de crescer. “O anúncio dentro de jogos vai de ativações estáticas, como uma marca que aparece no estádio de partida de Fifa 22, a formatos personalizados, como a NFL que personalizou o jogo Angry Birds e substituiu o clássico pássaro que é lançado por bola de futebol americano para promover a final do campeonato. Por fim, temos os playable ads, que são anúncios onde o usuário pode interagir e, literalmente, jogar dentro”, explica o CMO da Adsplay. 

 

O avanço brasileiro


No Brasil, do ponto de automação de compra de mídia, há crescimento expressivo, puxado pela programática. Campos diz que a total automação do processo de lances em leilões por inventário, com ajuda de IA e machine learning, consegue ser muito mais eficiente do que um processo manual, deixando os profissionais com mais tempo para focar no estratégico e menos no operacional. Outra tecnologia de destaque é a automação do processo de criação de banners e peças publicitárias com o uso de DCO, que permite a criação de milhares de banners em apenas alguns minutos, de maneira dinâmica e com a possibilidade de personalizações em tempo real. “Por fim, é cada vez mais comum a automação de estratégias onde conseguimos agregar regras de negócio na compra de mídia. Deixando a campanha e objetivos dos anunciantes ainda mais alinhados. Um exemplo interessante que rodamos internamente foi o de cruzar o monitoramento de estoque dos principais concorrentes nas principais lojas online do País como Magazine Luiza, Mercado Livre, Submarino e Americanas e, quando o sistema detectava que algum concorrente estava em ruptura (falta de produtos), automaticamente era reforçada a verba de mídia naquele e-commerce. Ganhando assim oportunidade momentânea de aumentar as vendas”, pontua o executivo. 

Secco, da Alright, observa que, apesar de perceber avanços dessas tecnologias, principalmente durante a pandemia, o mercado ainda é restrito ao pensar em mídia programática no estado da arte, usando plataforma de dados e de compra. “Temos grandes anunciantes, as trend desks ajudando os anunciantes que querem acessar isso, mas ainda tempos boa parte do investimento em plataformas mais simples, o que não quer dizer menos eficientes, como Google Ads e Facebook Ads, que detêm a maior fatia desse bolo. E por isso esse avanço não é tão acelerado, não é uma virada de chave tão simples”, constata.

Campos, da Adsplay, diz que, quando se fala de automação de mídia, é comum imaginar que tudo funciona sem interação humana, mas tão importante quanto agregar automação para suas campanhas é ter gente capacitada operando essas estratégias. Gosto de comparar com o piloto automático de um avião: em voos longos, raramente o piloto e copiloto ficam operando o avião o tempo todo. Eles até podem se revezar para dormir durante o voo, pois a tecnologia do avião está preparada para navegar e, em alguns casos, até pousar se necessário. Com a automação de mídia é assim, mas, como na aviação, sempre precisamos do fator humano para momentos de emergência, garantir diariamente que a automação está gerando os resultados esperados, fazer ajustes de rota que são muito comuns, planejamento e execução da estratégia, uma vez que automações funcionam muito bem para tarefas repetitivas e quem trabalha com marketing sabe que se reinventar a cada dia é necessário”, pondera. 

Um dos maiores desafios é de como a chamada “open web” consegue se sustentar, dando espaço e valor para o veículo ou produtor de conteúdo. “Temos os jardins cercados, que são as plataformas onde nada entra e nada sai. Ou seja, o dinheiro entra, veicula e, na maioria das vezes, não remunera o produtor de conteúdo. O grande desafio é entender como essa internet mais livre consegue se sustentar, tenha maior poder e investimento e que isso preserve o jornalismo, a construção de conteúdo profissional. Porque Facebook e Google retêm a maior fatia do bolo, o maior investimento. A maior parte desse dinheiro não é compartilhada com os produtores de conteúdo, portanto, existe uma pequena guerra aí”, afirma.

terça-feira, 5 de outubro de 2021

 

Google irá mostrar todos os anúncios veiculados pelas marcas

Gigante das buscas está divulgando mais informações sobre as campanhas de todos os anunciantes em iniciativa para ampliar transparência


23 de setembro de 2021 - 7h09

Do Advertising Age

O Google está prestes a mostrar ao mundo quais anúncios as marcas estão veiculando em seus sites, em um movimento para introduzir mais transparência em como profissionais de marketing usam a plataforma.

