Abril vende Exame a
BTG Pactual
Banco, que já havia adquirido a
dívida do grupo por meio do fundo Enforce, confirma interesse estratégico em
conteúdo financeiro
5 de dezembro de
2019
O Grupo Abril concluiu na tarde desta
quinta-feira, 5, a venda da unidade produtiva isolada (UPI) Exame, responsável
por produzir revista, ativos digitais e eventos dedicados a negócios e mercado
financeiro. Em leilão realizado em São Paulo, o BTG Pactual foi o único
interessado a se habilitar dentro do prazo. O lance mínimo era de R$ 72,37
milhões.
O leilão é previsto no Plano de Recuperação
Judicial da Abril, por meio do qual a empresa tenta se capitalizar para abater
dívidas de R$ 1,69 bilhão. Além da Exame, a sede própria da empresa na
Marginal Tietê, em São Paulo, e diversos imóveis em Campos do Jordão, no
interior do estado, serão leiloados no decorrer dos próximos anos.
Segundo edital do leilão, a UPI é “composta por bens, direitos e
obrigações diretamente relacionados e necessários ao desenvolvimento das
atividades econômicas para exploração da marca Exame”. Criada pela Abril
há 52 anos, a Exame é uma das principais publicações sobre economia e negócios
do Brasil. Além da edição impressa quinzenal e de seu site, também produz
anuários, como o Melhores e Maiores, aplicativos e eventos, como o Exame Fórum.
Quinzenal, a Exame teve queda de 44% na circulação da edição impressa no
decorrer do último ano, fechando setembro, último dado disponibilizado pelo
Instituto Verificador de Comunicação (IVC), com média de 40,6 mil exemplares
pagos. A circulação digital em setembro foi de 33,6 mil, queda de 8,17% na
variação de 12 meses.
O BTG Pactual intenciona transformar a marca numa plataforma de conteúdo
financeiro, no mesmo modelo que a XP Investimentos gere a InfoMoney, que a
Creditas faz com a Exponencial e o C6 Bank com o Seis Minutos. Foi o fundo
Enforce, ligado ao BTG, que adquiriu a dívida da Abril junto à compra de ativos
pela Cavalry Investimentos, de Fábio Carvalho. A venda ainda requer aprovação
do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Fonte: Meio&Mensangem
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