Na quarta-feira, 22, o Google anunciou, nos Estados Unidos, uma atualização que mostrará aos consumidores mais dados, incluindo uma biblioteca de anúncios de uma marca que foi veiculada nas plataformas do Google, como o YouTube, nos 30 dias anteriores. O catálogo de anúncios pode dar aos consumidores – e anunciantes – uma visão mais abrangente da criatividade de marcas grandes como Nike e McDonald’s e também pequenas, como empresas locais. O Google está chamando os catálogos de anúncios de “páginas de anunciantes” e eles estarão acessíveis por meio da guia “sobre este anúncio” que acompanha os anúncios no YouTube e na pesquisa.

“Imagine que você está vendo um anúncio de um casaco no qual está interessado, mas não reconhece a marca”, disse o Google em seu anúncio na quarta-feira, 22. “Com as páginas do anunciante, você pode aprender mais sobre aquela marca antes de visitar seu site ou fazer uma compra.”

Nos últimos anos, as principais empresas de publicidade na Internet têm fornecido mais informações sobre como funciona a segmentação de seus anúncios e quais dados informam essa segmentação, além da agência criativa por trás desses anúncios. O Google e o Facebook têm se concentrado particularmente em compartilhar mais informações sobre anúncios políticos e ambas as empresas fornecem divulgações detalhadas sobre anúncios políticos e baseados em questões por meio de bibliotecas online.

A biblioteca de anúncios do Facebook , lançada em 2019, é um arquivo pesquisável que mostra todas as campanhas publicitárias atuais, incluindo as não políticas. Há menos informações sobre a publicidade tradicional (não política), mas ainda assim é possível ter uma ideia do tipo de marketing que está sendo feitos nos aplicativos.

As novas páginas de anunciantes do Google aparecerão apenas quando um anúncio de uma marca específica for exibido a um usuário. Não será, portanto, um arquivo pesquisável. Mas se um usuário vir um anúncio de um restaurante ou fabricante de roupas, por exemplo, a peça será vinculada ao histórico de publicidade de 30 dias dessa marca.

Esses tipos de ferramentas estão surgindo à medida que as plataformas ouvem os críticos que estão preocupados com o lado mais sombrio da publicidade na Internet. Existem preocupações sobre atores fraudulentos que vendem produtos falsificados ou produtos médicos prejudiciais, especialmente durante a pandemia de Covid-19, e a transparência pode fornecer aos consumidores mais informações sobre as entidades que fazem a publicidade.

Um subproduto do aumento da transparência, porém, é que as grandes marcas também estão sujeitas às mesmas regras e estão abertas a um maior escrutínio de seus próprios materiais de marketing.

A atualização do Google é uma continuação das mudanças que a empresa implementou no início deste ano sob um programa de verificação de identificação do anunciante. Todos os anunciantes tiveram que confirmar suas identidades e origens comerciais para anunciar nas propriedades do Google.

 

Cada R$ 1 em publicidade gera R$ 8 na economia brasileira

Estudo da Deloitte para o Cenp mensura impacto da publicidade na economia e geração de empregos

Thaís Monteiro
23 de setembro de 2021

Nesta quinta-feira, 23, o Conselho Executivo das Normas-Padrão (Cenp) divulga o estudo “O valor da publicidade no Brasil”, feito pela Deloitte para avaliar o impacto da publicidade na economia e sociedade do País. A pesquisa mostrou que, em 2020, a cada R$ 1 investido em publicidade, R$ 8,54 foram gerados para a economia brasileira. Além disso, o segmento empregou 435 mil pessoas direta e indiretamente em 2019, conforme dados do Ministério da Economia.

O dado de 1:8 foi obtido a partir da correlação entre o valor bruto investido em compra de mídia e o PIB brasileiro através de um modelo econométrico desenvolvido pela Deloitte no Reino Unido — segundo o Cenp, o mesmo estudo já foi realizado no País. Foram utilizados dados da Kantar Ibope Media e do próprio Cenp-Meios. O estudo também realizou entrevistas qualitativas com 40 lideranças da publicidade e revisou a literatura sobre o tema.

Segundo o levantamento, o investimento em mídia em 2020 foi de R$ 49 bilhões. O modelo econométrico estima que 1% de crescimento no investimento publicitário está associado a um crescimento de 0,06% no PIB per capita.

Durante a pandemia, o investimento em compra de mídia caiu. Essa queda pode estar relacionada ao impacto do faturamento das empresas consultadas: 60% dos entrevistados relataram forte queda no faturamento em 2020; 28% informaram queda leve; 6% estiveram em risco de sobrevivência; 3% não relataram impacto financeiro e 3% informaram um aumento.

 

A expectativa de desempenho do setor para os próximos doze meses é majoritariamente classificada como “média”. Essa foi a resposta de 52% dos consultados. É mais comum uma expectativa ruim (33%) do que boa (15%). Nenhum entrevistado respondeu “ótimo” ou “péssimo”.

 

Onde os brasileiros gostam de ver publicidade?

Edição 2021 do estudo Media Reactions, da Kantar, mostra que consumidores do País preferem anúncios em eventos patrocinados e em mensagens de influenciadores

Bárbara Sacchitiello
28 de setembro de 2021

Criar uma estratégia de comunicação passa, sobretudo, pela identificação de quais meios – e de que forma – as pessoas gostam mais de receber as mensagens publicitárias das marcas. Para compreender a aceitação das pessoas em relação à publicidade nos diferentes veículos online e off-line, a Kantar publica a edição 2021 do estudo Media Reactions, que mapeia o quão abertos os consumidores estão a receber publicidade em diferentes canais. O estudo é construído com base nas perspectivas de analistas da área de mídia e do público consumidor.

Como conclusões principais, a pesquisa mostra que, em âmbito global, os chamados meio de comunicação tradicionais (como cinema, eventos patrocinados e revistas) ainda lideram na preferência dos consumidores na hora de receber publicidade. Segundo a pesquisa, o meio Cinema aparece como o preferido pelo público para receber mensagens publicitárias, seguido de eventos patrocinados, revistas, anúncios em podcasts e anúncios em jornais.

Esse ranking global é um pouco diferente do recorte brasileiro, que mostrou meios diferentes como os preferidos do público. Na análise do mercado nacional, os eventos patrocinados aparecem como o principal canal pelo qual as pessoas gostam de visualizar publicidade. Na segunda posição, aparece a mídia out-of-home (mídia exterior), seguida da publicidade em revistas. A lista brasileira é completada por digital OOH (a publicidade exterior, porém veiculada em telas digitais) e por anúncios em jornais.

O recorte brasileiro da pesquisa também avaliou os canais online preferidos do público, em termos de recepção de conteúdo publicitário. Nesse ranking, o conteúdo de influenciadores lidera como o tipo de mídia em que as pessoas mais gostam de receber e visualizar conteúdo publicitário. Em segundo lugar na preferência online dos brasileiros aparecem os anúncios em podcasts, seguidos dos anúncios nas plataformas de e-commerce, anúncios nas mídias sociais e anúncios de displays.

O Media Reactions também procurou mapear as plataformas digitais em que as pessoas se sentem mais à vontade para receber mensagens publicitárias. Nesse quesito, o campeão foi o TikTok, que pela primeira vez aparece liderando o ranking de plataformas do estudo. Na sequência, o estudo aponta a Amazon como a segunda plataforma pela qual as pessoas mais se sentem à vontade em receber conteúdo publicitário. O Instagram aparece em terceiro lugar, seguido pelo Google e pelo Twitter.

 

 

 

 

 

Mídia Dados reforça digitalização e fragmentação dos meios

Edição 2021 da publicação do Grupo de Mídia passa a contar com informações sobre o segmento de marketing de influência

 

Bárbara Sacchitiello
14 de setembro de 2021

 

A  fragmentação dos meios de comunicação e as diversas possibilidades de contato com o consumidor, sobretudo nas mídias digitas, já vinham apresentado um cenário mais desafiador para os profissionais de mídia que tem a função de distribuir, de forma mais eficiente, as verbas publicitárias dos anunciantes. A esse contexto já complexo, as transformações trazidas pela pandemia da Covid-19 desde o ano passado adicionaram uma camada adicional nessa tarefa de encontrar a melhor forma – e plataforma – para se conectar com seu público-alvo.

Para trazer uma espécie de termômetro das mudanças que vem impactando os diferentes meios de comunicação do Brasil, sejam eles tradicionais ou online – o Grupo de Mídia São Paulo lança nesta semana a edição de 2021 do Mídia Dados.

Assim como em 2020, a publicação poderá acessada pelas plataformas digitais, tanto pelo site do Grupo de Mídia como pelo aplicativo Mídia Dados. A ideia é que o compilado ajude a guiar as decisões dos profissionais de mídia e anunciantes ao oferecer informações sobre o desempenho de cada meio, consumo de audiência e as tendências que vêm orientando o comportamento dos consumidores. As informações sobre os meios compiladas no Mídia Dados foram extraídas de diversos estudos e pesquisas desenvolvidas por empresas como Kantar Ibope Media, Comscore, Nielsen, IVC, Jovedata, IPC Marketing e YouPix.

 

Entre os diversos insights trazidos pelo levantamento, um dos mais evidentes é a acentuação do comportamento digital. Na visão do Grupo de Mídia, no entanto, o maior direcionamento das verbas publicitárias para a Internet, como foi registrado no resultado mais recente do Cenp-Meios é a consequência natural de um movimento global da indústria, que já vinha se desenhando antes da pandemia e que foi reforçado a partir do momento em que o digital se tornou, muitas vezes, o principal ponto de contato entre pessoas e marcas.

“A digitalização e o crescimento do meio online é uma tendência que só vai crescer. Na verdade, já vínhamos de uma expansão gradual e a pandemia acelerou a curva. Mas esse movimento ainda não acabou. Se olharmos globalmente, os patamares de participação da mídia digital são ainda maiores. Na verdade, vemos não somente a migração das verbas para o digital mas a transformação de todos os negócios em negócios digitais”, coloca Lica Bueno, presidente do grupo de Mídia São Paulo.

Ao analisar os caminhos que os estudos e informações do Mídia Dados apontam para a indústria, Lica não hesita em afirmar que o negócio da mídia se inclina para um patamar de total digitalização, inclusive em relação aos meios tradicionais. “Logo mais, certamente, tudo acabará passando pelo digital. A TV será conectada. As mídias online estarão atreladas as outras plataformas e a tendência é, de alguma forma, todos os meios se fundirem pelo digital”, pontua a presidente do Grupo de Mídia.

Conselheira do Grupo de Mídia e responsável pela publicação do material, Luciana Schwartz ainda vê no horizonte da indústria um cenário de coexistência dos meios, com públicos consumidores de plataformas tradicionais, como jornais, revistas e televisão combinados às pessoas com hábitos mais digitalizados. A profissional, contudo, também julga ser inevitável que o digital ganhe mais espaço nesse cenário, gradualmente. “A menos que tenhamos alguma grande mudança que altere completamente o rumo da indústria, a tendência é que todos os meios acabam migrando para um ambiente digital, de alguma maneira. Continuaremos conectados aos meios tradicionais, mas consumindo-os de forma diferente. Hoje, por exemplo, continuamos consumindo televisão, mas já podemos assistir ao conteúdo na hora que queremos. Vejo esse crescimento da vertente digital em todos os canais, independentemente do conteúdo oferecido ou do tamanho da tela”, frisa Luciana.

Outro apontamento que a publicação traz na edição deste ano diz respeito à importância dos influenciadores no contexto da publicação. Pela primeira vez, o levantamento trará dados e informações a respeito do segmento de influência, coletados junto ao YouPix e de outras empresas atuantes na área. Já faz algum tempo que o Grupo de Mídia vem observando o papel cada vez mais importante que os influenciadores passaram a ocupar na comunicação dos anunciantes e, neste ano, algumas das informações relacionados aos criadores de conteúdo e sua relação com as marcas passam a compor o material.